CRISE DO SEXO
Em tempo de crise é comum ver alguém tendo que vender o almoço para comprar a janta; a coisa está tão crítica que até os ladrões estão sendo mais gentis e antes da investida contra suas vítimas, pesquisam e os encontram nos lugares menos esperados, como num cemitério. Segundo um site francês, dois ladrões de bancos famosos na França, resolveu mudar a modalidade de roubo; deixaram de agir em bancos de cidades do interior para garimparem peças de ouro em cemitérios onde são enterrados os abastados. Não sei se é um costume francês, mas o fato é que alguns defuntos são enterrados com objetos de alta estima, como forma de último desejo e os larápios, que já pesquisaram sobre o tema, desenterram os “presuntos” para furtarem tais objetos e chantagearem as famílias.
Estratégias incríveis foram idealizadas e deram certo pela criatividade e honestidade de muitas empresas, a exemplo do Bank One dos Estados Unidos. O pequeno banco estadunidense se viu diante de um dilema após a quebradeira dos últimos meses; eles resolveram então criar um cartão de crédito personalizado exclusivo e cobrar caro por isso. Quem for americano e quiser, por exemplo, um cartão de crédito com a foto de seu filho impressa na face do cartão e puder pagar U$ 200 a mais pelo serviço, teria consigo o único cartão de crédito com aquela estampa.
Muito embora haja uma crise instalada no setor bancário e de crédito lá nos EUA, milhares de clientes aderiram ao serviço, mantendo desta forma a esperança do Bank One quebrar. Foi uma forma simples, honesta e arrojada de tentar sair da crise, mas nem tudo é como o One idealizou. Milhares de vigaristas se aproveitam da situação caótica das pessoas para lhes tirarem o pouco (ou o muito) que ainda lhes sobraram.
Em fevereiro, os dois malandros europeus foram presos quando ligavam para uma viúva e pedia um resgate de € 10.000, cerca de 32 mil Reais. Os pilantras desenterraram um velhinho e roubaram-lhe toda a roupa, deixando-o do lado de fora do féretro o corpo totalmente desnudo, como prova proposital do crime. Após alguns dias, começaram a ligar para a viúva e numa tentativa infantil de impressioná-la, afirmaram que, caso ela não desse o dinheiro, eles encaminhariam as roupas do falecido para uma praticante de vodu, que faria sua alma penar no fogo do inferno. O que os rapazes não pesquisarem é que a velhinha, a viúva, era totalmente cética, atéia e ligou para a polícia, que os rastreou e os prendeu. Sem o dinheiro e encrencado com a Lei, terão de pagar multa de € 500.000 cada pelo crime e cumprir um pena não menor que 10 anos numa penitenciária da Riviera.
No Brasil, país não menos criativo, eu acabei pesquisando que um “cara-de-pau”, mas inteligente, escreveu um livro cujo título é “Fique rico facilmente como eu fiquei”. A idéia era levar as prateleiras das livrarias uma edição com título chamativo, (da mesma forma que eu tentei criar o título deste texto), sem nenhum conteúdo importante, apenas para vendê-lo e se tornar rico de fato. O pseudo escritor que nasceu no Rio Grande do Sul é garçom de um restaurante paulistano e ouviu a história de um cliente; pesquisou e resolveu plagiar a idéia do outro maluco, passando-lhe a perna; mas como se diz que “Deus escreve certo por linhas tortas”, o plano de ambos acabou numa Vara da justiça paulista. Para azar do garçom o editor que ele próprio escolheu é amigo do verdadeiro autor da farsa e este o acionou judicialmente; resultado: ambos estão impedidos de publicar o dito livro, por decisão judicial. No livro, que ao final dizia mais ou menos assim: “para ficar rico é simples; faça o mesmo que eu; publique um livro com um título similar e ganhe muito dinheiro”, poderá ser liberado dentro de 10 ou 15 anos, se justiça paulista for um pouco mais célere!
