Operário,trabalho e trabalhador,por um "Corpo decente",entre outras coisas.

05/05/2006 20h15

Trabalho,Trabalhador,Operário:divagando em torno de um tema(I)/Clevane

Carmen querida:muitíssimo grata por essa atenção especial.Brotou-me,o texto,de um fôlego,qual se fosse missão.e na verdade,o é.

Relendo-o,agora pela manhã,vejo minhas "clevanices" de digitação.

Corrijo,então ,em azul.Desculpe.

Na parte 2,quero colocar outros poetas falando de trabalho,pois resolvi fazer um e-book.Em especial,nesta segunda parte,trovas.

As que tiver-de humor,filosóficas ou líricas,no tema.poderia repassar-me?Sei que os trovadores são generosos,não reclamam qdo os colamos,com a devida autoria,para serem lidos.Eu,pessoalmente,sempre digo;o que mais quer o poeta é ser ouvido,lido...

Bjs,bom final de semana.

Que bom vc ter gostado!

Clevane

N:lamentavelmente.o texto,ao ser repassado,perde a configuração.de qq forma,irei ao meu blog corrigir lá e então,estará como soi ser,um texto em prosa.

Também pedirei à paola caumo para colocar em meu site "Clevane de asas",que ela fez,para repassar,pois já formatada,o texto não se desconfigura,não se "des/figura".

carmen pio escreveu:

Queridos Irmãos Trovadores

Recebi hoje pela manhã esta maravilha, escrita pela Clevane, que lhes passo

para reflexão e apreciação, pois é digna de ser realmente apreciado.

Parabéns à Clevane e a todos nós por tê-la participando do Movimento

Trovadoresco.

Beijos a todos e bom final de semana!

Carmen Pio

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Considerações sobre trabalho, trabalhadores, "Operário em CONSTRUÇÃO",

Poesias...(I)

Clevane Pessoa Lopes

O editor Douglas Lara envia, no seu boletim virtual "Últimas

Notícias/Acontece em Sorocaba”, o link abaixo,sobre Direito do Trabalho, pois há poucos dias celebramos trabalhador e trabalho, operário e obra, criador e criatura... Dessas relações espiraladas, intrinsecamente ligadas, interdependentes, nasce o cidadão que faz. E do qual dependemos. E que não podemos esquecer. E que somos também, de uma forma ou de outra. Em nosso País, já não existem os milionários de família, a viver de rendas. Bem que eu queria viver de rendas para ter mais tempo, pintar, escrever... Os tempos .todavia,são outros.

são outros.

Eis o link:

"As origens do Direito do Trabalho

No último dia 1º comemorou-se o Dia do Trabalho, tornando-se oportunas

algumas considerações acerca da origem do trabalho.

http://www.jcsol.com.br/2006/05/05/05A204.php"

Eu, Clevane, penso que advogados, legisladores, policiais e quaisquer

pessoas que possam estar com o Outro, defendê-lo das exorbitantes,

precárias, duvidosas, inter-relações empregador/empregado (poucos são os justos, nesse campo: maquiam as arbitrariedades com benefícios, massagens, prêmios, clubes, pontuações...).

Onde andará a genuína preocupação (pré-ocupação)?

Os advogados, os juízes, os legisladores, os políticos devem ter sempre em mente os Direitos Humanos: do empregado; do empregador, também. Já é mais que hora de cessarem os abusos. Os donos dos poderes, também.

Nas relações acadêmicas, entre corpo docente e discente, no meio político, no meio social, no meio de trabalho principalmente, é preciso formar o "CORPO DECENTE". Isso perpassa pelo respeito, consideração, reconhecimento das interdependências. Chega de ludibriar o trabalhador. De assinar carteira e pagar outra quantia, sempre a menor, pois o outro aceita para comer. Para

vestir-se.Viver. Chega de contratar menores quando a Lei o proíbe: quando é que os estudos de um jovem serão importantes para esse País?Estudos mais formação,não apenas diploma,principalmente.Educação plena,quando será importante de verdade? Todavia, o conceito mais ouvido por mim, que atendi em Posto de Saúde Pública, no antigo INAMPS e depois no Hospital Júlia Kubtscheck (em Belo Horizonte,MG, onde coordenei a Casa da Criança e do Adolescente), dos pais, era: - "meu filho precisa trabalhar para aprender a ser gente...para ajudar em casa...para não ficar na rua"..."para não usar drogas"..."não ser vagabundo..."Poucos pais pobres, pensam no estudo como um bem realmente necessário.

