A ENTREGA DO SABER: Um Pensar Psicopedagógico, por Seilla Carvalho.
A ENTREGA DO SABER: Um Pensar Psicopedagógico, por Seilla Carvalho.
Convergência e sinergia nos tempos e espaços são o que reclamam o desejo e o esforço do aprender e ensinar para a liberdade e a eqüidade.
Com consciência, sentir e compreender os significados envolvidos no segredo da vida em cada lugar onde objeto-sujeito revela a harmonia de sua incompletude.
E nas reaprendências desse movimento perceber que com a poesia da criação tudo se renova a cada rol de vivências criativas da suposta incoerência do pensar.
Nessa dança paradoxal e apaixonante composta de ensinantes e aprendentes tudo é respiração, inspiração da autêntica entrega e surpresa no compartilhamento de sentidos.
Cadê o gérmen das autorias?
Na ousadia, na coragem, no desejo e na alegria de ensinar gente a descobrir-se e construir roteiros e trajetos singulares rumo ao desvelamento da ciência do saber com consciência.
Por uma pedagogia do auto-encontro!
É o clamor de quem educa com amorosidade no mundo atual. De quem educa num espaço transdisciplinar, habitado no todo que comporta a cidadania humana e planetária dos múltiplos ritmos para a dança das diferenças e das vozes distantes.
Terra, o nosso habitáculo celestial, a nossa casa, a nossa escola... esse é o lugar para desenvolvermos a capacidade de viver os encontros com as nossas inúmeras e insuspeitas sapiências, como uma via amorosa de crescimento com o outro que habita em cada um de nós.
No aqui-agora, nos espaços, formas e tempos multivivenciais, temos seres em conexão e gente aprendendo a ser Gente: idosos, adultos, jovens, adolescentes, crianças, fetos, embriões...
Todos, envolvidos na mesma Teia de Relações vivenciadas nos pensamentos, sentimentos e energias, tecida na mesma história universal de singularidades.
Na dinâmica dessas realidades acontece a potencialidade para autorizar-se a partir de uma Pedagogia voltada para a mediação do pensamento, para o compartilhar de idéias, para a permissão do que é autêntico naquele que apreende o caminho e ressignifica-o em novos caminhares.
Uma Pedagogia que remova o pó das prateleiras onde descansam as idéias de um antigo pensar; importantes, porém, encerradas e perdidas num paradigma contextualizado num outro tempo-espaço de elaboração.
Que venha, sobretudo, uma Pedagogia que inclua o olhar que não entendemos; a voz que não sabemos dizer; o fazer, por nós, incompreendido, pois, que jaz enviesado em outras vias; o exasperante ritmo que paralisa ou mobiliza as nossas ansiedades; o pensar articulado num labirinto de objetividades e subjetividades vistas como descabidas... mas, enfim, únicas!
Que sejamos arautos incansáveis daquilo que traz a ressonância benéfica da transformação, que aponta como um sinal, que se delineia no horizonte e que se forma nas movimentadas periferias das autorias de pensamento.
É desse movimento... do ensinar a aprender na permissão do pensar realizador que poderão ser viabilizadas novas composições de indivíduos atuando proativamente sobre as banalidades cotidianas de uma sociedade, de um mundo revestido pelo discurso sedutor das pseudo-igualdades.
Seilla Carvalho