226 – MISERICÓRDIA – (de Salvador - Bahia) Na última semana eu escrevi sobre dois temas polêmicos, ambos abordaram a religiosidade e isso me trouxe centenas de e-mails; alguns com elogios e como já era de se esperar, outros ásperos, inflamados e apaixonados, que se diziam em defesa da honra do Sagrado, algo do tipo: é isso que eu acho e ponto; típico de quem não sabe ler e interpretar a história; em outros tempos eu chamaria de estupidez absoluta, mas em respeito aos sentimentos religiosos de quem parou para ler meus artigos, chamo de impreciso passageiro.
Acompanhando a nova temporada do Programa do Jô, da Rede Globo de Televisão, dei de cara com uma entrevista no mínimo jocosa e enxerida. Eis que surge na tela da televisão a figura carecedora de explicação psiquiátrica do Inri Cristo. Tenho certeza que a maioria dos leitores já conheça este “cara” de Santa Catarina que está com 61 anos e segundo ele próprio, reencarnou o espírito de Jesus Cristo, aquele mesmo da Bíblia, e vive pregando sua ideologia sarcástica pelo mundo com meia dúzia de seguidores da mesma estirpe.
Eu já havia visto este louco em algumas oportunidades pela televisão, inclusive, tivemos a oportunidade de nos conhecer pessoalmente quando ambos morávamos em Curitiba, mas nunca tinha parado para decifrar a real face desta pessoa. Inicialmente eu diagnosticaria o caso deste falso profeta como sendo megalomania compulsiva e crônica, algo de difícil cura e de total inacessibilidade para a pretensão de compreensão, mas hoje eu tive a impressão totalmente contrária. Fui buscar mais informações sobre esta pessoa e cheguei a conclusão pessoal que se trata de uma fraude (é óbvio) e que busca o enriquecimento à custa de pantomimas televisivas.
Na biografia do ator consta que ele foi o fundador da Suprema Ordem UNIVERSAL da Santíssima Trindade em 1982 após ter praticado o Ato Libertário dentro da Catedral Metropolitana de Belém do Pará; ele afirma ter tido uma revelação quando contava 33 anos de idade e nesta revelação, “seu pai”, Deus, pede para ele assumir a sua verdadeira identidade após ficar alguns dias em total jejum (carece de provas concretas). A dita revelação teria ocorrido em Santiago do Chile, segundo o próprio Inri.
Acontece que antes desta pseudo revelação o jovem Iuri Thais (nome verdadeiro) já era conhecido como Iuri de Nostradamos, nome que ele mesmo havia adotado para praticar consultas de vidência e conselhos espirituais. Também consta na ficha do Inri Cristo que ele adotou o termo “Inri” após uma publicação sobre sua vida por um jornal do México, notem a total falta de originalidade de alguém que se afirma ser Deus.
Na psiquiatria moderna já há qualificação para casos como este do Cristo brasileiro, chama-se de Complexo de Messias, mas verdadeiramente o que já se pode observar na maioria concreta deste tipo de caso é que tais pessoas viviam em total abstinência de materialidade, ou seja, elas abdicavam e odiavam a angariação de dinheiro para qualquer finalidade. A loucura benévola de Inri Cristo adota justamente o contrário de tudo isso.
Complexo de Messias é um estado psicológico no qual o indivíduo acredita que ele é ou está destinado a se tornar o salvador de algum campo de atuação específico, grupo, evento, período de tempo ou até mesmo do mundo inteiro. Afligidos pelo Complexo de Messias louvam sua própria glória ou alegam absoluta confiança em seus próprios destinos e capacidades e nos efeitos que terão sobre um grupo de pessoas ou aspecto da vida. Em alguns casos o complexo de messias pode estar associado à esquizofrenia onde a pessoa ouve vozes, tem alucinações e acredita que são Deus, espíritos, anjos, deuses ou outros que falam com ele o que, na visão da pessoa, confirmaria sua “messianidade”. Nos casos mais graves, pessoas com Complexo de Messias podem se enxergar literalmente como Messias espirituais e religiosos com poderes transcendentes e destinados a salvar o mundo.
É óbvio que todos sabem que as seitas, templos, religiões, enfim, os locais onde são praticados os ritos religiosos necessitam de água, luz e outras necessidades básicas para se manterem abertas, limpas e funcionando; todos sabem que Deus, como forma de expressão de divindade, não assina cheques e não coloca as contas destes lugares no débito automático do Banco Celeste. Presume-se então que os pastores de modo geral precisam convencer seu rebanho a contribuir para que eles paguem desde funcionários, em alguns casos alugueis e as contas das concessionárias públicas. O que sobra desta contribuição voluntária, alguns fazem doação própria e outros enviam para seus superiores.
