PERÍODO REGENCIAL

PERÍODO REGENCIAL

O Brasil no decorrer de sua história passou por vários períodos com destaques positivos e negativos. No período regencial que vai de 1831 a 1840 alguns aspectos marcaram e fizeram registro na história brasileira. As revoltas populares no império simbolizaram a compreensão pelas camadas mais pobres da população de que a elite dominante as manipulava em benefício próprio. O império brasileiro vai de 1822 a 1888. O Período Regencial começou com a abdicação de D. Pedro no dia 7 do mês de abril do ano de 1831. A violência foi o ponto forte do período, destacando-se os conflitos políticos e sociais. Os povos em sua maioria já cansados pela miséria, pelo sofrimento e a fome se armaram e partiram para a luta armada, reivindicando melhores condições de vida.

A violência também incidia sobre as camadas mais aquinhoadas que disputava o velho poder político, exigindo do governo central melhor condição de vida para as províncias, bem como maior autonomia entre elas. Os partidos políticos não se uniam e a confusão era geral e a luta entre eles era inevitável, a supremacia era o azimute magnético para os partidos políticos no Rio de Janeiro. Considerados movimentos revolucionários todos eles criaram sérios problemas para a população do país naquela época, no Pará, no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Maranhão. O ponto forte destes movimentos revolucionários era exclusivamente o latifúndio, isto é a disputa pela dominação das terras produtivas. Esses movimentos tinham um vetor condenável, pois depois da conquista a maioria dos sobreviventes não ficaria com nada e os que já conheciam estas artimanhas passavam a lutar sozinhos.

A Cabanagem no Grão Pará se iniciou em 1835 durando cinco anos, tinha como participantes os menos aquinhoados conhecidos como cabanos. Os cabanos eram usados na exploração do cacau, cravo, baunilha, plantas medicinais e pimenta. Os cabanos eram liderados pelas elites e com o passar do tempo resolveram lutar pelos seus próprios direitos, pois já estavam exaustos da escravidão, da miséria, da fome, da luta pelo latifúndio e dos abusos das autoridades. Rebelaram-se e os rebeldes em 1835 resolveram invadir Belém, capital da província do Grão Pará. É bom frisar que o Conselho Ultramarino português, órgão regulamentado em julho de 1642 para tratar de todas as matérias e negócios de qualquer qualidade que fossem relativos à Índia; Brasil; Guiné; ilhas de São Tomé e Cabo Verde e demais partes ultramarinas, havia autorizado os habitantes da capitania brasileira do Grão-Pará, em 1752, a organizar uma companhia para o tráfico de africanos. O governador e capitão-mor daquela capitania, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1700-1769), irmão de José Sebastião de Carvalho e Melo o marquês de Pombal (1699-1782), tentou reunir os fundos necessários à realização do projeto, mas como o dinheiro arrecadado não alcançou montante suficiente, uma delegação de moradores da localidade decidiu então ir a Portugal para tentar convencer capitalistas portugueses a participarem da sociedade.

O governador foi expulso e Clemente Málcher um líder cabano assumiu o poder. No decorrer da refrega foi preso e executado, assim Francisco Vinagre tomou conta das ações. Vieram tropas do Rio de Janeiro e derrotaram Vinagre e o comando foi assumido por Eduardo Angelim, era o terceiro governo cabano. Outros cabanos e o próprio Angelim não conseguiram apaziguar a situação, apesar de decorridos dez anos. Muitos cabanos foram para o interior reorganizar a massa rural, felizmente em 1840 a província conseguiu a pacificação, mas a desgraça dos pacificadores deixou um saldo triste de 40 mil cabanos mortos numa população que chegava aproximadamente aos 100 mil habitantes. É a dominação à custa da violência e da morte e no frigir dos ovos os menos favorecidos são os mais sofredores. Convém salientar que, em 1621 o território brasileiro foi dividido em dois Estados autônomos: o do Maranhão, ao norte, com capital em São Luís, abrangendo as capitanias do Pará, Maranhão e também a do Ceará, e o do Brasil ao sul, com capital em Salvador, integrado por todas as demais capitanias. É de bom alvitre citar que trabalhos desta magnitude merecem pesquisas e não poderíamos deixar de citar o site: http://www.infoescola.com/historia/

A Balaiada ocorrida no Maranhão nos idos de 1838 a 1841 também teve influência da crise social e econômica do Período Regencial. Camponeses, vaqueiros e escravos era a população predominante no Maranhão que se dispersava por toda a província praticando a conhecida economia de subsistência. Os escravos formavam os quilombos para atacar os latifúndios. A escravidão, bem como a crise na exportação do algodão sofria a influência Norte Americana. As agitações populares faziam o tom da vida na província. A liderança do vaqueiro Raimundo Gomes do fabricante de balaios de onde se originou o nome da revolta, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira e do negro Cosme chefe de um dos quilombos com mais de três mil integrantes foram responsáveis por várias agitações populares.