Estuda-se para crescer socialmente, para ganhar mais dinheiro. Não se considera o Saber como algo que ninguém pode roubar...E assim, trabalham as crianças. As crianças carvoeiras. As crianças malabaristas nos sinais (não se iludam: não estão brincando). Não estão ali para irritar ou distrair você: estão trabalhando, operários lúdicos, que precisam levar para casa as parcas moedas ganhas...Tenho a foto de uma criança usada, pelo peso leve,

para subir em mastros altos de barcos e amarrar velas ou algo similar. Lá,

das alturas, o vento cortando-lhes o rosto e o sol amorenando e

crestando-lhes as carinhas precocemente enrugadas, o sal ardendo nos olhos, o coraçãozinho a bater qual a de passarinhos que não podem fugir, eles vêem um horizonte que não terão, largo demais para ser verdade... Falo de um costume de S.Luiz,Maranhão,passado por banal,não fôra o olhar espantado do fotógrafo,paulista,ali morando.Sensível,ele fez o foto-álbum com o qual presentearam o Papa João Paulo II quando aqui esteve.A foto é deslimbrado:lá nasalturas, a criança fazendo a amarração.

A poetisa Hila Godinho, na revista Estalo número quatro, escreveu sobre o chamado "Menino do Couro":ciranças , que antigamente desciam amarrados, nas estreitas minas verticais:

"Menino do Couro”

Posso ouvir seu choro pequeno

no silêncio total desse cofre,

um século e mais depois.

Menino de couro

posso sentir seu medo

no ar quente desse buraco

que agora enche de calafrios

minha alma.

Menino do couro,

posso notar seu pavor de descer acorrentado

e só e não subir de volta ao ar

acompanhado de seu peso em ouro.

Menino do couro

posso imaginar o açoite,

sentir o cheiro do sangue e a dor da ferida,

da justiça senhora e da humilhação,

da cabeça da criança violentada e sem defesa.

E só agora,

a partir de agora

posso lhe dar meu colo, tardio de mãe,

minha voz solitária,

e essa lágrima quente

enterrada há mais de um século

no aperto inexplicável

desse coração

de cor vermelha.

(Hila Godinho - Belo Horizonte/MG - hilagodinho@ig.com.br)

Essa fala, brotada de meu imo, de minha experiência com comunidades carentes, desperta o meu lado poeta. E imediatamente, vêm-me à cabeça dois

grandes poemas: "Construção", que Chico escreveu( e aí é perfeita a relação

entre criador e criatura), e canta "Operário em Construção”, de Vinicius. Não posso furtar-me a transcrevê-las. Se não puder ler tudo, copie e leia em vários momentos. Saboreie. Introjete. Decore. Repasse. Imprescindíveis!

Em "Construção", Chico Buarque faz a inovação de terminar cada um dos versos de ritmo marcante, com um proparoxítono, e mais, repete a estrofe toda, trocando entre si, esses vocábulos, qual as cores de um cubo mágico. E mais estrofe três vezes, número cabalístico e poderoso. Tudo para que a mensagem principal do contexto, aponte vertiginosa para a destinação do homem trabalhador, num trabalho maravilhoso do qual poucos se dão conta. Aconteça

o que acontecer na ação verbal implícita nos adjetivos e substantivos

proparoxítonos, o homem sempre morrerá. Como se fosse isso ou aquilo, embora, age. Mas morrerá qual um objeto que atrapalha. O conceito de destino, destinação, fado, sina, fica a gritar, rasgante. Parecesse ele tímido ou bêbado, príncipe ou pássaro, máquina ou mágico, terá de cumprir essa particular e também generalizada signa. Lúgubre. Vida sinóptica, que não logrará avatares, estares, descansares. Sem proteção, o operário morre.

No entanto, se espera, em Direitos Humanos, de forma redundante, que seus direitos de pessoa sejam lídimos...

CONSTRUÇÃO - CHICO BUARQUE

Amou daquela vez como se fosse a última

Beijou sua mulher como se fosse a última

E cada filho seu como se fosse o único

E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina

Ergueu no patamar quatro paredes sólidas

Tijolo com tijolo num desenho mágico

Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado

Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago

Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado

E flutuou no ar como se fosse um pássaro

E se acabou no chão feito um pacote flácido

Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último

Beijou sua mulher como se fosse a única

E cada filho seu como se fosse o pródigo

E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido

Ergueu no patamar quatro paredes mágicas

Tijolo com tijolo num desenho lógico

Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe

Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo

Bebeu e soluçou como se fosse máquina

Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música

E flutuou no ar como se fosse sábado

E se acabou no chão feito um pacote tímido

Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina

Beijou sua mulher como se fosse lógico

Ergueu no patamar quatro paredes flácidas

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro

E flutuou no ar como se fosse um príncipe

E se acabou no chão feito um pacote bêbado

Morreu na contramão atrapalhando o sábado.

