Uma certa canção...

 

Este artigo estava engavetado há mais de três anos . Já surgiram outras oportunidades para publicá-lo, porém hesitei. Adiei várias vezes. Eis que é chegado o momento. A hora é essa !
Quando a banda Paralamas do Sucesso lançou o CD “Vamo batê lata”, em 1995, incluiu nele a música “Luis Inácio (300 picaretas)”. Segundo o líder da banda e compositor da música, Sr. Herbert Viana; na época, o Sr. Lula havia dito numa entrevista que no Congresso haviam 300 picaretas com anel de doutor. Ou seja, dos 594 parlamentares (513 deputados + 81 senadores), mais da metade eram picaretas, daí surgiu o tema para a inspiração da música.

Voltando um pouco no tempo, vamos relembrar que o único cargo eletivo que o Sr. Lula disputou, antes da presidência, foi para Deputado Federal Constituinte, no pleito de 1986, para o qual foi eleito com 651.763 votos. Depois, em 1989, viria disputar a primeira – das quatro – eleição presidencial. Sem lograr êxito, continuou seu mandato de deputado federal até 1990, sendo que nestes quatro anos não produziu nada de concreto, inclusive não apresentou nenhuma emenda à futura reforma constitucional, razão maior daquele Congresso. Cumpriu o mandato, não quis a reeleição e saiu decepcionado. Daí surgindo a famosa pérola, eternizada na música dos 'Paralamas', da qual descrevo alguns trechos que refletem bem a realidade hoje, anos depois e, por ironia do destino, justamente tendo ele, Sr.Lula, como anfitrião da 'festa de arromba', a qual assistimos estatelados.

“... É lobby, é conchavo, é propina e jetom...”
“... Ao permitir que num país como o Brasil ainda se obrigue a votar ...”
“... Papai quando eu crescer, eu quero ser anão. Prá roubar, renunciar, voltar na próxima eleição...” OBS. Na época eram os anões do Orçamento. Hoje é só trocar anão por mensalão, ou sanguessuga, ou vampiros, ou... por aí vai.


Passando pelos anos de 1992, l996 e, finalmente 2000, quando o Sr. Lula foi eleito presidente, já podemos retornar ao presente. Consequentemente foi obrigado a enfrentar os mesmos parlamentares – houve mínima renovação neste período, queira Deus que haja neste ano – e para dar sustentabilidade (maioria) ao seu governo, mancomunou-se, fez conchavos, comprou deputados e partidos. Comprou e pagou caro. Pagou com uma moeda de difícil resgate. Moeda cujos nomes são: o orgulho dos brasileiros, a soberania da Nação, a dignidade de cada cidadão. E nesta transação vergonhosa, ele, Sr.Lula, vendeu sua própria honra sem se preocupar com as consequências. Subestimando mais de 52 milhões de pessoas que votaram acreditando no seu programa de governo e principalmente, no Estatuto do PT.
Há menos de um ano estouraram os escândalos que todos conhecemos, não será preciso nomeá-los novamente. Lembremo-nos apenas que o partido responsável , inclusive mentor desta podridão – a maior da história recente deste país – é o mesmo partido que elegeu o Sr. Lula. Dos 34 ministérios do Sr.Lula, um descalabro sem precedentes, um poderia abrigar uma espécie de Secretaria Nacional de Engenharia Sanitária, sugestivo nome para administrar o mar de lama que já conhecíamos e que se transformou num mar de merda. A Propósito... Temos os nomes para a imponente Secretaria : Para Secretário Geral, indicamos o Sr. Paulo Betti e para Secretário Adjunto, o Sr. Wagner Tiso. Tão cedo este fedor não sairá das narinas dos homens de bem, éticos, probos e honestos.
Está na hora do eleitor abrir os olhos e os ouvidos. É chegado o momento do eleitor usar a consciência e usar a arma mais poderosa que a democracia criou; o voto, que com apenas a ponta de um dos dedos tem o poder de transformar, modificar a situação, o caos que aí está. Então, mãos à obra, ou melhor; dedos à obra ! O Brasil tem pressa.

Salvador Cabrera Santiago.
Artigo originalmente escrito em 2006.