Esta madrugada eu estava terminando um texto e de relance passava os olhos na televisão sem muito compromisso com o conteúdo; eu estava escrevendo sobre os 20 anos de morte de Raul Seixas e analisando algumas de suas músicas enigmáticas; quando estudava a canção OURO DE TOLO, eis que surge na televisão a medalhista de ouro brasileira Jade Fernandes Barbosa sendo apresentada como uma pessoa que roga por ajuda de todos.
Parei de escrever e fui prestar atenção na matéria e acabei me surpreendendo com o que ouvi da própria Jade, que se mostrava emocionada. Ao lado de artistas da televisão e do apresentador Sergio Groisman do Altas Horas, ela afirmou ter uma grave lesão corporal, adquirida devido ao esforço contínuo de seu esporte, a ginástica, e que (pasmem), seu pai estava vendendo camisetas para angariar dinheiro para seu tratamento.
Lembrei de Altamiro Carrilho, que para os mais moços, pode não parecer significante, mas para pessoas de minha época e amantes da mais pura música, sem dúvida um dos maiores músicos de todos os tempos do Brasil. O flautista clássico Altamiro Carrilho, que já encantou multidões e já se apresentou em todos os programas importantes da televisão brasileira, certo dia recente, estava vendendo sua coleção de flautas para poder sobreviver com dignidade. Amigos, admiradores, fãs, empresários e outros, jamais o ajudaram; depois de quase desfeita a coleção de flautas, Altamiro voltou a se apresentar e creio que tenha saído daquela situação degradante.
Assim funciona a mídia moderna; os meios de comunicação transformam pessoas comuns em mitos, os enchem de fama e glamour e depois se esquecem de perguntar se estas pessoas possuem necessidades comuns as de outros serem humanos; esquecem de dar continuidade ao seu plano de trabalho; esquecem que elas precisam comer, estudar, pagar aluguel, prestação do carro ou até mesmo, cuidar da saúde, que é o caso específico de Jade.
Quando Jade Barbosa apareceu com mais comoção na televisão o Brasil passava a conhecer a menina esforçada que é órfã de mãe e que teve o apoio incondicional de seu pai para que ela seguisse firme no esporte que ela adotou inclusive como meio de vida. O Brasil e o mundo conheceram o choro e a emoção desta carioca linda e encantadora em 2008, o mesmo choro que a transformou num dos maiores símbolos do esporte nacional; o Brasil e o mundo conheciam a meiguice da garota campeã em todos os sentidos, campeã na vida e no esporte; naquela época o choro era pela decepção da impossibilidade de uma apresentação perfeita; hoje seu choro é para poder curar-se, pagar pelo seu tratamento.
Vender as camisetas poderia ser um complemento de sua renda, jamais a necessidade de pagar um médico para curá-la de uma enfermidade; onde está às pessoas, o Flamengo, as empresas e a própria Confederação Brasileira de Ginástica que tanto lucraram com a exibição de sua imagem? Onde estão aqueles que tanto elevaram a imagem desta menina de ouro ao ponto de transformá-la em estrela nacional? Onde estão todas estas pessoas que não a ajudam?
Não adianta falar muito sobre este tema, sabem por quê? Por que já sabemos antecipadamente que a vida é assim; as pessoas de modo geral, sobre tudo a mídia sensacionalista, ajudam a enriquecer os noticiários e a explorar a imagem dos outros, somente quando estas pessoas estão por cima, quando elas estão em ascensão; mas basta elas terem um pequeno tropeço, uma pequena intervenção, mesmo que involuntária, que todas estas pessoas somem, fogem e fazem de conta que jamais a conheceram; isso é antigo e jamais vai mudar.
Ontem Jade estava na mídia para falar de sua vida, de suas conquistas e de todas as alegrias que ela já deu para o Brasil, depois a mesma Jade volta pra mídia (as que ainda a convidam), para pedir para as pessoas comprarem suas camisetas e desta forma ela poder pagar um médico que fará uma cirurgia e a fará voltar a treinar e quem sabe, trazer mais medalhas em nome deste país de gente desumana.
Se você acha que Jade merece ser operada, acesse o site dela: www.jadebarbosa.com.br e compre seus produtos; se você pode comprar, o faça; se não pode, paciência, mas ela merece muito mais do que isso! Apenas para lembrar, Jade Fernandes Barbosa tem mais de 50 medalhas conquistadas em campeonatos oficiais do Brasil e em outros países; ela fará 18 anos em julho e é membro permanente da Seleção Brasileira de Ginástica e compete desde os 11 anos de idade.
Da próxima vez que eu tiver que escrever sobra a Jade Barbosa, quero poder informar que ela fez a cirurgia, que está bem, competindo a ganhando mais medalhas e não ficarei surpreso se por acaso esta garota conseguir mudar-se do Brasil e radicar-se num país que pelo manos a valorize financeiramente pelos seus incríveis méritos; não é um desejo, o da mudança, mas um prenúncio de casos como este!
CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS PIRES
www.irregular.com.br
Parei de escrever e fui prestar atenção na matéria e acabei me surpreendendo com o que ouvi da própria Jade, que se mostrava emocionada. Ao lado de artistas da televisão e do apresentador Sergio Groisman do Altas Horas, ela afirmou ter uma grave lesão corporal, adquirida devido ao esforço contínuo de seu esporte, a ginástica, e que (pasmem), seu pai estava vendendo camisetas para angariar dinheiro para seu tratamento.
Lembrei de Altamiro Carrilho, que para os mais moços, pode não parecer significante, mas para pessoas de minha época e amantes da mais pura música, sem dúvida um dos maiores músicos de todos os tempos do Brasil. O flautista clássico Altamiro Carrilho, que já encantou multidões e já se apresentou em todos os programas importantes da televisão brasileira, certo dia recente, estava vendendo sua coleção de flautas para poder sobreviver com dignidade. Amigos, admiradores, fãs, empresários e outros, jamais o ajudaram; depois de quase desfeita a coleção de flautas, Altamiro voltou a se apresentar e creio que tenha saído daquela situação degradante.
Assim funciona a mídia moderna; os meios de comunicação transformam pessoas comuns em mitos, os enchem de fama e glamour e depois se esquecem de perguntar se estas pessoas possuem necessidades comuns as de outros serem humanos; esquecem de dar continuidade ao seu plano de trabalho; esquecem que elas precisam comer, estudar, pagar aluguel, prestação do carro ou até mesmo, cuidar da saúde, que é o caso específico de Jade.
Quando Jade Barbosa apareceu com mais comoção na televisão o Brasil passava a conhecer a menina esforçada que é órfã de mãe e que teve o apoio incondicional de seu pai para que ela seguisse firme no esporte que ela adotou inclusive como meio de vida. O Brasil e o mundo conheceram o choro e a emoção desta carioca linda e encantadora em 2008, o mesmo choro que a transformou num dos maiores símbolos do esporte nacional; o Brasil e o mundo conheciam a meiguice da garota campeã em todos os sentidos, campeã na vida e no esporte; naquela época o choro era pela decepção da impossibilidade de uma apresentação perfeita; hoje seu choro é para poder curar-se, pagar pelo seu tratamento.
Vender as camisetas poderia ser um complemento de sua renda, jamais a necessidade de pagar um médico para curá-la de uma enfermidade; onde está às pessoas, o Flamengo, as empresas e a própria Confederação Brasileira de Ginástica que tanto lucraram com a exibição de sua imagem? Onde estão aqueles que tanto elevaram a imagem desta menina de ouro ao ponto de transformá-la em estrela nacional? Onde estão todas estas pessoas que não a ajudam?
Não adianta falar muito sobre este tema, sabem por quê? Por que já sabemos antecipadamente que a vida é assim; as pessoas de modo geral, sobre tudo a mídia sensacionalista, ajudam a enriquecer os noticiários e a explorar a imagem dos outros, somente quando estas pessoas estão por cima, quando elas estão em ascensão; mas basta elas terem um pequeno tropeço, uma pequena intervenção, mesmo que involuntária, que todas estas pessoas somem, fogem e fazem de conta que jamais a conheceram; isso é antigo e jamais vai mudar.
Ontem Jade estava na mídia para falar de sua vida, de suas conquistas e de todas as alegrias que ela já deu para o Brasil, depois a mesma Jade volta pra mídia (as que ainda a convidam), para pedir para as pessoas comprarem suas camisetas e desta forma ela poder pagar um médico que fará uma cirurgia e a fará voltar a treinar e quem sabe, trazer mais medalhas em nome deste país de gente desumana.
Se você acha que Jade merece ser operada, acesse o site dela: www.jadebarbosa.com.br e compre seus produtos; se você pode comprar, o faça; se não pode, paciência, mas ela merece muito mais do que isso! Apenas para lembrar, Jade Fernandes Barbosa tem mais de 50 medalhas conquistadas em campeonatos oficiais do Brasil e em outros países; ela fará 18 anos em julho e é membro permanente da Seleção Brasileira de Ginástica e compete desde os 11 anos de idade.
Da próxima vez que eu tiver que escrever sobra a Jade Barbosa, quero poder informar que ela fez a cirurgia, que está bem, competindo a ganhando mais medalhas e não ficarei surpreso se por acaso esta garota conseguir mudar-se do Brasil e radicar-se num país que pelo manos a valorize financeiramente pelos seus incríveis méritos; não é um desejo, o da mudança, mas um prenúncio de casos como este!
CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS PIRES
www.irregular.com.br