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E agora, esse poema-espanto de Vinicius de Moraes, que todas as pessoas deveriam ler para se lembrar de que, não fossem os obreiros, o que poderíamos ter? Apenas o também fazer, para viver, renovar, inventar...

Quando se diz, popularmente, que fulano "é um Cristo", muito mais que a figura, afigura-se um ser capaz de ser tentado e ainda assim, permanecer na sua força pessoal, movido por motivações internas inalcançáveis para os donos do poder. Mas que são, estes, bem capazes de usurpar direitos, enganar, aproveitar-se da necessidade do outro. No ritmo da menos valia, cruz a que o prega a diferença social, o operário tem a grande motivação de

todas as pessoas: a fome deve ser "matada". Morta, nos filhos e em si, na companheira que ao lado dorme, sentir-se-á cumpridor de sua sina humilde, simplificada ao extremo: quer pão, não pode comer tijolo, nem cimento. Esses elementos são seus objetos de trabalho, são os sub-objetivos do patrão: a construção maior. Enquanto isso, o homem se argamassa: "operário em construção"...

OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO -VINICIUS DE MORAES

Era ele que erguia casas

Onde antes só havia chão.

Como um pássaro sem asas

Ele subia com as asas

Que lhe brotavam da mão.

Mas tudo desconhecia

De sua grande missão:

Não sabia por exemplo

Que a casa de um homem é um templo

Um templo sem religião

Como tampouco sabia

Que a casa que ele fazia

Sendo sua liberdade

Era a sua escravidão.

De fato como podia

Um operário em construção

Compreender porque um tijolo

Valia mais do que um pão?

Tijolos ele empilhava

Com pá, cimento e esquadria

Quanto ao pão, ele comia

Mas fosse comer tijolo!

E assim o operário ia

Com suor e com cimento

Erguendo uma casa aqui

Adiante um apartamento.

Além uma igreja, à frente

Um quartel e uma prisão:

Prisão de que sofreria

não fosse eventualmente

Um operário em construção

Mas ele desconhecia

Esse fato extraordinário:

Que o operário faz a coisa

E a coisa faz o operário.

De forma que, certo dia

À mesa, ao cortar o pão

O operário foi tomado

De uma súbita emoção

Ao constatar assombrado

Que tudo naquela mesa

- Garrafa, prato, facão

Era ele quem fazia

Ele, um humilde operário

Um operário em construção.

Olhou em torno: a gamela

Banco, enxerga, caldeirão

Vidro, parede, janela

Casa, cidade, nação!

Tudo, tudo o que existia

Era ele quem os fazia

Ele, um humilde operário

Um operário que sabia

Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamentos

Não sabeis nunca o quanto

Aquele humilde operário

Soube naquele momento

Naquela casa vazia

Que ele mesmo levantara

Um mundo novo nascia

De que sequer suspeitava.

O operário emocionado

Olhou sua própria mão

Sua rude mão de operário

De operário em construção.

E olhando bem para ela

Teve um segundo a impressão

De que não havia no mundo

Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro desta compreensão

Desse instante solitário

Que, tal sua construção

Cresceu também o operário

Cresceu em alto e profundo

Em largo e no coração.

E como tudo que cresce

Ele não cresceu em vão

Pois além do que sabia

- Exercer a profissão -

O operário adquiriu

Uma nova dimensão:

A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu

Que a todos admirava:

O que o operário dizia

Outro operário escutava

E foi assim que o operário

Do edifício em construção

Que sempre dizia \"sim\"

Começou a dizer \"não\"

E aprendeu a notar as coisas

A que não dava atenção

Notou que sua marmita

Era o prato do patrão

Que sua cerveja preta

Era o uísque do patrão

Que seu macacão de zuarte

Era o terno do patrão

Que o casebre onde morava

Era a mansão do patrão

Que seus dois pés andarilhos

Eram as rodas do patrão

Que a dureza do seu dia

Era a noite do patrão

Que sua imensa fadiga

Era a amiga do patrão.

E o operário disse: Não!

E o operário se fez forte

Na sua resolução.

Como era de se esperar

As bocas da delação

Começaram a dizer coisas

Aos ouvidos do patrão

Mas o patrão não queria

Nenhuma preocupação.

