Reflexões em torno da prática de produção da escrita
Habitualmente percebemos a falta de habilidade de nossos alunos para produzir textos coesos e coerentes. Devido a um modelo de ensino de língua portuguesa que não concebe o texto como sendo principal objetivo de seu trabalho.
O trabalho com a linguagem no sentido da constituição de leitores e escritores, tem que considerar o texto como a principal preocupação do ensino da língua materna. Já que é o texto que permite ao aluno perceber e analisar os fatos linguísticos em situações de uso, e não em unidades isoladas. Marcushi (1983: 12,13) apresenta uma definição provisória quanto a essa questão: “A Lingüística Textual trata o texto como um ato de comunicação unificado num complexo universo de ações humanas”. Isso significa reconhecer que a comunicação entre homens através da fala e da escrita não se dá por palavras ou frases aleatoriamente lançadas, mas ocorre via textos em situações reais de interação.
No entanto, verifica-se que a prática da leitura e produção de textos nas escolas recobre, ainda hoje, uma tímida e insatisfatória parcela do ensino da língua. A produção escrita de nossos alunos representam o resultado de um ensino que trata o texto como algo descontextualizado, apenas como pretexto para aprendizagem da teoria gramatical. Já que as gramáticas de frase, também não apresentam a descrição dos fenômenos linguísticos inexplicáveis
O nosso desafio é entender as dificuldades da escrita que nossos alunos enfrentam e encontrar possíveis estrátégias de intervenção do professor. Já que este é o principal mediador na construção textual.