Quando teremos um serviço público de qualidade
 
          A Constituição Federal diz que todos são iguais perante a Lei, independente a classe social, raça, credo religioso, etc. Pois bem, tal afirmativa coloca todos os brasileiros em iguais condições tanto nos direitos como nos deveres. Portanto, a classe D, E tem direito à saúde, a educação pública como também os de classe A e B. No entanto, o que podemos observar é que tanto a saúde, quanto à educação publica é de má qualidade e somente as classes mais pobres é quem busca tais serviços da rede pública. É sobre este tema que gostaria de refletir neste Artigo.
          Primeiramente, gostaria de discorrer que, teoricamente o Estado tem que olhar o cidadão como cidadão independente sua posição e classe social, porque na verdade, o Estado é a sociedade como um todo. Todos têm seus direitos também seus deveres iguais, por exemplo, o voto do rico tem o mesmo valor que o do miserável; todos pagam impostos seja direta ou indiretamente, sendo assim, o Estado não pode discriminar nem o miserável e nem o rico. O Estado é a sociedade e, é o gestor (Executivo) quem administra o país como um todo. A promoção da justiça social é algo inerente, que qualquer governo precisa fazer para que se promova uma melhoria na qualidade de vida da sociedade em geral. Enfim, todo os recursos recebidos pelo Estado devem ser com único objetivo; construir um país melhor seja no âmbito educacional, econômico, social, etc. e sem exclusão para nenhum dos brasileiros, nem para o rico muito menos para o pobre. Portanto, o gestor federal, estadual ou municipal tem que ser sensível as necessidades da sociedade, mas não pode tomar partido de A, B, C ou D, mas sim, promover a todos. Evidentemente quanto mais um país avança economicamente, mais o Estado tem recursos para aplicar nas suas obrigações dando melhor qualidade de vida para a sociedade.     
            Pois bem, o que observamos ocorrer é o seguinte; os de classes mais elevadas não usufruem os serviços públicos, com algumas exceções, por exemplo, na educação seus filhos estudam em escolas privadas; na saúde a mesma coisa acontece, muitos possuem planos de saúdes e freqüentam clinicas, hospitais particulares. Isto é, abdicam de seus direitos por conhecer a péssima qualidade dos serviços que o Estado lhe oferece. Esta atitude das classes mais altas leva o governo a descomprometer-se ainda mais na melhoria dos serviços públicos. Então, o Estado como acaba oferecendo seus serviços para as classes mais pobres não se preocupa em dar uma qualidade melhor para o cidadão, construindo então o cidadão de segunda classe, ainda que ele (cidadão) tenha direito a um serviço de qualidade.
            Vou dar um exemplo muito real como isto de fato ocorre; as universidades melhores quais são? As universidades públicas. Quais são as clientelas das universidades públicas? Na grande maioria são as das classes A e B. Isto vem comprovar que onde a classe A e B está ela exige e o governo proporciona um serviço de qualidade.
            Em suma, somente teremos uma educação de base, fundamental e um ensino médio de qualidade o dia que os ricos começarem a usufruírem e exigirem uma Educação de qualidade. Assim também ocorrerá na saúde, na segurança e em todos os outros serviços do Estado. Quando os ricos colocarem seus filhos nas creches públicas, por exemplo. Enfim, quando eles perceberem que também têm direito aos serviços públicos. 
          Finalizando, quando estes usufruírem os serviços públicos o Estado será obrigado a melhorar sistematicamente a qualidade de atendimento da rede pública, pois será exigido pela sociedade que tem voz e vez pelas condições financeiras que possuem. No entanto, enquanto isto não ocorre, teremos que conviver com serviços de má qualidade e a base da pirâmide sendo tratada como cidadão de segunda classe.