No caso da seita de Inri Cristo, não se sabe ou se pode afirmar o quanto ele recebe anualmente com sua peregrinação; sabe-se apenas que sua participação nos programas de televisão é a troco de doações “gordinhas”, afinal, ele é sempre a estrela principal e deixa qualquer programa humorístico no chinelo após suas aparições.
Mais profissional, com inúmeros gestores e conselheiros, pastores, bispos, igrejas, canais de televisão, rádios, jornais e muito dinheiro, não menos diferente de Inri Cristo é o Bispo Macedo; Macedo é tido em seu meio religioso como o homem enviado de Deus ou uma espécie de representante exclusivo de Jesus Cristo e dispensa qualquer apresentação.
Edir Macedo Bezerra, o homem de 64 anos é empresário e Papa da Igreja Universal do Reino de Deus, que está presente nas Américas, Europa e África. Formado em teologia e filosofia cristã, ele vem recebendo críticas e seguidores desde a década de 70 quando iniciou a construção de seu império. Sua igreja é genuinamente brasileira e depois da compra da Rede Record Macedo viu seu rebanho triplicar a cada ano.
Edir Macedo ficou preso e utilizou desta penitência para fazer ainda mais marketing de seus poderes, dentre eles o de controlar a mente dos mais pobres e mais necessitados. Ele a todo o conglomerado de templos luxuosos e confortáveis são sustentados a princípio pelo dízimo e ofertas escandalosas de seus seguidores. A alegação de que a IURD "exige" de seus membros contribuição financeira descabidamente elevada é uma das acusações mais comuns dirigidas a esta. Os críticos da IURD fazem acusação de que o percentual mínimo de 10% é muito alto e alegam que tal dízimo seria exigido, contudo seus defensores afirmam ser um pagamento espontâneo.
A forma como a IURD pede dinheiro costuma chocar aqueles que não são seus membros. Mesmo entre estes há quem concorde com a afirmação de que ela possivelmente provoque em algumas pessoas um constrangimento que induza a contribuição. Entretanto, não há formalmente exigência ou cobrança de valores por parte da igreja, nem há concordância de que membros que supostamente contribuam com menos do que a igreja espere sejam preteridos na congregação ou excomungados. Tais preceitos são os pontos de maiores contestações!
Os críticos da IURD também costumam questionar a motivação para a contribuição. É comum que a IURD, tanto em seus templos quanto em programas de difusão aberta por rádio e televisão, associe o dízimo e ofertas voluntárias adicionais a retribuições e graças materiais da parte de Deus para com aquele que contribuiu. Para os críticos, em especial os religiosos, as passagens bíblicas que garantem que Deus abençoa aqueles que voluntariamente contribuem não especificam a natureza material ou imaterial de tais bênçãos.
Críticas ao dízimo, no entanto, são subjetivas. Para a Igreja Universal, a fidelidade nos dízimos e nas ofertas traria bênção material (com base em Malaquias 3.6-12 e Gênesis 13.2). Segundo eles, o dízimo pode ser um ato de culto (Mateus 23.23). E mesmo a posição de que a promessa de retribuição de Deus à contribuição não seria necessariamente material dá espaço à possibilidade de ser material, porque haveria passagens bíblicas que assim o afirmariam (Provérbios 3.9,10).
Edir Macedo considera o "sacrifício financeiro" como algo sagrado. Costuma usar o livro de Atos capítulo 5 para fundamentar sua postura. Os fiéis de Macedo, ao que se observa pelos próprios depoimentos, as vezes se desfazem de tudo; o “tudo” que também se pode observar pode ser um botijão de gás e uma mesa velha, mas eles vendem móveis, imóveis, roupas e ofertam tudo que arrecadaram a igreja e sonham com dias em que Deus, piedoso e gracioso, através de Edir Macedo, lhes darão tudo de regresso, acrescido de juros divinos, que é pregado como sendo os mais altos desta galáxia.
Inri Cristo, Edir Macedo e alguns outros como o casal Sônia e Estevan Hernandes curtem certa onda de “super estrelas”; estas pessoas estão acostumadas, umas mais e outras menos, mas num contexto generalizado, a serem observadas como deuses ou algo de quase mesmo plano com pessoas aos seus pés, muito dinheiro nas contas correntes e mordomadas, muitas prerrogativas; neste ponto eles todos se parecem, eles todos são iguais. São pessoas que utilizam o nome de um morto que é temido e adorado, se dizem seus representantes e com isso, levam a vida numa boa!
