LIXO TÓXICO: UMA AMEAÇA À POPULAÇÃO
A questão ambiental em todo o mundo é um tema que vem sendo amplamente debatido, em vista da crescente degradação existente e pelo fato de que um ambiente em equilíbrio reflete diretamente na qualidade de vida da população. Atualmente, os resíduos sólidos (lixo) são uma das mais sérias ameaças às pessoas.
A população cresce em níveis geométricos e – juntamente com ela – aumenta a produção de lixo. Estima-se que cada ser humano produza, em média, 600 gramas de lixo, diariamente. Multiplicando-se essa quantidade pelo total da população mundial (estimada em cerca de 6,8 bilhões de pessoas, em 2006), teremos 4,08 bilhões de quilos de lixo produzidos diariamente. A maior parte desses resíduos é lançada a céu aberto, o que representa um enorme desperdício de matéria-prima e de energia, além de resultar na degradação ambiental, que ainda é agravada pela falta de planejamento ambiental das nossas cidades.
Neste momento, considerando os inúmeros impactos negativos ao meio ambiente, provocados por essa prática nociva, merece registro o trabalho desenvolvido por diversas organizações não governamentais (ONGs) e milhares de voluntários preocupados com a destinação inadequada dos resíduos tóxicos, como as lâmpadas fluorescentes, disquetes, baterias e pilhas diversas. Comumente, esses materiais vão parar no lixo doméstico, são abandonados nos lixões ou lançados nos córregos e rios, provocando a contaminação do solo e das águas.
Esses materiais contêm metais pesados como o mercúrio, o cádmio e o níquel, que podem provocar desde irritações na pele e problemas neurológicos, até mutações genéticas e diversos tipos cânceres. Portanto, não podem simplesmente ser abandonados em qualquer lugar. Têm que ser encaminhados aos aterros sanitários ou industriais ou devolvidos aos fabricantes para que dêem a destinação correta.
Dar a destinação correta a pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes é dever dos fabricantes e distribuidores, segundo determina a Resolução nº 257/99, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que também diz ser de responsabilidade destes, entre outras coisas, a promoção de campanhas de orientação e esclarecimento da população.
É importante registrar a necessidade das administrações municipais trabalharem mais a divulgação de informações voltadas à proteção do meio ambiente e o desenvolvimento local integrado e sustentável. E por que não orientar e incentivar o hábito do recolhimento ambientalmente correto de todo lixo tóxico?
Infelizmente, grande parte da população ainda está pouco informada e quase nada preocupada em não degradar ainda mais o meio ambiente. Por outro lado, os fabricantes dessas verdadeiras “bombas” tóxicas preocupam-se apenas em produzir, vender e encher os bolsos de dinheiro. Orientar e esclarecer o público, nem pensar!
*Alexandre Acioli é jornalista
alexandreacioli@yahoo.com.br / aciolijornalista@gmail.com