Sem sombra de dúvidas que vêm da internet estas “grandes idéias” de ganhar muito dinheiro fácil; os milhares de portais de pornografia virtual já não apostam mais nos ingênuos admiradores de sexo que colocavam os números de cartões de crédito para terem acesso a fotos e vídeos de mulheres, homens, crianças e até animais transando, coisa que era comum até alguns anos atrás. O pavor da utilização indevida e criminosa destes dados dos cartões afugentou os pedófilos e os insaciáveis compulsivos por sexo e as quadrilhas tiveram que inventar novas modalidades para seduzir estas aberrações humanas. A nova ordem virtual é fazer sites bem elaborados com milhares de fotos e vídeos, com as mesmas apelações de antes, mas só que contendo vírus mortais, capazes de invadir silenciosamente os computadores até da Nasa. Uma vez instalados nestas máquinas, estes vírus apenas copiam e transferem dados importantes destes computadores para seus inventores; algumas máquinas utilizadas por asnos que se consideram profundos conhecedores de informática contém os dados sigilosos de contas correntes e cartões de crédito; as quadrilhas encontram e decodificam estes dados e fazem aquele estrago.
Pode parecer uma pilheria ou até mesmo um conto da carochinha, mas é verdade e eu vi com meus próprios olhos. Um pilantra virtual se passou por agente da HUSTLER e conseguiu publicar um anúncio presencial (suspeitíssimo) num jornal de grande circulação do Alabama, Estados Unidos, convidando mulheres casadas (somente as que podiam provar) para fotografá-las em poses eróticas e publicar algumas fotos num calendário promocional de final de ano. Segundo o falsário, as mulheres escolhidas ganhariam U$ 10 mil cada uma.
Esta história de calendário com mulher pelada, daqueles que enfeitavam as borracharias, eu já não os vejo por estas bandas do Atlântico desde o século passado, mas parece que continua fazendo muito sucesso com os gringos da América do Norte. Fazem tanto sucesso que este tipo de golpe rendeu ao meliante um acervo com mais de 15 mil fotografias de pretensas senhoras que queriam ganhar os 10 mil Dólares e aparecer no imaginário calendário. Todas encaminharam fotos e cópias de seus Cartões de Seguro Social, que é o correspondente da Carteira de Identidade deles.
A idéia não era tão somente ter fotos de mulheres casadas nuas em sua posse; o vigarista americano arquitetou em seu anúncio e plano, que as mulheres deveriam ter mais de 30 e menos de 60 anos. O projeto do vigarista, que era chamado de “DELICIOUS MOMS”, ou algo do tipo: “mamães gostosas”; visava, segundo a ideação; valorizar a mulher casada balzaquiana. Ainda segundo o anúncio, o autor queria apenas as fotografias amadoras, ou seja: das mulheres comuns, as donas de casa que jamais posara para fotógrafos profissionais. Seu plano era abordar gente simples e gananciosa e ele quase deu certo.
Com as fotos de 15 mil mulheres casadas e nuas nas mãos, seus e-mails, cópias de documento probatório e outras informações, o golpista passou a ameaçar todas elas de publicar tais fotos numa página pornográfica, caso não lhe pagassem a quantia de U$ 500 cada uma. Ele não só ameaçou de publicar indevidamente as fotos como prometeu fazer campanhas intermináveis de marketing de sua publicação, o que com certeza faria com que tais fotos chegassem ao conhecimento de amigos, filhos, vizinhos e amigos de seus filhos. Se ele atingisse 30% de seu objetivo, teria em uma conta fantasma algo em torno de U$ 2 milhões, suficiente para sair da crise por muito tempo!
O embusteiro só não contou com a astúcia de uma destas mulheres. Uma das gananciosas que enviaram a foto de sua intimidade para o bandido tinha sido funcionária particular de um alto funcionário do FBI; ela teria perdido o emprego após a crise e se submeteu a tal promessa para driblar as dificuldades, tudo com a permissão do marido. Após receber o e-mail ameaçador, imediatamente fez contato com o ex-patrão que iniciou uma investigação Federal e conseguiu chegar ao endereço do bandido.
No ato de sua prisão ficou revelado que ele já tinha mais de 600 mil Dólares na sua conta corrente, oriundo de suas ameaças criminosas. O bandido foi preso num hotel de luxo na Califórnia quando bebia Mojito na beira da piscina e fumava um caro Cohiba. Seus advogados apelaram da decisão da prisão e o juiz competente alçou sua fiança em 5 milhões de Dólares. Pelo visto irá mofar na cadeia e verá do xilindró se a dita crise será curta ou duradoura.
As fotos acabaram sendo publicadas e se alastraram na rede mundial de computadores; descobriu-se depois que o bandido tinha um sócio e foi ele quem as publicou como modo de vingar a prisão do amigo; o site não “bombou”, mas revelou milhares de faces de senhoras de todas as idades em poses pra lá de eróticas; ou seja, ambos se deram mal, o pilantra e as “modelos”.
