O RÁDIO - A MINHA PAIXÃO
O RÁDIO – A MINHA PAIXÃO
Por Aderson machado.
Era ainda um menino de calças-curtas quando comecei ouvir rádio. Meu pai, então, tinha um aparelho receptor, tipo RCA VICTOR, que mais parecia um baú. Até a minha juventude era através desse tipo de receptor que costumava ouvir minhas músicas preferidas, bem como ficava atualizado com as notícias do Brasil e do mundo.
Por falar em notícias, tive oportunidade de escutar o famoso Repórter Esso, nas vozes famosas de Heron Domingues e, posteriormente, Roberto Figueiredo. Por sinal, foi este último que apresentou a última edição desse noticioso, no dia 31 de dezembro de 1968. Era a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, a emissora que transmitia o Repórter Esso para todo o Brasil, através de uma rede de rádio.
O meu pai morava num sítio, e foi uma das primeiras pessoas a possuir um aparelho de rádio. Eu ainda me lembro que, à noite, muitas pessoas iam ter à nossa casa com o intuito de ouvir rádio. À época, era uma das maiores novidades, principalmente na zona rural. O pessoal ficava boquiaberto com o que ouvia!
O meu genitor tinha lá as suas preferências em termos de emissoras. Em Pernambuco, por exemplo, ele gostava da Rádio Clube; na Bahia, era a Rádio Sociedade, e por aí vai. E a gente ia junto com ele; fazer o quê?
É bom lembrar que nessa época não existiam as emissoras tipo FM. Portanto, todas as rádios eram de amplitude modulada, ou seja, AM.
Ainda em se tratando de preferência, já adolescente, eu passei a ter, também, as minhas preferências. Assim, a minha emissora favorita era – e continua sendo – a Rádio Tabajara AM de João Pessoa/PB. Nessa emissora, por sinal, tenho muitos amigos remanescentes da década de 1970 que ainda trabalham lá.
Foi ouvindo rádio, desde criança, que fiquei fascinado por esse meio de comunicação. Na verdade, na minha época de garoto e onde eu morava, era o rádio o meio de comunicação mais difundido, até mesmo porque não existia televisão, que só veio aparecer a partir dos anos 70.
Pois bem, ouvindo os grandes comunicadores e noticiaristas de renome, foi despertada em mim a vontade de um dia ser um locutor, embora jamais tenha feito um teste em qualquer uma rádio. O fato é que fazia o curso de Engenharia Civil, ensinava em dois Colégios, e, portanto, não me sobrava tempo para eu me dedicar também ao rádio.
Em se tratando de Rádio Tabajara, por lá passaram muitos nomes famosos, porém um locutor que chamou muito a minha atenção foi o saudoso Paulo Rosendo, que foi o criador do Informativo Tabajara, ainda hoje no ar.
Paulo Rosendo tinha uma excelente dicção, além de ter tido uma excelente voz, digna dos grandes locutores do Sul do país. Foi nele que me inspirei para que, um dia, me tornasse um locutor.
Terminado o curso de Engenharia, e já como funcionário Público Federal, foi que comecei a colocar em prática essa minha antiga ideia de ser locutor. Foi precisamente no ano de 1986, na cidade de Floresta/PE, que iniciei a fazer rádio. Era uma Rádio Pirata (não legalizada), de propriedade de um amigo. Chamava-se Rádio Tamarindos FM pelo fato de Floresta ser cognominada de cidade dos Tamarindos. Essa Rádio, entretanto, teve vida efêmera. Durou apenas três meses, pois fora denunciada e posteriormente fechada pela Polícia Federal.
Meses depois fui instado, por alguns amigos, a colocar uma outra emissora no ar, e depois de refletir um pouco, resolvi topar o desafio. Nesse caso eu era o comandante-em-chefe da nova emissora, que se chamava Rádio Paraíso. Isso aconteceu no ano de 1987. Essa Rádio teve uma duração de um ano e seis meses, e, diga-se de passagem, fez muito sucesso, e até foi motivo de uma reportagem no Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, numa edição de domingo!
Mais uma denúncia, e a Rádio Paraíso FM foi lacrada pela Polícia Federal, apesar de ela, ao longo de todo esse tempo, só ter feito o bem a toda a comunidade florestana, tanto em termos de prestação de serviços como em termos de música e informação.
Anos mais tarde, em 1998, foi criada uma rádio Comunitária em nossa cidade, porém não mais comandada por mim. Recomecei nela meus trabalhos de locução, apenas como locutor-colaborador. Trata-se da Rádio Floresta-FM, e hoje ela é uma Rádio comercial, onde continuo fazendo o que sempre gostei: locução!
Que outras emissoras surjam em nossa cidade, até para que possamos nos tornar mais motivados no trabalho que todos desempenhamos como locutores.