Ciência e Religião
EXISTE CONFLITO ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO?
A Ciência existe para o bem da humanidade. A Religião, também, ao ligar o imanente ao transcendente. Não há, ao contrário do que parece e do que é divulgado por parte da mídia, intolerância entre Ciência e Religião, pelo menos para a Igreja Católica. Absurdo? Não. Senão vejamos: A Igreja questionou o uso de Células-Tronco Embrionárias (CTEs), porque está, cientificamente comprovado, que tais células produzem tumores de origem embrionária, enquanto que as Células-Tronco Adultas (CTAs), presentes em todos os órgãos e responsáveis pela sua manutenção podem e já vem sendo usadas há mais de 40 anos no tratamento de doenças do sangue, por exemplo. Não há, até hoje, nenhum registro de tratamento com Células-Tronco Embrionárias, pois, se injetadas num paciente serão rejeitadas, já que o genoma do receptor é diferente das células humanas injetadas. A Igreja e vários cientistas concordam e defendem que o embrião humano não é um mero monte de células e sim, uma pessoa, um ser humano e o seu uso é um assassinato.
Porque a insistência no uso de tal célula? Porque os laboratórios multinacionais estão abarrotados de embriões, depositados a custo de muito dinheiro e que, não poderão ser devolvidos aos clientes sem o devido reembolso e reparo financeiro?
Aí, então, entra um mundo de gente de mídia e até de governos em defesa de tais laboratórios de pesquisa que não querem perder os milhões de dólares arrecadados ou investidos em pesquisas. A Igreja tem conhecimento científico sobre o assunto de células-tronco. Em Setembro/2006 reuniu na Pontifícia Academia PROVITA mais de 300 cientistas especialistas no assunto.Todos se postaram contrários a pesquisa com Células Embrionárias, pois consideravam que o ser humano deve ter sua dignidade respeitada desde a concepção e não deveria ser morto ou objeto de experimentação: OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS.
Inda mais quando existe a opção viável e concreta do uso da Célula Tronco Adulta que pode ser obtida, inclusive, da medula óssea do próprio paciente.
É conveniente, também, abordarmos a questão do uso da Camisinha e da pílula do dia seguinte. Na minha opinião e da Igreja, mais um favorecimento aos laboratórios internacionais. Chega a ser ridículo, ver o Presidente da República distribuir camisinhas no carnaval, para um mundo de pessoas que já estão e são mais estimuladas, pelo Estado, a praticar o sexo desregrado e irresponsável, do ponto de vista dos BONS COSTUMES.
Dinheiro do contribuinte, que poderia e deveria ser usado para o aumento dos leitos nos hospitais públicos para atender a pessoas necessitadas e que, impotentes, vêem o seu dinheiro – dos impostos – escoar pelo ralo da imoralidade. Dinheiro que deveria ser investido na educação das crianças e dos jovens que precisam aprender, não a fazer sexo, pois qualquer irracional o sabe, mas a se respeitar como pessoa, como criatura de Deus e, por tabela, respeitar o outro ser humano.
A coisa está caminhando para rumos tão trágicos, embora, não o vejam nossos grandiosos ministros da Saúde e da Educação, nem o Sr. Presidente e o pior, a sociedade que é quem deve fazer as coisas acontecerem de forma justa e correta, tomando a postura decente de defesa da Ética e da Moral .
Dizemos que a violência incomoda e preocupa. Se preocupasse, mesmo, estaria a sociedade tão frívola e, ao mesmo tempo, tão alheia a tanta impunidade pública e privada?
A juventude que viu no crime a possibilidade de “alguns minutos de fama” está mirando em qual espelho?
E ao ser, literalmente, dizimada, teria onde pedir socorro?
Na Espanha está ocorrendo UM ABORTO A CADA MEIA HORA, sendo 80% dos casos com jovens abaixo dos 18 anos, por causa da PÍLULA DO DIA SEGUINTE que, a exemplo da camisinha, tem falhado, estrondosa e tragicamente. Enquanto isto, uma Prefeitura do Estado de São Paulo, foi obrigada pelo Tribunal de Justiça a distribuir, gratuitamente, a citada PILULA DO DIA SEGUINTE, na Rede Pública de Saúde.
Qual a prioridade?
Com certeza, de novo, novamente, outra vez, proteção aos “coitadinhos” dos laboratórios internacionais!
E falam em briga entre a Ciência e a Religião!