- \"Convençam-no\" do contrário

Disse ele sobre o operário

E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário

Ao sair da construção

Viu-se súbito cercado

Dos homens da delação

E sofreu por destinado

Sua primeira agressão

Teve seu rosto cuspido

Teve seu braço quebrado

Mas quando foi perguntado

O operário disse: não!

Em vão sofrera o operário

Sua primeira agressão

Muitas outras seguiram

Muitas outras seguirão.

Porém, por imprescindível

Ao edifício em construção

Seu trabalho prosseguia

E todo seu sofrimento

Misturava-se ao cimento

Da construção que crescia.

Sentindo que a violência

Não dobraria o operário

Um dia tentou o patrão

Dobrá-lo de modo contrário

De sorte que foi levado

Ao alto da construção

E num momento de tempo

Mostrou-lhe toda região

E apontando-a ao operário

Fez-lhe esta declaração:

- Dar-te-ei todo este poder

E a sua satisfação

Porque a mim me foi entregue

E dou-a a quem quiser.

Dou-te tempo de lazer

Dou-te tempo de mulher

Portanto, tudo que vês

Será teu se me adorares

E, ainda mais, se abandonares

O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário

Que olhava e refletia.

Mas o que via o operário

O patrão nunca veria

O operário via casas

E dentro das estruturas

Via coisas, objetos

Produtos, manufaturas.

Via tudo que fazia

O lucro do seu patrão

E em cada coisa que via

Misteriosamente havia

A marca da sua mão.

E o operário disse: não!

- Loucura! - gritou o patrão

Não vês o que te dou eu?

- Mentira! - disse o operário

Não pode me dar o é meu.

E um grande silêncio fez-se

Dentro do seu coração

Um silêncio de martírios

Um silêncio de prisão.

Um silêncio povoado

De pedidos de perdão

Um silêncio apavorado

Com o medo em solidão

Um silêncio de torturas

E gritos de maldição

Um silêncio de fraturas

A se arrastarem no chão

E o operário ouviu a voz

De todos seus irmãos

Os seus irmãos que morreram

Por outros que viverão

Um esperança sincera

Cresceu no seu coração

E dentro da tarde mansa

Agigantou-se a razão

De um pobre e esquecido

Razão que fizera

Em operário construído

O operário em construção.

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O conceito de "operário" é de tal forma amplo, que predispõe-se, de per si, a numerosas discussões: um artista é um operário? Ele que sua, nos ensaios,que se prepara, estuda, forma-se, é operário? O vocábulo vem do Latim "operariu". As definições de dicionários especificam: "Artífice; aquele que trabalha em uma arte ou ofício". Poeta é operário da beleza. Ator, artista plástico, dançarino, pintor, artesão... A prostituta não é a famosa "operária do amor"? Não do Amor, mas do sexo. Por isso, rotuladas de mariposas, operárias da noite. Mas também trabalham nas noites longas, os enfermeiros, os médicos, os porteiros, os vigilantes, os DJs, os radialistas...Os funcionários das farmácias de plantão...

Somos todos operários. Operamos, operacionamos. Criamos. O grande Criador, o primeiro Operário. Até o ócio, pode ser criativo, para os que lidam com o imaginário, com a inspiração...

Somos todos operários.

Ou não? Por que não?...

(Clevane, em Belo Horizonte/MG/Br, às 22:04h, de 05/05/06, véspera do

aniversário de meu pai, Lourival Pessoa da Silva, que completa 87 anos de

idade... Ele, um trabalhador da honestidade, seu legado maior á família.)

De "Tina",recebo,com absoluta emoção:

"Clevane:já havia falado de vc,que deu palestra para um grupo de terceira idade para o qual minha mãe,D.Enestina,pertence.

Uma de minhas amigas,Ana Maria,sempre me repassa seus textos.Sou professora e cheguei a ensair conhecer você,quando voltasse a dar palestras.

Sou professora da oitava série e,com sua permissão,vou usar longamente esse texto fantástico,para estudos-e vou entregar uma cópia aos demais colegas,para fazer o mesmo.Ele dá margem a muitos desdobramentos.Há muitas questões embutidas.

Você é professora também?

Como você é sábia e fala de maneira direta,clara.

Obrigada por esse escrito,que li em plena madrugada de hoje(...)"

Christina A.

Não posso evitar umcontentamento enorme em ter sido compreendida.

Publicado por clevane pessoa de araújo em 05/05/2006 às 20h15

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