CICLO DO ÓDIO
O diretor de uma empresa gritou com seu gerente porque estava irritadíssimo.
O gerente, chegando em casa, gritou com a esposa, acusando-a de gastar demais. A esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão. A empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara enquanto limpava os cacos de vidro. O cachorrinho saiu correndo de casa e mordeu uma senhora que passava pela rua. Essa senhora foi à farmácia para fazer um curativo e tomar uma vacina. Ela gritou com o farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada. O farmacêutico, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava do seu agrado. Sua esposa afagou seus cabelos e o beijou, dizendo: Querido! Prometo que amanhã farei seu prato favorito. Você trabalha muito. Está cansado e precisa de uma boa noite de sono. Vou trocar os lençóis da nossa cama por outros limpinhos e cheirosos para que durma tranqüilo. Amanhã você vai se sentir melhor. Retirou-se e deixou-o sozinho com seus pensamentos.
O círculo do ódio rompe-se no momento que a tolerância lhe encontra. Cada um de nós têm o poder de quebrá-lo. Não alteremos nossa natureza apenas para acompanharmos um ritmo que não corresponda a nossa essência ou que nos desequilibre, promovendo-nos a desestabilidade e a conseqüente colheita de perturbações e infortúnios.
Evitemos a propagação da ira e do rancor. Todo mal chegado nos pede apenas precauções e não a mudança da própria natureza. A vida é feita de escolhas, alguns vivem perseguindo a felicidade, outros não, a criam. Nossa consciência sobrepõe-se a reputação, nos preocupemos mais com ela. A consciência representa sempre o que verdadeiramente somos ao passo que a reputação nos leva a ser o que os outros pensam sobre nós.
O ódio é um sentimento ainda primitivo, um amor que enlouqueceu. Em si mesmo ele só causa sofrimento. Toda pessoa que odeia é uma pessoa que sofre. Já disse Shakespeare: “O ódio é um veneno que tomamos esperando que o outro morra.”. Portanto, não sejamos elos de uma corrente que mais tarde será instrumento enforcador da nossa própria paz.
Jairo Lima