Não! A briga tem que existir e atuar na podridão, na irresponsabilidade, na permissividade, no hedonismo, no descaramento, na crueldade, na insensibilidade, na devassidão, na tolerância de uma sociedade que está deixando, permitindo, aceitando e aplaudindo o escoamento de todos os princípios éticos e morais, para o ralo insaciável da luxúria e da degradação humana, que já deu fim até ao maior império até hoje já existente: O império romano.
Saiamos do Simplismo de apedrejarmos quem se levanta contra tais aberrações, sem nos inteirarmos da realidade concreta. Tem muita gente “bonitinha” aparecendo na Grande Mídia falando bobagem, imoralidades e tendo o coro de uma sociedade com preguiça de análise e com irresponsabilidade pública e privada cujos membros, me perdoem, não cuidam nem da própria cama, transformada em prostíbulo, e nem da mesa, transmudada em cocho.
O Datena, num programa da TV Bandeirantes, dias atrás, apresentou o caso de uma senhora, com seis filhos, sendo 04 de um marido, 02 de outro e grávida de um terceiro homem, este último casado com outra mulher que, transtornada e cheia de ciúmes, enviou àquela, um bolo envenenado, como se fosse um carinho do amante, bolo esse que quase matou as crianças da primeira. O Datena, implacável e senhor absoluto da verdade, não hesitou e sentenciou ao saber que a referida senhora era católica: Estão vendo? Culpa da Igreja que é contra a Camisinha. Se não fosse isso, essa dona não estaria com tantos filhos, sem a devida condição e tendo que trabalhar para sustentá-los!
Não dá nem para comentar, mas, apenas uma pequena reflexão: quantas mães com até mais filhos e em piores condições criam-nos e os educam com honradez e dignidade, abrindo mão, inclusive do sexo? Mas, no contexto atual, isto é burrice! Você tem direito a ser feliz, custe o que custar! Pergunto: que felicidade? Quinze minutos de “cama” ou de “câmera”?
Não vamos apedrejar essa senhora e seus traumas que devem ser muitos! Aliás, alguém se apresenta para ajudá-la a cuidar dos filhos, a se respeitar e a se endireitar na vida?
Dificilmente isto vai acontecer. A propósito, o que foi feito daquelas pessoas deficientes usadas em Brasília na campanha de sensibilização para aprovação do uso das células tronco embrionárias? Você que ajudou a malhar a Igreja que se postou contra, procurou saber o que aconteceu a elas e aos milhares de outros coitados que aguardam, inutilmente, a tão propalada solução para suas necessidades e angústias?
E, porque não se utiliza o que a Ciência e a Igreja recomendam, que é possível e comprovadamente eficaz, ou seja, o tratamento via células-tronco adultas (CTAs)? Não seria porque os recursos públicos destinados à Saúde estão sendo escoados para outros caudais, como por exemplo, aquisição de preservativos para uma horda de inconseqüentes e irresponsáveis calígulas e messalinas?
Avalie, pois, como jogar a culpa na Igreja é de um cinismo, de uma hipocrisia e de uma insanidade inaceitável, principalmente, para pessoas como o Datena que, até, se intitula Cristão e Católico, embora, apregoe descontrolada e impensadamente, entre tantas outras sandices, a instituição da pena de morte, simplesmente inadmissível para quem diz admitir Deus!
Há uma outra questão, também, que deveria chamar a sociedade à reflexão do possível conflito Religião e Ciência: O ABORTO.
É de conhecimento público o ocorrido com aquela garotinha de Goiás, engravidada pelo padastro e na qual foi realizado o aborto que eliminou duas vidas humanas, dois fetos, a quem uma agente da justiça brasileira, há algum tempo atrás, no debate do aborto chamava de “coisa”.