Inventar métodos para driblar um problema pode ser algo nobre, da mesma forma que poderá matá-lo, ou ainda, levá-lo por vários anos a uma prisão. Eu costumo dizer que não podemos resolver um problema e criar outros 100. É difícil de acreditar que histórias como as narradas ainda acontecem, em pleno Século 21; com tanta informação fácil e barata, com tanto acesso a informação, investigação com a utilização de tecnologia capaz de identificar suspeitos a milhares de quilômetros, ainda existem pessoas medíocres e acéfalas que ainda acreditam na impunidade; gente que acredita que publicando conteúdos criminosos, mesmo que fora de casa ou de seus computadores, a polícia jamais o pegarão.
Também é difícil acreditar que pessoas, por mais burras e desinformadas que sejam, consigam cair pura e simplesmente em golpes tão sem criatividade, tão infantis. As pessoas são fisgadas por estes e outros tipos de golpes, como o do consórcio contemplado, porque são ínvidas e gananciosas; elas querem obter lucro fácil do mesmo modo que seus algozes e mereciam uma punição similar, salvo os casos que envolvem anciãos e crianças.
Já estamos fartos em saber de todos os tipos de golpes, seqüestros relâmpagos, furtos e congêneres, mas ainda nos fazemos de vítima após algo dar errado; se tais planos mirabolantes dessem certo para alguma vítima, com certeza ela não denunciaria os autores. As pessoas estão mais preocupadas em obter vantagem do que construir caminhos para o trabalho e estão sempre acreditando que a sorte lhes bateu a porta.
Em tempo de crise, as pessoas precisam focar os problemas para encontrarem a solução, jamais conseguir a solução criando mil problemas. Viver é uma arte e fugir das tentativas continuadas de transformar a vida num caos faz parte deste jogo perigoso e prazeroso. Paradoxal ou não, é assim que funciona; se tem crise, mude de ramo, seja feliz com algo que lhe faça feliz; reaprenda a viver criando mecanismos pessoais de renascimento; endureça com os problemas, mas jamais se permita perder a ternura e o caráter!
CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS PIRES
www.irregular.com.br
Em tempo de crise é comum ver alguém tendo que vender o almoço para comprar a janta; a coisa está tão crítica que até os ladrões estão sendo mais gentis e antes da investida contra suas vítimas, pesquisam e os encontram nos lugares menos esperados, como num cemitério. Segundo um site francês, dois ladrões de bancos famosos na França, resolveu mudar a modalidade de roubo; deixaram de agir em bancos de cidades do interior para garimparem peças de ouro em cemitérios onde são enterrados os abastados. Não sei se é um costume francês, mas o fato é que alguns defuntos são enterrados com objetos de alta estima, como forma de último desejo e os larápios, que já pesquisaram sobre o tema, desenterram os “presuntos” para furtarem tais objetos e chantagearem as famílias.
Estratégias incríveis foram idealizadas e deram certo pela criatividade e honestidade de muitas empresas, a exemplo do Bank One dos Estados Unidos. O pequeno banco estadunidense se viu diante de um dilema após a quebradeira dos últimos meses; eles resolveram então criar um cartão de crédito personalizado exclusivo e cobrar caro por isso. Quem for americano e quiser, por exemplo, um cartão de crédito com a foto de seu filho impressa na face do cartão e puder pagar U$ 200 a mais pelo serviço, teria consigo o único cartão de crédito com aquela estampa.
Muito embora haja uma crise instalada no setor bancário e de crédito lá nos EUA, milhares de clientes aderiram ao serviço, mantendo desta forma a esperança do Bank One quebrar. Foi uma forma simples, honesta e arrojada de tentar sair da crise, mas nem tudo é como o One idealizou. Milhares de vigaristas se aproveitam da situação caótica das pessoas para lhes tirarem o pouco (ou o muito) que ainda lhes sobraram.
