O periodo que vai de 1880 a 1930 no RN

O período que vai de 1880 á 1930, compreende a uma série de acontecimentos marcantes na história do Rio Grande do Norte, e são fundamentais para a compreensão do cenário político e econômico, assim como o processo de modernização. Alguns fatores são essenciais para este estudo; Ocenario nacional, expansão da cafeicultura do sudeste, substituição paulatina do trabalho escravo pelo assalariado, crise das economias tradicionais: açúcar e algodão, primeiras ocorrências de greve, jogos políticos dos oligárquicos.

O Rio Grande do Norte não ficou fora de tais acontecimentos, aja vista que os conceitos oligárquicos formados no estado estavam sempre em sintonia com o cenário nacional, constituindo assim uma estrutura de interesses, de forma que não perdesse os espaços políticos.

A transição da monarquia para a República, não reflete mudanças bruscas na política Norte-riograndense. Os primeiros movimentos republicanos ocorreram na década de 1880, sendo os estudantes de medicina e de outros cursos das escolas de ensino superiores do Rio de Janeiro e Pernambuco, ou seja, rebentos da elite oligárquica quem facilmente difundiram as idéias republicanas; Janúncio de Nóbrega Filho fora um dos representantes, inclusive publicou seu “manifesto republicano” no jornal “o povo” de Caicó.

Com a implantação da República Federativa, os cafeicultores tiveram seus poderes fortificados, assim como os coronés com a formação dos chamados “currais eleitorais” - troca de favores ou políticos de clientela, dando a descentralização política.

Os coronés forneciam seus “currais” fechando compromissos com um determinado candidato neste processo, e era comum ocorrerem fraudes nas eleições. Os coronés extraiam de seus jagunços escravos forças para assegurar a vitória do candidato desejado.

O processo de urbanização ganhou maior impulso a partir da primeira década do século xx. Alguns elementos são fundamentais para tal crescimento; a instalação do teatro municipal – Carlos Gomes; o Banco de Natal.

Paralelo a urbanização, outros problemas viam a tona; fome, seca e as precárias condições de vida, alem do êxodo rural. Freqüentes epidemias e outros problemas causaram o surgimento de vários movimentos religiosos populares. Aqui no RN eclodiram vários movimentos que dentre eles se destaca o da Serra de João do vale, com seu idealizador Joaquim Ramalho. Além desses movimentos, o cangaço também foi marcante em tal período, principalmente no interior.

A indústria têxtil marcou outra fase da economia, e ganhou espaço no mercado internacional, devido a demanda do sudeste do Brasil causada pela primeira guerra mundial, sendo isto um dos fatores responsáveis pelo crescimento da Indústria Nacional

“... dificultando a implantação de tecidos pelo Brasil, favoreceu a expansão da Industria têxtil Nacional, e com ela, o fornecimento de matéria prima pelos estados nordestinos...”(p-226)

Os grupos oligárquicos ganharam espaços no cenário político regional, com a fortificação da cotonicultura, sendo que o Seridó foi a área mais importante na produção da matéria prima – o algodão, conseqüentemente desalojou definitivamente do poder os Albuquerques Maranhão.

A partir dos anos de 1920, algumas pequenas usinas de beneficiamentos foram criadas, favorecendo o algodão e os seus derivados.

O reflexo do cenário nacional não alterou as estruturas de poder existentes no Rio Grande do Norte, que perdurou por décadas a fio.

Comentário sobre a fonte e a autora

Denise Matos Monteiro procurou construir uma ponte historiográfica com os acontecimentos locais do Rio Grande do Norte e o cenário nacional, fazendo um paralelo analítico, desta forma, o conteúdo exposto esta em concordância com os aspectos tantos políticos como sociais e econômicos, sempre apresentados em uma ordem cronológica, sem que as idéias centrais do texto seja esquecidas. Para abordar a questão do declineo das lavouras tradicionais, a autora recorre ao cenário nacional, especialmente a região sudeste. Da mesma forma, faz uma descrição da política no litoral e no interior, construindo um paralelo com a urbanização assim como as conseqüências econômicas resultantes das decisões políticas do cenário Social.

BIBLIOGRAFIA;

MONTEIRO, Denise Mattos. Introdução à história do Rio Grande do Norte. Coronés e oligarcas: O Rio Grande do Norte no sistema de poder da primeira república (1880-1930), 2 edição. Ver. – Natal (RN) Cooperativa Cultural, 2002.

Lililson
Enviado por Lililson em 01/05/2006
Reeditado em 13/01/2009
Código do texto: T148623