O Caminho de Caim

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

O CAMINHO DE CAIM

"Ai deles, porque prosseguiram pelo caminho de Caim" - Jd. 11.

É o caminho da revolta consciente contra Deus. São os inimigos declarados contra a verdade revelada. São os que amam o mundo e a sua concupiscência. Aqueles que vivem segundo o seu próprio coração cheio de malignidades. São os revoltados e os revoltosos.

Penitenciaria de Taubaté, S. P. - Detentos reunidos me ouviram falando sobre este tema: "O espírito humano é a coisa mais maravilhosa criada neste universo. Imagem e semelhança de Deus, um pequeno deus. É a divindade em miniatura. Traz consigo características inerentes do que Deus é. O espírito humano é fonte de amor, impulsionado à verdade e a vida. Tem em si a tendência de buscar sua origem, que é o próprio Deus. Possui livre arbítrio, o atributo maravilhoso da liberdade.

Algumas pessoas, entretanto, se rebelam contra esta natureza espiritual, desejando fazer o seu próprio caminho, tornando-se escravos dos vícios, do desregramento, da insensatez, negação de sua própria origem. Desejam oferecer os seus próprios sacrifícios - como Caim - e seguir a sua pessoal religião. A seu próprio modo lançam-se em desafios ao estabelecido, revoltam-se em um grito de insolência e de revolta contra Deus, contra o próximo e contra si mesmos. É o caminho de Caim. A negação do puro, do belo, e do verdadeiro. O seu procedimento às vezes se aproxima do animal e do grotesco".

À medida que falava, eu sentia a augusta presença de Deus, conosco. Algo místico estava acontecendo. Alguns dos presos começaram a chorar. A mensagem os atingira. A convicção de Deus estava sobre nós. Algo maior se fazia presente. Não queríamos ser como Caim, o insolente que retrucou odiosamente a Deus: "Por acaso, sou eu o tutor do meu irmão?". - e declarou com a força da sua insensatez: "Hoje me lanças da Tua presença; eu, entretanto, de Ti vou me esconder". - Declaração que na linguagem de hoje seria: "Não gosto e não preciso de Ti".

Era uma briga, e briga feia, contra a divindade. Era a negação de si mesmo, para o mal. A negação de sua atribuição de ser consciente e de seus atributos. Declarara, então, Caim: "Não preciso de Deus".

Mas ali, no presídio, nossas lágrimas declaravam ao contrário. Reconhecíamos que precisamos de Deus. Falei-lhes então sobre Jesus, o Filho do Deus vivo, que nos ama e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados. Remédio contra a ira, antídoto que destrói a rebeldia, o ódio e a malignidade. O amor de Deus encarnado, o Emanuel, o Deus conosco. Nele e por Ele, somos salvos.

Uma semana após a reunião, um detento escreveu-me dizendo do que sentira naquela ocasião e mostrando-se agora transformado no seu pensar e no seu viver. Jesus fizera, agora, a diferença na sua vida.

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br