Espiritualidade
Segundo artigo intitulado “Espiritualidade”, publicado no “Correio Popular” da cidade de Campinas, o Padre José Trasferatti, doutor em Filosofia e professor titular da PUC-Campinas, expõe um dos grandes males do século XXI: a falta de relacionamento entre as pessoas.
Segundo o historiador Eric Hobsbawn, em sua obra “A era dos extremos”, constatou-se que houve mais mudanças na humanidade nos últimos 50 anos, do que desde a idade da pedra.
Albert Einstein também declarou certa vez que três grandes bombas haviam explodido no século XX: a bomba demográfica, a bomba atômica e a bomba das telecomunicações.
Realmente as novas tecnologias de comunicação (ciberespaço, navegação na Web, cibercultura, correio eletrônico, celular, etc.), nunca afetaram tanto as relações humanas.
O Padre José diz no artigo que entende por espiritualidade as atividades humanas na contemplação dos mistérios do mundo.
Particularmente entendo que, além disso, deixamos de nos conhecer como pessoas, pois quase não existem mais diálogos. Pais e filhos não conversam mais como antes; namoros e amizades virtuais; alunos e professores se estranhando; as crianças não brincam como antigamente, lembram das “brincadeiras de roda”, “queimadas”, bola de gude, carrinhos e bonecas? Hoje em dia somente jogos virtuais.
Raramente as famílias se sentam á mesa para suas refeições.
Já não “perdemos tempo” olhando o pôr-do-sol, ouvindo o canto dos pássaros ou contemplando estrelas.
O tempo passa muito rápido, os olhares se perdem, as mãos não se tocam. Tudo se tornou supérfluo e superficial.
Vivemos um caos sentimental e um vazio existencial.
A espiritualidade do título necessita de tempo, silêncio, contemplação, amizade, sinceridade, amor.
Na verdade todo esse propagado e real avanço tecnológico das telecomunicações transformou as relações pessoais e sociais em ficção, nos transformaram em máquinas... Tudo muito ágil, rápido, porém sem sentimento.