A IMPRENSA, A ÉTICA E A GUERRA!

COF!, COF!, COF! Esse é mais antigo ainda e data de 31/03/2003, em plena Guerra do Iraque. Imaginem só. O tempo passou, outras guerras vieram mas, ao que parece, as práticas não mudaram muito!

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O mundo está assistindo a duas guerras distintas. Uma, patrocinada pela força bélica dos americanos contra as famigeradas, e “prováveis”, armas químicas que acusam os iraquianos de ter. A outra guerra trava-se através dos meios de comunicação, tanto norteamericanos quanto orientais. Essa é a mais espetacular de todas! Dia-a-dia somos bombardeados por uma artilharia de informações que nos atingem de todos os lados.

Os yanques querem mostrar ao mundo que eles – de fato – querem a liberdade do povo do Iraque contra o regime que entendem ser opressor, ditatorial, mórbido, enfim, nada convencional, de Saddam Hussein governar. Ao mesmo tempo, os iraquianos querem mostrar para todos nós que os Estados Unidos são os “monstros capitalistas que querem dominar o mundo”.

Os discursos dos altos dirigentes dos dois lados também não são nada convencionais. De um lado, George W. Bush não descuida da aparência um minuto. Até mesmo a cabeleireira teve muito trabalho para arrumar cabelos – já no ar e em rede mundial – que também estavam revoltados. De outro, os ministros fardados de Saddam aparecem na TV com uns 10 quilos de microfones à frente e chamam os Estados Unidos de muitas coisas impublicáveis.

Na América – a imprensa local – evoca o espírito do Tio Sam e diz que os Estados Unidos são a melhor nação do mundo para se viver e – mais uma vez – querem livrar o mundo dos malfeitores iraquianos, aqueles que, segundo eles, estão prejudicando o bom entrosamento da humanidade.

No oriente, as redes de televisão mostram que os soldados americanos matam e ferem crianças, mulheres, idosos, atacam hospitais, escolas, destroem os meios de comunicação, bombardeiam as mentes do povo oriental, tentando fazer uma lavagem cerebral e inserir nelas que os dirigentes iraquianos – de fato – não prestam.

Cabe uma avaliação mais imparcial disso tudo, já que estamos falando de imprensa e mídia. Até que ponto os veículos de comunicação estão sendo isentos na propaganda de guerra. Pensemos diferentemente: e se nós estivéssemos em guerra e não os americanos? Será que a nossa mídia agiria da mesma maneira, ressaltando as qualidades de nossos exércitos e tentando nos convencer que o povo brasileiro, nesse caso, tinha a razão sobre tudo?

É para se pensar...