O EMPREGO NO CENÁRIO INTERNACIONAL
O EMPREGO NO CENÁRIO INTERNACIONAL
Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
Os governos preocupados com a convulsão social e econômica provocada pela crise internacional buscam saídas para a questão do emprego que impactam diretamente no consumo.
Vários governos internacionais precisam investir em gastos produtivos que gerem empregos e não em políticas de assistencialismo de seguridade social, que amenizam em parte os efeitos da crise no momento, mas no médio prazo podem desestruturar a economia de qualquer país. Observo estes movimentos no continente europeu com receio de aumento da instabilidade econômica em 2010 nos países, pois, políticas monetárias ajudam, mas não é o suficiente para conter os efeitos da crise no mercado.
Situação atual: a Lituânia fez certo ao diminuir cortes com gastos sociais, motivos de muitos protestos. Letônia e Islândia os governos caíram. Romênia busca alternativas de coalizão com ex-rivais. República Checa risco de queda do governo antes de 2010. Mudanças nas cadeiras políticas da Polônia são iminentes. Protestos em vários países, na capital da Bulgária, na cidade Sófia e em outros países como: França, Alemanha, Reino Unido, Grécia, dentre outros.
A queda nas exportações é muito maior que as projeções, afetando o Panamá, Cingapura, Japão, México, Argentina, China, com quedas que variam de 7% a 22% das exportações de muitos produtos e serviços. Repercutindo no emprego do seguimento.
Baixa cotação do barril do petróleo está afetando os países dependentes destas commodities, prejudicando a reconstrução do Iraque e investimentos em outros.
O norte da China sofre a pior seca dos últimos 50 anos, afetando o celeiro chinês em uma área que abriga 40% de sua população. A seca influencia inclusive o abastecimento de água para as indústrias locais.
A diplomacia agressiva dos EUA, mais os investimentos mostram que o país está no caminho certo para o incremento do consumo.
No Brasil mais de mil empresas deixaram de exportar a partir de janeiro de 2009, segundo a AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil, a maioria de pequeno e médio porte. Queda de remessas do exterior para o país, provocada pela diminuição da atividade produtiva internacional, bem como restrições impostas por alguns países como a Argentina a nossa indústria têxtil e outros produtos, acende um sinal de alerta sobre as futuras intervenções na economia, principalmente na liberação de incentivos e subsídios, vitimada pela queda de arrecadação de impostos, que ocorre em todo o mundo.
O que ocorrerá nas economias de diversos países quando a população for pagar a conta dos pacotes de resgate atuais? Em alguns os movimentos políticos poderão ser explosivos.
O volume de desemprego no planeta irá assustar os mais pessimistas, mas a aplicação de políticas fiscais inovadoras que zelem pela preservação do emprego e incentivem a demanda é importante na atual conjuntura econômica, para diminuir os efeitos da queda das atividades comerciais e preservar os empregos.
Políticas de incentivos a setores da construção civil, tecnologia verde, desenvolvimento de energia alternativa limpa, recuperação de áreas degradadas, tecnologia de alimentos, dentre inúmeros outros exemplos podem gerar milhões de empregos.
O cenário internacional não é muito promissor para o emprego, portanto, ações concretas que estimulem o movimento de crédito produtivo são salutares.
Acreditar no desenvolvimento só será possível com vontade política e definição de estratégias macroeconômicas, visto que, qualquer intervenção na economia real é lenta frente à desaceleração rápida de qualquer mercado.
A crise política generalizada em muitas nações está atrelada ao emprego, falar de alternativas é colocar em prática ações de inovação, dificultado pela educação e conservadorismo de alguns povos.