COLECIONADORA DE PROSAS E ADMIRADORES
Atendendo a pedidos, apresentamos Belvedere Bruno,
cronista do Jornal LIG
Irma Lasmar
Em poucos meses como colaboradora do LIG, Belvedere Bruno arrastou mais leitores para o seu rol de fãs – já extenso em função de seus livros e participações em outras mídias. Além disso, a curiosidade do grande público niteroiense também motivou pedidos de maiores informações sobre a cronista. Compreensível, dada a fluência e sensibilidade de seus textos, que remetem nossa imaginação a cenários de amor, amizade, família, esperança e paz. “Relato fatos do cotidiano, que refletem sobre o comportamento humano com humor, crítica, ironia e poesia, misturado a doses de fantasias”, conta ela.
Admiradora de Adélia Prado, Thiago de Mello, Mario Quintana, García Lorca, Fernando Pessoa e Pablo Neruda, a escritora afirma que teve influência de alguns poetas em obras específicas, mas que se desvencilhou de formatos em busca um estilo próprio. Belvedere se define uma cronista que também escreve contos e poemas. ”Minha única restrição é escrever sobre um tema pré-determinado, o que não me traz satisfação nem permite ao texto fluir naturalmente”, revela.
Como pessoa, ela não titubeia ao tentar se descrever. “Através da solidariedade, busco racionalmente meu crescimento espiritual. Abomino dogmas e imposições. Sou livre por natureza e vaidosa na medida exata. Faço exercícios físicos, dietas balanceadas e me sinto uma pessoa feliz. Gosto de cinema, teatro, música e viagens. Em minhas crônicas coloco algo de mim, dando uma leve idéia sobre o que penso, sinto e sou”, explica Belvedere, cujo nome em italiano significa “belo de se ver”.
Mesmo seguindo uma linha literária por preferência, ela observa que suas obras passaram por sutis transformações conforme o tempo. “Através de leituras e estudos, aprende-se a melhor encadear as idéias e a elaborar um texto claro e conclusivo, mas é preciso dedicação”, explica a escritora, para a qual é muito importante saber ouvir a opinião dos letrados mais experientes. “A crítica nunca deve melindrar, pois é fator decisivo para a evolução profissional de quem escreve”, diz.
Com textos publicados em três antologias – Com Licença da Palavra, Diversos e Ateneu-Poesia (todas pela Editora Scortecci) – e em coluna semanal no Jornal LIG, Belvedere demonstra cautela ao falar da possibilidade de um livro solo: “Eu o farei quando me sentir madura para levar ao leitor uma obra consistente”. Sobre o conceito – popular e editorial – de que “poesia não vende”, a cronista acha que a dificuldade de comercialização desse estilo literário se deve a dois fatores. “Além da grande crise no mercado editorial atual, os livros são produtos caros, e o povo tem outras prioridades”, opina ela.
Quanto aos planos profissionais para o futuro, Belvedere Bruno tem um objetivo traçado: “escrever cada vez melhor, independentemente de prazos”. E dá sugestões para aqueles que pretendem produzir literatura: “Estudem, leiam muito, tracem objetivos e levem adiante. Estamos no século XXI e é importante escrever em linguagem atual, com clareza e precisão de idéias e contra rebuscamentos estéreis”. Seu perfil e sua produção literária podem ser encontrados no site: www.belvedere.prosaeverso.com.br.