Um povo católico
O fascínio da crença e da mística tem um importante papel na vida do brasileiro. A fé católica foi trazida ao Brasil pelos portugueses que se estabeleceram no território a partir de 1500 . Os indígenas, seus primeiros habitantes, praticavam cultos religiosos diversos. Na sociedade colonial a fé católica era obrigatória, não sendo toleradas outras formas de manifestação religiosa. Por essa razão, as populações negras trazidas como escravos foram obrigados também a receber o batismo e observar os preceitos católicos. Desde o inicio a fé expressou-se em popular e oficial.
A fé popular se expressa por meio de terços, ladainhas, benditos, procissões, promessas, romarias. O brasileiro antes de tudo é católico! Entre os santos mais populares estão São João, Santo Antonio, São Francisco....
O brasileiro possui isso de extraordinário, pode fazer de um objeto um símbolo, um mito e de uma ação um rito. Os leigos assumem funções religiosas como rezadores, benzedores e conselheiros. Pastores, pajés, mãe-de-santo... adotam roupas e adereços, postura física e em geral, o seu falar adquire certas expressões e palavras próprias do movimento.
Ser católico faz parte da identidade do brasileiro. Ser católico de tradição é seguir os costumes e ditames religiosos da família, ir á missa aos domingos ou ao culto, casa-se de acordo com sua fé cristã.
Os transcendentalistas radicais querem atingir a verdade religiosa e traduzi-la numa fórmula que funcione sem historia e que automatize num passe de mágica. Daí, acionarem o espírito para agir em substituição ao esforço e iniciativa própria. A situação histórica e social do mundo não é da sua conta. Os problemas de justiça, de economia, de política, de emprego, desemprego, doença, drogas, etc...tudo se resolve pela prece mágica. Utilizando Deus e a Fé. Deus é brasileiro e está sempre ao lado dos fracos e oprimidos, tenha fé, basta você entrar em transe e beber do espírito e ele por si resolverá todas as suas frustrações, encherá de alimento as suas panelas e trará de mão beijada a sorte grande na super sena. A exclusividade sobre a transcendência leva a alienação.
A religião é o resultado da coletividade das experiências religiosas de um grupo social, é a personificação da transcendência humana, onde os membros desse grupo encontram uma relação de dependência e se consideram obrigados a um certo comportamento em sociedade, ou seja este “mínima catholica” é um tecido frouxo, a atuação de qualquer religião está limitada e orientada por seu contexto social.
São muitos os “católicos” que freqüentam um centro espírita e quando a coisa vai mal, por que não ir à igreja do bispo Macedo fazer uma campanha?
Naturalmente no “maior pais católico do mundo”, para quem vê tudo a partir de Deus, o mundo todo é um grande sacramento, cada coisa, cada evento histórico, surge como sacramento de Deus e de sua divina vontade. Mas isso só é possível para quem vive com Deus.
Stella Bernardes
(12/04/2009)