OUTRA

Eu havia dito num outro artigo que meu amigo Almeida havia ido para a Bahia e deixado aqui na capital mineira sua velha mãe e alguns irmãos. Muito bem, numa dessas de ficar indo e vindo no seu corcel ll, ele que nunca foi confiável numa direção de carro, o que constatou com duas cacetadas que deu com um Opala que teve, tinha ainda o costume de achar que 120 km era uma velocidade corriqueira e suave pelas esburacada BR 262. A mulher passava aperto e ele não se avexava em andar com o pé colado no acelerador, esquecendo que estava com um veículo de 25 anos de uso e uma família bem mais jovem e que queria pra comecar, viver pelos menos outros 25 sem tragédias.

Num trecho da BR 262, o baiano descia pra sua terra, Vila Mutum chinelando a bem uns 130 quando deparou com dois cavalos no meio da pista, segurou no freio, rabeou, quase capota o carro matando todo mundo mas por fim, deu uma cacetada num dos cavalos que morreu na hora e o carro danificou a ponto de a viagem ser interrompida. O susto também não foi pequeno e a mulher ralhou com ele e chamaram a policia rodoviaria.

Com alguma demora chegou uma patrulha com um par de patrulheiros que pegaram os documentos do motorista e perguntaram o que houve,

- Eu vinha tranquilo na minha mão a aparecem esse dois cavalos quase matando a gente.

O guarda confabulou com o outro e perguntou se sabiam de quem eram os cavalos, negativa acrescida da fala de que não poderiam saber estando de passagem.

O baiano mostrava-se rizonho e não gostava do jeito desconfiado do guarda que ao ver o outro cavalo pegou sua arma de fogo e disparou um balaço no meio dos olhos do bicho assustando todo mundo. e o baiano lhe perguntou:

- Ficou maluco?

- Maluco eu? pois deveria prender um irresponsável feito você que não estava em baixa velocidade, num lugar que se define 60 Km, trate de cair fora e saiba que esse tiro eu deveria acertar voce que é o verdadeiro assassino das estradas e aguarde a multa em casa que o papo acabou.

Dito isso os patrulheiros que desobstruiram a estrada entraram na viatura e foram embora.

Meses depois o Antônio Mário reclamou que havia chegado uma multa para ele em casa por excesso de velocidade.