Antes de prejulgar, permita-se conhecer; antes de preceituar, permita-se saborear, doem-se sem amarras, dogmas ou qualquer tipo de conceito antecipado acerca deste ou daquele instinto inútil que todo ser humano, acha que possui!
 
Desde que eu me permiti conhecer o mundo que viajo, absorvo culturas, conheço gente, povos, costumes, ideologias, estradas e paisagens diferentes de tudo que tive experiência em minha terra natal, o Brasil; não me canso de dizer que eu coloquei os pés no além mundo pós Brasil depois que conheci cada recanto, cada gosto, cada cor e cada cheiro do que chamo de maravilhoso; minha cultura é ímpar e merece sim ser conhecida por todos.
 
Em 1999 eu fui conhecer a Ásia, mais precisamente o Líbano; colocar os pés na Fenícia foi como retroceder no tempo e viver tardiamente a história; estava finalmente mais próximo de minha raiz rosacruciana e finalmente eu estava pisando onde Jesus Cristo pisou.
 
O Líbano é como o Jardim do Éden após um furacão; existem belezas intrínsecas e traços da crueldade que não pertence aquele povo; existe a história que equivocadamente foi tentada ao esquecimento por quem jamais teve compromisso com isso, gente que não é de lá, tiranos bárbaros pós-modernos; o Líbano é o pequeno que venceu todos os grandes e se mantêm como a jóia da Ásia até hoje.
 
Tudo que vi me encantou; tudo que senti me deixou fascinado, enfim, minha emoção era indescritível e inenarrável; mas algo em especial me chamou a atenção, me fitou os olhos e me fez tornar um inseparável apaixonado, a culinária libanesa. Eu jamais quis estudar as origens de cada prato ou de cada tempero que eles, os libaneses utilizam em seu dia-a-dia; confesso que prefiro provar a ter que saber, neste caso em específico.
 
Depois daquilo, vários ingredientes, várias iguarias e vários pratos passaram a ser rotineiros em minha casa; quibe cru, zatar, babaganush, tabule e charutos de folha de uva, eu confesso e se for crime, podem me indiciar, eu não consigo mais viver sem eles. Tem outras coisas como um bom Arak (bebida genuinamente árabe) que eu sou quase dependente e não escondo isso de ninguém e quando me sobra tempo, lá estou eu me apanhando a fumar um excêntrico narguile; são coisas infelizmente acessíveis apenas aos que se permitem o conhecimento além de sua criação, de sua cultura!
 
Depois de Beirute, passei a procurar locais, onde esta gente sofrida, rica e sábia costuma freqüentar e encontrei de tudo, em quase todos os locais onde morei ou visitei; passei a ser uma espécie de pesquisador dos bons restaurantes árabes, mais precisamente os libaneses, para lembrar um pouco daquela viagem, daquele povo e daqueles sabores; posso ainda afirmar que encontrei de tudo um pouco, dos mais caros aos mais baratos, dos mais caprichosos ao mais fajuto; muitos destes pseudos restaurantes árabes não passam de fantasias que fazem alusão apenas no nome, mas a grande parte oferecem uma rica e típica comidinha caseira lá daqueles recantos do Líbano, como o Vila Árabe em Belo Horizonte, do simpático, feliz, agradável e caprichoso Gaby Amine Toufic Madi, um libanês com mais de quatro décadas de Brasil, que comanda uma rede vasta de comércios voltados ao ramo alimentício árabe.
 
Na página do Vila Árabe (www.vilaarabe.com.br) na internet o slogan é claro: “Faça uma viagem ao Líbano sem sair de Belo Horizonte”; o lugar está num dos bairros mais boêmios da capital mineira, o Savassi, pode receber confortavelmente cerca de 200 pessoas, possui salão de festas no primeiro andar, dança do ventre todos os finais de semana e no quesito “pratos”, hum, este é o grande diferencial do ambiente do Gaby Madi. O Vila Árabe é simplesmente sensacional e reúne tudo e mais algo da culinária oriental árabe; não há como descrever, precisa-se ver e degustar.
 
Charutos de folha de uva são os melhores do mundo, Kibe Cru, Homus, Qualhada Seca, Tabule, Salada Árabe, Babaganuch, Chanclich, Falafel, Kibe Frito, Conservas e Pão Árabe, isso é apenas um pequeno detalhe do que o amante desta culinária terá ao chegar nesta casa incrível que é sucesso há vários anos em Minas Gerais e atrai gente de todo Brasil. Um dos quitutes que mais me chamaram a atenção foi a Kafta que somente consegui provar naquele lugar; e o melhor de tudo: quando você e se mostra receptivo, o próprio Gaby senta-se a mesa, prova algumas iguarias e bate um delicioso papo a moda libanesa.
 
Alguns podem pensar que este texto trata-se de propaganda, ou que eu recebi alguma coisa em troca do comentário, mas não é! Eu fui a convite de um amigo, Dr. Charbel Maroun, advogado em Minas Gerais e ao chegar ao lugar, me senti como se estivesse de fato em Beirute; manobristas atenciosos, garçons educados com atenção redobrada, Buffet riquíssimo em iguarias ocidentais e orientais árabes, vasta carta de vinhos, Arak Kasslik (o mais puro libanês) e carinho, muito carinho. A manutenção de tudo isso, a recuperação da cultura libanesa que tanto influenciou e ainda influencia nossos costumes e a dedicação do Gaby ao seu negócio foi o que me deixou satisfeito e motivou-me a escrever; casas iguais a Vila Árabe, está cada vez mais raro de se ver!
 
Aos leitores que me acompanham aqui ou em minha página “Crônicas do Imperador – www.irregular.com.br, nestes 2 anos escrevendo e mais de 150 mil acessos, Graças a Deus; se algum de vocês puderem, visitem este lugar incrível e se por acaso algum de vocês forem proprietários de restaurante, vale a pena uma conversinha com Gaby; este libanês é uma universidade viva e ativa e tem milhares de dicas e sabedorias para o sucesso, sucesso este que lhe mantêm no Brasil há décadas.
 
Desculpem-me se o texto pareceu artigo de coluna social, mas quem me conhece sabe que sou crítico dos serviços de hotéis, restaurantes e afins; quem me conhece sabe que por eu viajar muito, acabo por relacionar os bons e os ruins e sabem também que eu costumo criticar no sentido de que eles melhorem seus produtos e serviços; raramente eu elogio e quando o faço é porque a coisa é extraordinariamente boa e merece ser conhecida por mais pessoas, caso do Vila Árabe em Belo Horizonte.
 
Obrigado Gaby e Charbel por abrirem as portas do Vila Árabe e de seus corações; obrigado a comunidade libanesa que tanto me acolhe, seja em Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Bahia ou na Ásia; saibam que eu já me sinto um árabe desde o final da década de 90. A gravura é criação minha em homenagem ao povo libanês e aos meus amigos; ela será transformada em quadro e será presenteada ao Vila Árabe em breve!
 
 
CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS PIRES
www.irregular.com.br

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 07/03/2009
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