O mundo está cheio desta gente!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
Acompanhando a nova temporada do Programa do Jô, da Rede Globo de Televisão, dei de cara com uma entrevista no mínimo jocosa e enxerida. Eis que surge na tela da televisão a figura carecedora de explicação psiquiátrica do Inri Cristo. Tenho certeza que a maioria dos leitores já conheça este “cara” de Santa Catarina que está com 61 anos e segundo ele próprio, reencarnou o espírito de Jesus Cristo, aquele mesmo da Bíblia, e vive pregando sua ideologia sarcástica pelo mundo com meia dúzia de seguidores da mesma estirpe.
Eu já havia visto este louco em algumas oportunidades pela televisão, inclusive, tivemos a oportunidade de nos conhecer pessoalmente quando ambos morávamos em Curitiba, mas nunca tinha parado para decifrar a real face desta pessoa. Inicialmente eu diagnosticaria o caso deste falso profeta como sendo megalomania compulsiva e crônica, algo de difícil cura e de total inacessibilidade para a pretensão de compreensão, mas hoje eu tive a impressão totalmente contrária. Fui buscar mais informações sobre esta pessoa e cheguei a conclusão pessoal que se trata de uma fraude (é óbvio) e que busca o enriquecimento à custa de pantomimas televisivas.
Na biografia do ator consta que ele foi o fundador da Suprema Ordem UNIVERSAL da Santíssima Trindade em 1982 após ter praticado o Ato Libertário dentro da Catedral Metropolitana de Belém do Pará; ele afirma ter tido uma revelação quando contava 33 anos de idade e nesta revelação, “seu pai”, Deus, pede para ele assumir a sua verdadeira identidade após ficar alguns dias em total jejum (carece de provas concretas). A dita revelação teria ocorrido em Santiago do Chile, segundo o próprio Inri.
Acontece que antes desta pseudo revelação o jovem Iuri Thais (nome verdadeiro) já era conhecido como Iuri de Nostradamos, nome que ele mesmo havia adotado para praticar consultas de vidência e conselhos espirituais. Também consta na ficha do Inri Cristo que ele adotou o termo “Inri” após uma publicação sobre sua vida por um jornal do México, notem a total falta de originalidade de alguém que se afirma ser Deus.
Na psiquiatria moderna já há qualificação para casos como este do Cristo brasileiro, chama-se de Complexo de Messias, mas verdadeiramente o que já se pode observar na maioria concreta deste tipo de caso é que tais pessoas viviam em total abstinência de materialidade, ou seja, elas abdicavam e odiavam a angariação de dinheiro para qualquer finalidade. A loucura benévola de Inri Cristo adota justamente o contrário de tudo isso.
Complexo de Messias é um estado psicológico no qual o indivíduo acredita que ele é ou está destinado a se tornar o salvador de algum campo de atuação específico, grupo, evento, período de tempo ou até mesmo do mundo inteiro. Afligidos pelo Complexo de Messias louvam sua própria glória ou alegam absoluta confiança em seus próprios destinos e capacidades e nos efeitos que terão sobre um grupo de pessoas ou aspecto da vida. Em alguns casos o complexo de messias pode estar associado à esquizofrenia onde a pessoa ouve vozes, tem alucinações e acredita que são Deus, espíritos, anjos, deuses ou outros que falam com ele o que, na visão da pessoa, confirmaria sua “messianidade”. Nos casos mais graves, pessoas com Complexo de Messias podem se enxergar literalmente como Messias espirituais e religiosos com poderes transcendentes e destinados a salvar o mundo.
É óbvio que todos sabem que as seitas, templos, religiões, enfim, os locais onde são praticados os ritos religiosos necessitam de água, luz e outras necessidades básicas para se manterem abertas, limpas e funcionando; todos sabem que Deus, como forma de expressão de divindade, não assina cheques e não coloca as contas destes lugares no débito automático do Banco Celeste. Presume-se então que os pastores de modo geral precisam convencer seu rebanho a contribuir para que eles paguem desde funcionários, em alguns casos alugueis e as contas das concessionárias públicas. O que sobra desta contribuição voluntária, alguns fazem doação própria e outros enviam para seus superiores.
