Saudades passadas de fatos e ações não realizadas.
 
Este texto é redundante em seu conceito e foi feito de forma proposital.

Saudades sempre estão inseridas no passado.

Mas as ações realizadas ou deixadas para o futuro nos dão ainda uma leve  esperança de realizá-las.

O tempo passa, as idéias e pensamentos se transformam e nossa massa corporal e nosso desejo se aprofundam em outros interesses.

Mas as lembranças vão e vem e delas,  sim, temos saudades.


Saudades de ações que deveriam ou poderiam ter sido realizadas.

Saudades de amar mais, de beijar, de agradecer e de sentir com maior intensidade nossos amores infantis e juvenis.

Saudades de sentir a chuva, de se molhar no orvalho mesclado com o sereno de noites frias de inverno.

Saudades de aspirar com mair ardor e sofreguidão as
flores da primavera e sentir o calor bonzeador do sol de verão.

Saudades do outono ventoso e dos assobios do vento que pululava com os pássaros nas árvores quase desprovidas de folhas.

Saudades de amaciar e de pisar com mais força a grama e a relva das pastagens dos animais que nos olhavam de uma forma passiva e meiga quando invadíamos seus territórios sagrados.

Saudades da vida das pessoas que já não estão mais
nesta dimensão terrena e nos deixaram variadas lembranças.

Saudades das saudades.

Ah!
Quantas saudades inefáveis, infinitas e por isto incontáveis!

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Outono de 2009 - Joinville - SC - Brasil