A HIPOCRISIA DO SIM!

Esse é antigo também. Foi escrito por ocasião do plebiscito das armas de fogo no Brasil. No meu computador está com data de 6/10/2005, mas, sinceramente não posso dizer se foi escrito nessa data! Só sei que o famigerado plebiscito foi em outubro daquele ano...

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Querem pintar um quadro bonito de uma realidade que não existe. Mostram a cara, porque sabem que a bandeira é leve de se carregar. Mas, não conseguem enxergar o outro lado da moeda. Dizem sim à vida, à liberdade, à paz, mas esquecem que vivemos dias opressores, homicidas e de guerra. Querem ter o direito de abrir os braços e abraçar os filhos, mas perdem esses mesmos filhos, antes, para a violência.

Os governos e seus governantes nos oprimem e noo deixam sem liberdade, mas eles cantam, alegres, pelas ruas. Dizem sim à liberdade de escolha, mas nos omitem que a verdadeira escolha que temos é entre defender-se da morte e defender a vida. Atuam nos cenários espetaculares que construímos em nossos sonhos, roubam de nossas mentes a esperança de um melhor dia, fazem-nos acreditar que vivemos em liberdade.

Liberdade para exigir, para cobrar, para lutar, para conquistar! Estamos sempre desafiando, nós mesmos, os nossos fantasmas. Mas há uma escolha a ser feita, muito importante, que poderá definir nosso futuro: precisamos escolher entre a proibição ou pela manutenção do direito de adquirir armas de fogo no Brasil.

Até aqui, já nos bombardearam de todos os lados, pelas ruas, avenidas e vias expressas dos grandes centros. Nos coagiram a defendermos nossa própria liberdade de viver, nos engaiolaram atrás das grades dos grandes condomínios, ou hospitalizados pelo horror da perda. Mas querem que decidamos, ou NÃO, ou SIM, nessa ordem!

“Eu voto pela paz! Sempre!” Essa é uma retórica de todos, verdadeira! Eu também voto pela paz! Mas entendo que, de alguma maneira, essa paz precisa ser governada por homens livres de pensamentos, atitudes e ações. Livres para escolher os seus caminhos, sem pressa. E, por cantar essa liberdade com um coro de milhões de vozes, eu também quero a liberdade. E pela proibição, eu também voto NÃO! E se pudesse escolher, por mim, nem teria plebiscito!

* jornalista