Preconceito X Discriminação
Hoje serei breve. Quero, justamente, analisar dois fatores que, diariamente, nos confrontamos e, na verdade, temos dúvidas e agimos de forma simbólica e contraditória, já que, tratando-se de assuntos sociais (subjetivos, portanto), deparamos com diversos erros e, pior que isso, sem fonte nenhuma, o erro impregna na face das pessoas e tudo isso vai se tornando uma bola de neve. Para tanto, acho pertinente destacar:
“Preconceito: Idéia preconcebida”
“Discriminar: Distinguir, discernir. Separar, apartar”.
A idéia da palavra preconceito (que, entretanto, se universalizou como um sentido rude, ruim), acredito eu, não é a mesma devido às questões sociais intercaladas no cotidiano de nossos tempos, que, então, até os dicionários colocam-na, agora, como um sentido de discriminação de raças, religiões, tribos, gêneros, enfim.
Por essa universalização, o preconceito é visto e tido como uma ideia ruim. Somos (todos os seres humanos, incluo aqui) pessoas que têm ideias diferentes das coisas que vemos e passamos. A nossa concepção de valores, o modo como fomos educados, os ensinamentos que tivemos de certo e errado são atribuições de significados que damos às coisas e, portanto, não acho errado ter ideia de que e como algo ou alguém é antes de o conhecermos. Isso é o preconceito, ou, o pré-conceito. Não acho errado olharmos para outras coisas que julgamos diferentes e termos um conceito de como a pessoa é, do que ela é capaz, como ela age, etc. É, isso, válido e de tamanha riqueza, pois podemos analisar as diferenças e ter uma visão ampla do mundo e como as pessoas são no mundo, ou seja, diferentes. É uma troca ilimitada de conhecimentos, histórias, sonhos, desejos, mas, ao mesmo tempo, uma união pré-concebida daquilo que você sabe, ou é, ou, até mesmo, acha certo. Somos, afinal, seres humanos que pensamos e sentimos e, de certa forma, criamos rótulos paras as coisas e para as pessoas. Vivemos num mundo em que é preciso pensar e, em muitos casos, viver esses pensamentos.
No entanto, o problema vem agora. É justamente a questão influente desse texto: Discriminação.
Pelo sentido da palavra, discriminar é como distinguir, separar. Ou seja, vem, grosso modo, depois do conceito que temos de mundo. Portanto, o preconceito é uma arma que temos e um espelho de como somos, sendo assim, não é ruim. O problema, justamente, é fazer desse conceito uma discriminação. É como costumam dizer: “Não é necessário aceitar, é somente preciso respeitar”. Caminhando nessa linhagem, é preciso saber que não somos obrigados a aceitar o que as pessoas são, temos, simplesmente, que respeitar a escolha ou condição de vida a qual ela é submetida. Ter um conceito claro das coisas do mundo só nos faz ser parte desse mundo diferente. Discriminar o diferente nos faz separar e, portanto, ferir, e aí que queria chegar.
É preciso respeitar o diferente, seja quem ou como for. Ter um conceito das condições das pessoas não é julgá-las, é juntar o que entendemos de mundo com o que ela mostra para nós o que é o mundo para elas, uma troca, como já disse. Discriminar, depois, é um ato cruel e difamatório e é justamente esse ato que prejudica, que fere, que rouba, que mata e é isso que precisa ser combatido.
Agora, parece que as coisas clareiam, pois, antes, tentávamos combater o que somos e o que são (os conceitos e atribuições que temos e, portanto, que somos) e é uma batalha impossível, pois jamais combateríamos a nós mesmos. Hoje, porém, precisamos lutar contra o não respeito para com as diferenças, não discriminando, assim, todo e qualquer ser humano. Pois, respeitando a diferença alheia (que não é o mesmo que aceitá-la) estaremos contribuindo sim para um mundo melhor.
Tenhamos uma boa sorte!