Alguns políticos tentaram se aproveitar da situação criada, mas em 1839, em Caxias a segunda cidade mais importante foi conquistada pelos balaios, as elites foram ao pânico e o governo geral comandada pelo coronel Luis Alves e Silva enviou tropas ao Maranhão e conseguiram derrotar os rebeldes. Luis Alves e Silva - seria depois o Duque de Caxias. No final da história em 1841, com farto armamento e um grupo de oito mil homens, Luis Alves obteve sucesso na contenção dos revoltosos e, por isso, recebeu o título de Conde de Caxias. Todos os negros fugidos acusados de envolvimento na revolta foram reescravizados. Manoel Francisco Gomes foi abatido durante o movimento de retaliação da revolta. Já o vaqueiro Raimundo Gomes foi expulso do Maranhão e, durante sua deportação para São Paulo, faleceu em uma embarcação. O líder dos escravos, Cosme Bento, foi preso e condenado à forca em 1842.

A Guerra dos Farrapos ocorreu no período de 1835 a 1845 ficou conhecida também pelo nome de Revolução Farroupilha, o de mais longa duração. As camadas pobres gaúchas eram chamadas de esfarrapados. As autoridades da época esqueciam os problemas locais e procuravam negociar com outros países como Uruguai e Argentina. A criação de gado era o forte sendo a produção do charque conhecida também como carne seca. Os criadores de gado eram obrigados a pagar impostos como se a carne fosse de origem estrangeira, a revolta surgiu em 1835 com a conquista de Porto Alegre pelos gaúchos tendo a frente - Bento Gonçalves. No ano seguinte os rebeldes proclamaram a República Rio-Grandense, também conhecido como Piratini. Com Bento Gonçalves preso em enviado a Salvador os rebeldes sob o comando de Davi Canabarro apoiado por Giusepe Garibaldi, o italiano, conquistaram Santa Catarina em 1839 proclamando uma nova república que se chamou República Juliana. Bento Gonçalves era solto pelos rebeldes da Sabinada. Em 1842 começou o processo de pacificação, mas é bom frisar que a Guerra dos Farrapos ocorreu no Rio Grande do Sul na época em que o Brasil era governado pelo Regente Feijó (Período Regencial). Esta rebelião, gerada pelo descontentamento político, durou por uma década (de 1835 a 1845). O estopim para esta rebelião foi às grandes diferenças de ideais entre dois partidos: um que apoiava os republicanos (os Liberais Exaltados) e outro que dava apoio aos conservadores (os Legalistas). Em 1835 os rebeldes Liberais, liderados por Bento Gonçalves da Silva, apossaram-se de Porto Alegre, fazendo com que as forças imperiais fossem obrigadas a deixarem a região.

Após terem seu líder Bento Gonçalves capturado e preso, durante um confronto ocorrido na ilha de Fanfa ( no rio Jacuí), os Liberais não se deixaram abater e sob nova liderança (de António Neto) obtiveram outras vitórias. Em novembro de 1836, os revolucionários proclamaram a República em Piratini e Bento Gonçalves, ainda preso, foi nomeado presidente. Somente em1837, após fugir da prisão, é que Bento Gonçalves finalmente assume a presidência da República de Piratini. Mesmo com as forças do exército da regência, os farroupilhas liderados por Davi Gonçalves, conquistaram a vila de Laguna, em Santa Catarina, proclamando, desta forma, a República Catarinense. Entretanto, no ano de 1842, o governo nomeou Luiz Alves de Lima e Silva para comandar as tropas que deveriam os farroupilhas. Apos três anos de batalha e várias derrotas, os "Farrapos" tiveram que aceitar a paz proposta por Duque de Caxias. Com isso, em 1845, a rebelião foi finalizada.(http://www.historiadobrasil.net/farrapos/).

A Sabinada ocorreu na Bahia entre 1837 e 1838 tendo sido a mais curta de todas as revoluções Sociais, teve a liderança do médico Francisco Sabino da Rocha Vieira.

Diferentes das demais envolveu as camadas médias da Bahia, alguns militares apoiaram os rebeldes tomando o poder em Salvador e proclamandoa a República Bahiense cuja duração foi efêmera. As tropoás fiéis eram volumosoas e os rebeldes não oferceram reação e foram dominados. Houve muita crueldade, Salvador ardia em chamas e os soldados jogavam as vítimas dentro das casas incendiadas. O clima político na capital baiana ficou pior quando o Padre Feijó renunciou ao governo, e a apresentação da Lei de Interpretação do Ato Adicional. Tudo isso desagradou à classe média, representantes das oligarquias rurais e o setor militar. Eles então criaram uma república temporária, que iria governar a Bahia até que D. Pedro II alcançasse a maioridade (15 anos). Mas as ações dos grupos rebeldes foram poucas, conseguiram apenas conquistar alguns quartéis. Isso facilitou a repressão do governo, comandada pelo marechal-de-campo Crisóstomo Calado, que combateu severamente os desordeiros. Francisco Sabino foi exilado na província de Mato Grosso onde faleceu.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO D ACI E ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 06/04/2009
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