MUDANÇAS NA ECONOMIA – O QUE NOS ESPERA?
MUDANÇAS NA ECONOMIA – O QUE NOS ESPERA?
Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
Emprego, crédito, commodities, bancos, taxa de juros, o que nos espera?
A fase de recuperação das bolsas parece ter começado, com alguns sinais mostrando que estamos saindo do fundo do poço, com o desempenho dos aumentos do cobre, chumbo, títulos do tesouro americano e dos corporativos. Este é um sinal de que a economia começa a reagir, com as reposições de estoques no mercado internacional, mas há estimativas de queda de 9,7% das exportações de commodities agrícolas brasileiras, mesmo com queda das safras do mercado internacional. A queda dos preços dos produtos agrícolas brasileiros será sazonal.
Nós exportamos para 150 países, produtos manufaturados que o mercado projeta queda que varia de 7% a 57%, porém, no momento existe muita especulação, houve excesso de pessimismo em algumas empresas e ousadia demasiada em outras, que agora precisam adequar às novas realidades de consumo. Vários seguimentos começam a se recuperar e em alguns casos a demanda já está aquecida, em outros a paralisação é total em virtude de falta de crédito mais acessível, mais de duas mil empresas encerram suas atividades no comércio exterior no Brasil este ano.
Na questão do emprego, precisa ser praticada política de interação social que crie novas oportunidades de emprego e renda em cadeias produtivas auto-sustentáveis. Construção civil, recuperação de áreas degradadas, energias renováveis, setor petrolífero, telecomunicações, comércio, turismo, são seguimentos que estão gerando empregos a partir deste mês, porém, existem áreas que precisam ser melhores explorados como infra-estrutura, rede de esgoto (cada R$ 1,00 gasto em saneamento representa R$ 5,00 em economia para saúde pública), educação e saúde vão demandar um acréscimo de 3% do quadro funcional, ainda este ano.
O crédito fica mais seletivo e caro para as empresas, mais barato para as pessoas físicas.
Desde que o Banco Central resolveu anunciar os valores cobrados pelos bancos no crédito, às taxas têm diminuído significativamente, com aumento da concorrência e maior oferta de dinheiro a disposição no mercado.
Os juros dos cheques especiais para pessoa física estão oscilando entre 1,67% a 9,67%, o crédito pessoal nos cartões de crédito variam de 1,29% a 20,19. As aplicações financeiras Fundos de DI, Renda Fixa e Poupanças representam boas opções de acordo com cada tipo de aplicador. Ao analisar investir precisa atentar ao prazo, rentabilidade, taxas de administração cobradas e impostos a serem pagos.
Os juros da pessoa jurídica estão mais caros, mas para os bons pagadores já começam a aparecer no mercado novos produtos de crédito com valores menores.
Bancos, na última Sexta-Feira mais 3 bancos fecharam nos EUA, totalizando 20 bancos regionais fechados na economia americana, estas instituições administravam ativos somados de mais de US$ 1 bilhão, encerram suas atividades o First City Bank (Geórgia), Team Bank (Kansas) e o Colorado National Bank (Colorado), segundo o Fdic – Federal Deposit Insurance Corporation. O governo americano lança mais US$ 1 trilhão de dólares para financiar os títulos podres dos bancos para incentivar a demanda naquele país.
Na Europa, a convulsões sociais provocadas pelas frentes de trabalho fechadas nos últimos meses começa a pressionar governos a tomar novas medidas, compete agora ao G20 pensar em estratégias de articulação global para diminuir os efeitos da crise.
Alemanha, Japão, em recessão, Brasil com crescimento zero e China com crescimento inferior a 5%, mostram que haverá uma desaceleração da economia global.
Atraso de investimentos sociais pelo mundo e da recuperação do saneamento básico, estimados em 10 anos, provocaram a morte de pelo menos 5.000 crianças por dia de diarréia, hoje são 1,1 bilhões de pessoas sem acesso a água potável no mundo.
Nós precisamos sim pensar em novas formas de auto-sustentabilidade, para criação de novas formas de trabalho que respeitem o direito a vida de todas as criaturas, de todos os povos e principalmente do nosso Planeta Terra.