EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HÁBITO PARA UMA VIDA SAUDÁVEL

Os problemas ambientais são, grosso modo, problemas de comportamento. O comportamento individual passa pela educação que cada um recebe no seu habitat, em casa, na escola e da família que o educa. Mas o comportamento coletivo passa pelos conceitos de educação ambiental, porque o meio ambiente é tudo aquilo que nos cerca, o que consumimos e até o que pensamos.

A educação coletiva vista como educação ambiental vem desde a década de 1970. Começou a se tornar oficialmente ambiental, em termos planetários, com a Conferência de Tbilisi (1977), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), quando foram sistematizados os princípios da Educação Ambiental, que se preconizam até hoje.

A Constituição Federal brasileira de 1988 traz um capítulo dedicado ao meio ambiente e a obrigatoriedade da educação ambiental nas escolas vem desde os anos de 1990, com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação, que prevê a discussão e o tratamento das questões ambientais junto com outras matérias curriculares. Mas nada disso ainda conseguiu fazer o tema se tornar um aspecto forte e determinante na educação dos brasileiros.

Duas razões já nos são muito claras. Primeiro, a falta de capacitação dos professores, sobretudo os ligados às redes públicas de ensino, que os impede de serem sensíveis a assunto tão importante e atual. Quando treinados, eles conscientizam as crianças e estas, por sua vez, invertem os valores de educação pais/filhos e passam elas a dar noções de respeito à natureza para os adultos.

A segunda questão (aí voltamos aos problemas comportamentais) é que nós, adultos brasileiros, acostumados à fartura ecológica do nosso país, também não tivemos direcionamento correto quanto à manutenção dos recursos naturais e somos praticamente incapazes de dar exemplos aos nossos filhos. O exemplo, dia-a-dia, deveria começar em casa e depois ganhar o mundo. E, se parece tudo perdido, vêm as perguntas “ecologicamente erradas”: Por que eu devo dar o exemplo? Se todos jogam lixo na rua, canais e rios, por que devo eu fazer a minha parte?

O ser humano tem, naturalmente, uma visão imediatista dos resultados e isso os impede de dar o primeiro passo na busca de um meio ambiente mais limpo e uma melhor qualidade de vida. Ele pensa que um simples gesto de jogar o seu lixo no lixeiro enquanto a rua está cheia deles é “um nada” dentro do contexto. Mas na busca pela educação ambiental e por um nível de conhecimento necessário a uma vida mais sustentável um ato desse tipo é absolutamente importante.

O gesto solitário de um ser humano educado pode parecer, hoje, muito pouco para quem não acredita que ainda é possível mudar. Mas, de um em um, mais cedo ou mais tarde, tornar-se-á um hábito de todos.

Alexandre Acioli é jornalista.

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