Em fevereiro, os dois malandros europeus foram presos quando ligavam para uma viúva e pedia um resgate de € 10.000, cerca de 32 mil Reais. Os pilantras desenterraram um velhinho e roubaram-lhe toda a roupa, deixando-o do lado de fora do féretro o corpo totalmente desnudo, como prova proposital do crime. Após alguns dias, começaram a ligar para a viúva e numa tentativa infantil de impressioná-la, afirmaram que, caso ela não desse o dinheiro, eles encaminhariam as roupas do falecido para uma praticante de vodu, que faria sua alma penar no fogo do inferno. O que os rapazes não pesquisarem é que a velhinha, a viúva, era totalmente cética, atéia e ligou para a polícia, que os rastreou e os prendeu. Sem o dinheiro e encrencado com a Lei, terão de pagar multa de € 500.000 cada pelo crime e cumprir um pena não menor que 10 anos numa penitenciária da Riviera.
No Brasil, país não menos criativo, eu acabei pesquisando que um “cara-de-pau”, mas inteligente, escreveu um livro cujo título é “Fique rico facilmente como eu fiquei”. A idéia era levar as prateleiras das livrarias uma edição com título chamativo, (da mesma forma que eu tentei criar o título deste texto), sem nenhum conteúdo importante, apenas para vendê-lo e se tornar rico de fato. O pseudo escritor que nasceu no Rio Grande do Sul é garçom de um restaurante paulistano e ouviu a história de um cliente; pesquisou e resolveu plagiar a idéia do outro maluco, passando-lhe a perna; mas como se diz que “Deus escreve certo por linhas tortas”, o plano de ambos acabou numa Vara da justiça paulista. Para azar do garçom o editor que ele próprio escolheu é amigo do verdadeiro autor da farsa e este o acionou judicialmente; resultado: ambos estão impedidos de publicar o dito livro, por decisão judicial. No livro, que ao final dizia mais ou menos assim: “para ficar rico é simples; faça o mesmo que eu; publique um livro com um título similar e ganhe muito dinheiro”, poderá ser liberado dentro de 10 ou 15 anos, se justiça paulista for um pouco mais célere!
Sem sombra de dúvidas que vêm da internet estas “grandes idéias” de ganhar muito dinheiro fácil; os milhares de portais de pornografia virtual já não apostam mais nos ingênuos admiradores de sexo que colocavam os números de cartões de crédito para terem acesso a fotos e vídeos de mulheres, homens, crianças e até animais transando, coisa que era comum até alguns anos atrás. O pavor da utilização indevida e criminosa destes dados dos cartões afugentou os pedófilos e os insaciáveis compulsivos por sexo e as quadrilhas tiveram que inventar novas modalidades para seduzir estas aberrações humanas. A nova ordem virtual é fazer sites bem elaborados com milhares de fotos e vídeos, com as mesmas apelações de antes, mas só que contendo vírus mortais, capazes de invadir silenciosamente os computadores até da Nasa. Uma vez instalados nestas máquinas, estes vírus apenas copiam e transferem dados importantes destes computadores para seus inventores; algumas máquinas utilizadas por asnos que se consideram profundos conhecedores de informática contém os dados sigilosos de contas correntes e cartões de crédito; as quadrilhas encontram e decodificam estes dados e fazem aquele estrago.
Pode parecer uma pilheria ou até mesmo um conto da carochinha, mas é verdade e eu vi com meus próprios olhos. Um pilantra virtual se passou por agente da HUSTLER e conseguiu publicar um anúncio presencial (suspeitíssimo) num jornal de grande circulação do Alabama, Estados Unidos, convidando mulheres casadas (somente as que podiam provar) para fotografá-las em poses eróticas e publicar algumas fotos num calendário promocional de final de ano. Segundo o falsário, as mulheres escolhidas ganhariam U$ 10 mil cada uma.
Esta história de calendário com mulher pelada, daqueles que enfeitavam as borracharias, eu já não os vejo por estas bandas do Atlântico desde o século passado, mas parece que continua fazendo muito sucesso com os gringos da América do Norte. Fazem tanto sucesso que este tipo de golpe rendeu ao meliante um acervo com mais de 15 mil fotografias de pretensas senhoras que queriam ganhar os 10 mil Dólares e aparecer no imaginário calendário. Todas encaminharam fotos e cópias de seus Cartões de Seguro Social, que é o correspondente da Carteira de Identidade deles.
A idéia não era tão somente ter fotos de mulheres casadas nuas em sua posse; o vigarista americano arquitetou em seu anúncio e plano, que as mulheres deveriam ter mais de 30 e menos de 60 anos. O projeto do vigarista, que era chamado de “DELICIOUS MOMS”, ou algo do tipo: “mamães gostosas”; visava, segundo a ideação; valorizar a mulher casada balzaquiana. Ainda segundo o anúncio, o autor queria apenas as fotografias amadoras, ou seja: das mulheres comuns, as donas de casa que jamais posara para fotógrafos profissionais. Seu plano era abordar gente simples e gananciosa e ele quase deu certo.