A atitude precipitada, desmedida e ancorada na indignação da nação contra a Igreja, a única a botar a cara a tapa, ao se postar contra a impaciência que redundou no duplo assassinato ou aborto, certamente, trará conseqüências irreparáveis à inocente criança, a familiares e amigos, mas, principalmente à Mãe da menina que foi, segundo informou a imprensa, pressionada a autorizar o aborto. A Igreja pedia, tão somente, um pouco de paciência, um pequeno prazo que possibilitasse que o feto ao ser retirado, tivesse condições de sobrevivência fora do útero materno, conforme é previsto pela Ciência. Mas a pressão e a ira contra a Igreja prevaleceu com o apoio, inclusive de membros da própria Igreja incomodados com a excomunhão lembrada por um Bispo, no cumprimento do dever missionário de alertar o rebanho quanto a observância da doutrina PARA OS CATÓLICOS que prevê a excomunhão, ou exclusão da vida comunitária da Igreja, para quem incorrer em tais e tais contravenções. Aí o Bispo, também, foi excomungado pela nação! Quanta ignorância, até de quem “se diz católico” mas não conhece nem se interessa em conhecer a maravilhosa doutrina, toda ela fundamentada nas Sagradas Escrituras, no ensinamento do Cristo, que só é referenciado e aplaudido, se for “lido, refletido e entendido” como “total e irresponsavelmente permissivista”.
Ah, se tivessem tempo de recordar o dito de Paulo na primeira Carta aos Coríntios: “Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica”.
E é preocupante e intrigante que outras igrejas ditas cristãs não tenham se manifestado, salvo raríssimas exceções e de forma tão discreta, já que a mensagem contida nas Sagradas Escrituras, principalmente nos Evangelhos que retratam a vida e a Palavra do Cristo, não deixam dúvida quanto à necessidade da defesa incondicional da Vida!
Entretanto, o mais interessante e, digamos, o mais inusitado em todo esse terrível acontecimento veio à tona neste mês de Abril, através da Revista Arautos do Evangelho, numa entrevista concedida por um CIENTISTA: nada mais nada menos que o DOUTOR IVES GANDRA, o maior Jurista desse País, reconhecido internacionalmente e, obrigatoriamente, aqui também. Inusitado, para aqueles que não conhecem ou fazem de conta não conhecer a ação de Deus na Igreja - contra a qual nada prevalecerá - conforme afirmado pelo próprio Cristo. CIENTISTA, porque o Dr. Ives Gandra é, indiscutivelmente, um CIENTISTA DO DIREITO. E como estamos, hoje, mais do que nunca, no pleno exercício do PENSO, LOGO EXISTO, ridicularmente admitido como:
sou dono do meu corpo, faço o que me é útil, o que me agrada, que me é proveitoso, existe ainda algum resquício de lucidez que demanda a aprovação da Ciência aos atos e fatos da vida humana no seu contexto mais profundo e sério. Assim é que, Ciência e Religião não são antagônicas. Ao contrário, se completam , se ajudam e, principalmente, têm a obrigação de servir ao homem na sua imanência e na ligação com a transcendência.
Mas, voltando à entrevista, o Dr. Ives Gandra afirma, categórica e definitivamente: “Num mundo altamente hedonista – em que todos querem levar vantagem em tudo e no qual ser feliz, mesmo à custa dos outros, sempre vale a pena -, os valores que a Igreja defende incomodam.”
Sobre a repercussão dada a esse triste episódio, trata-se, segundo ele, de um movimento articulado, para a legalização do aborto, “para desmoralizar a Igreja, que atua na defesa dos valores éticos, hoje não mais vividos por parte da sociedade, como a valorização da família, a fidelidade conjugal, a educação com base em valores, o sexo ordenado e não desvairado, a ética profissional e política, a não violência, o desprendimento, etc.” Além de referir-se à questão da excomunhão, tão mal interpretada por tantos que, ou desconhecem ou, propositalmente, querem por lenha na fogueira ele confirma a sua aplicação, exclusiva, aos católicos conforme define o Código Canônico e os princípios elementares da Religião Católica.
Diz, ainda: “É bom lembrar que a mãe da menina foi pressionada por uma assistente social para autorizar o aborto, depois de ela ter se negado a fazê-lo, como também para transferir a menina para um outro hospital. Convém notar ainda que, segundo opiniões técnicas, se esperassem mais um mês, a menina e as crianças poderiam ter sido salvas, caso a mãe da menina não tivesse cedido às pressões, tornando desnecessário o homicídio legal perpetrado.”
A conclusão fica a critério de cada um. Afinal, cada um é senhor e dono do próprio nariz e, principalmente, o que está tão esquecido e desconsiderado ultimamente pela nossa sociedade: somos responsáveis uns pelos outros e temos obrigação moral de agir, sempre, em defesa da vida.
Contamos, para isto, com a Ciência e a Religião.
Ao homem, no entanto, caberá a decisão e, claro, as conseqüências!
Se houver tempo, reflita!