NOSTALGIA
São exatamente 8 horas e 32 minutos da manhã de Quarta-Feira, dia 14 de Janeiro de 2009, meu filho completa hoje um ano e cinco meses de vida, não fui ao trabalho para tentar responder uma gama de exercícios matemáticos para a faculdade, infelizmente não conseguí me concentrar em meu propósito. Depois de várias tentativas de calcular, tocava em meu DVD, lindas canções da Banda Gospel Novo Som, tais músicas me reportaram ao passado, à minha origem existencial terrena,então, não resisti à tentação de apossar-me do teclado e tentar compartilhar tais lembranças que creio firmemente não ser o único a experimentá-las na vida.
Sentí saudades da ingenuidade própria das tenras idades dos seres humanos.
Sentí saudades das paixões adolescentes idealizando a mulher perfeita (a qual todos virão a descobrir mais cedo ou mais tarde que ela não existe).
Sentí saudades da liberdade de cometer erros sem por isso ser estigmatizado.
Sentí saudades dos tempos em que corria nas ruas descalço jogando futebol e no entanto sem se preocupar com o que os outros poderiam estar pensando de mim.
Sentí saudades dos tempos em que eu sorria para as pessoas e elas correspondiam também com um sorriso que eu acreditava ser sincero.
Sentí saudades dos tempos em que não me preocupava com a finitude humana e simplesmente vivia com intensidade e significado cada momento da vida.
Sentí saudades dos tempos em que via meus pais e avós como autoridades máximas sobre mim.
Sentí saudades do simples em detrimento do complexo.
Sentí saudades das tardes de verão, nas quais eu observava o crepúsculo solar e sua incidência na vegetação.
Sentí saudades dos tempos em que era valorizado pelo que era e não pelo que tinha.
Sentí saudades dos tempos em que as diferenças entre ricos e pobres, intelectuais e analfabetos, não causavam tantas facções em nossas igrejas.
Sentí saudades!
Não sei exatamente porque nosso espírito reage dessa forma em relação a certas coisas do passado, mas até parece que essas manifestações nostálgicas são frutos do clamor do espírito humano por situações e circunstâncias que lhes são próprias e originais e que no entanto foram alteradas no decorrer dos anos, de forma que agora ele clama pelo estável que lhe é próprio. Quando penso sobre esse assunto, sempre me vem à mente o texto bíblico que os discícpulos censuram as crianças por "perturbarem" o mestre, aí então o mestre (Jesus Cristo), faz uma bela declaração: "Se não vos tornarem semelhantes à crianças, de maneira alguma entrarão no Reino dos Céus"
Ady Martins