Com as fotos de 15 mil mulheres casadas e nuas nas mãos, seus e-mails, cópias de documento probatório e outras informações, o golpista passou a ameaçar todas elas de publicar tais fotos numa página pornográfica, caso não lhe pagassem a quantia de U$ 500 cada uma. Ele não só ameaçou de publicar indevidamente as fotos como prometeu fazer campanhas intermináveis de marketing de sua publicação, o que com certeza faria com que tais fotos chegassem ao conhecimento de amigos, filhos, vizinhos e amigos de seus filhos. Se ele atingisse 30% de seu objetivo, teria em uma conta fantasma algo em torno de U$ 2 milhões, suficiente para sair da crise por muito tempo!
O embusteiro só não contou com a astúcia de uma destas mulheres. Uma das gananciosas que enviaram a foto de sua intimidade para o bandido tinha sido funcionária particular de um alto funcionário do FBI; ela teria perdido o emprego após a crise e se submeteu a tal promessa para driblar as dificuldades, tudo com a permissão do marido. Após receber o e-mail ameaçador, imediatamente fez contato com o ex-patrão que iniciou uma investigação Federal e conseguiu chegar ao endereço do bandido.
No ato de sua prisão ficou revelado que ele já tinha mais de 600 mil Dólares na sua conta corrente, oriundo de suas ameaças criminosas. O bandido foi preso num hotel de luxo na Califórnia quando bebia Mojito na beira da piscina e fumava um caro Cohiba. Seus advogados apelaram da decisão da prisão e o juiz competente alçou sua fiança em 5 milhões de Dólares. Pelo visto irá mofar na cadeia e verá do xilindró se a dita crise será curta ou duradoura.
As fotos acabaram sendo publicadas e se alastraram na rede mundial de computadores; descobriu-se depois que o bandido tinha um sócio e foi ele quem as publicou como modo de vingar a prisão do amigo; o site não “bombou”, mas revelou milhares de faces de senhoras de todas as idades em poses pra lá de eróticas; ou seja, ambos se deram mal, o pilantra e as “modelos”.
Inventar métodos para driblar um problema pode ser algo nobre, da mesma forma que poderá matá-lo, ou ainda, levá-lo por vários anos a uma prisão. Eu costumo dizer que não podemos resolver um problema e criar outros 100. É difícil de acreditar que histórias como as narradas ainda acontecem, em pleno Século 21; com tanta informação fácil e barata, com tanto acesso a informação, investigação com a utilização de tecnologia capaz de identificar suspeitos a milhares de quilômetros, ainda existem pessoas medíocres e acéfalas que ainda acreditam na impunidade; gente que acredita que publicando conteúdos criminosos, mesmo que fora de casa ou de seus computadores, a polícia jamais o pegarão.
Também é difícil acreditar que pessoas, por mais burras e desinformadas que sejam, consigam cair pura e simplesmente em golpes tão sem criatividade, tão infantis. As pessoas são fisgadas por estes e outros tipos de golpes, como o do consórcio contemplado, porque são ínvidas e gananciosas; elas querem obter lucro fácil do mesmo modo que seus algozes e mereciam uma punição similar, salvo os casos que envolvem anciãos e crianças.
Já estamos fartos em saber de todos os tipos de golpes, seqüestros relâmpagos, furtos e congêneres, mas ainda nos fazemos de vítima após algo dar errado; se tais planos mirabolantes dessem certo para alguma vítima, com certeza ela não denunciaria os autores. As pessoas estão mais preocupadas em obter vantagem do que construir caminhos para o trabalho e estão sempre acreditando que a sorte lhes bateu a porta.
Em tempo de crise, as pessoas precisam focar os problemas para encontrarem a solução, jamais conseguir a solução criando mil problemas. Viver é uma arte e fugir das tentativas continuadas de transformar a vida num caos faz parte deste jogo perigoso e prazeroso. Paradoxal ou não, é assim que funciona; se tem crise, mude de ramo, seja feliz com algo que lhe faça feliz; reaprenda a viver criando mecanismos pessoais de renascimento; endureça com os problemas, mas jamais se permita perder a ternura e o caráter!
CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS PIRES
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