No caso da seita de Inri Cristo, não se sabe ou se pode afirmar o quanto ele recebe anualmente com sua peregrinação; sabe-se apenas que sua participação nos programas de televisão é a troco de doações “gordinhas”, afinal, ele é sempre a estrela principal e deixa qualquer programa humorístico no chinelo após suas aparições.
Mais profissional, com inúmeros gestores e conselheiros, pastores, bispos, igrejas, canais de televisão, rádios, jornais e muito dinheiro, não menos diferente de Inri Cristo é o Bispo Macedo; Macedo é tido em seu meio religioso como o homem enviado de Deus ou uma espécie de representante exclusivo de Jesus Cristo e dispensa qualquer apresentação.
Edir Macedo Bezerra, o homem de 64 anos é empresário e Papa da Igreja Universal do Reino de Deus, que está presente nas Américas, Europa e África. Formado em teologia e filosofia cristã, ele vem recebendo críticas e seguidores desde a década de 70 quando iniciou a construção de seu império. Sua igreja é genuinamente brasileira e depois da compra da Rede Record Macedo viu seu rebanho triplicar a cada ano.
Edir Macedo ficou preso e utilizou desta penitência para fazer ainda mais marketing de seus poderes, dentre eles o de controlar a mente dos mais pobres e mais necessitados. Ele a todo o conglomerado de templos luxuosos e confortáveis são sustentados a princípio pelo dízimo e ofertas escandalosas de seus seguidores. A alegação de que a IURD "exige" de seus membros contribuição financeira descabidamente elevada é uma das acusações mais comuns dirigidas a esta. Os críticos da IURD fazem acusação de que o percentual mínimo de 10% é muito alto e alegam que tal dízimo seria exigido, contudo seus defensores afirmam ser um pagamento espontâneo.
A forma como a IURD pede dinheiro costuma chocar aqueles que não são seus membros. Mesmo entre estes há quem concorde com a afirmação de que ela possivelmente provoque em algumas pessoas um constrangimento que induza a contribuição. Entretanto, não há formalmente exigência ou cobrança de valores por parte da igreja, nem há concordância de que membros que supostamente contribuam com menos do que a igreja espere sejam preteridos na congregação ou excomungados. Tais preceitos são os pontos de maiores contestações!
Os críticos da IURD também costumam questionar a motivação para a contribuição. É comum que a IURD, tanto em seus templos quanto em programas de difusão aberta por rádio e televisão, associe o dízimo e ofertas voluntárias adicionais a retribuições e graças materiais da parte de Deus para com aquele que contribuiu. Para os críticos, em especial os religiosos, as passagens bíblicas que garantem que Deus abençoa aqueles que voluntariamente contribuem não especificam a natureza material ou imaterial de tais bênçãos.
Críticas ao dízimo, no entanto, são subjetivas. Para a Igreja Universal, a fidelidade nos dízimos e nas ofertas traria bênção material (com base em Malaquias 3.6-12 e Gênesis 13.2). Segundo eles, o dízimo pode ser um ato de culto (Mateus 23.23). E mesmo a posição de que a promessa de retribuição de Deus à contribuição não seria necessariamente material dá espaço à possibilidade de ser material, porque haveria passagens bíblicas que assim o afirmariam (Provérbios 3.9,10).
Edir Macedo considera o "sacrifício financeiro" como algo sagrado. Costuma usar o livro de Atos capítulo 5 para fundamentar sua postura. Os fiéis de Macedo, ao que se observa pelos próprios depoimentos, as vezes se desfazem de tudo; o “tudo” que também se pode observar pode ser um botijão de gás e uma mesa velha, mas eles vendem móveis, imóveis, roupas e ofertam tudo que arrecadaram a igreja e sonham com dias em que Deus, piedoso e gracioso, através de Edir Macedo, lhes darão tudo de regresso, acrescido de juros divinos, que é pregado como sendo os mais altos desta galáxia.
Inri Cristo, Edir Macedo e alguns outros como o casal Sônia e Estevan Hernandes curtem certa onda de “super estrelas”; estas pessoas estão acostumadas, umas mais e outras menos, mas num contexto generalizado, a serem observadas como deuses ou algo de quase mesmo plano com pessoas aos seus pés, muito dinheiro nas contas correntes e mordomadas, muitas prerrogativas; neste ponto eles todos se parecem, eles todos são iguais. São pessoas que utilizam o nome de um morto que é temido e adorado, se dizem seus representantes e com isso, levam a vida numa boa!
O mundo está cheio desta gente!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br