OS OLHOS DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

Minha primeira viagem internacional foi para o México. Havia um congresso internacional de Homeopatia na Capital Federal, e o nosso pacote incluía Acapulco, Cidade do México, Miami e Orlando.

Depois de cinco dias em Acapulco, fomos para a Capital Federal para assistir ao congresso e conhecer a cidade. No dia em que íamos à Teotihuacán, cidade dos Aztecas, passamos pelo Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe.

Eu estava nessa época afastado da Igreja, das coisas de Deus, e estava naquele local como um simples turista, tirando fotos de tudo que via, interessado em ver tudo, conhecer tudo, mas muito pouco, ou nada envolvido com religiosidade. A bem da verdade, estava ansioso para chegar a Teotihuacán e sentir a “energia” das pirâmides, quem sabe ter uma experiência extra-sensorial...

Mas ao entrar no templo, na basílica nova de Nossa Senhora de Guadalupe, ao lado da antiga, que depois do terremoto de 1985 foi interditada, senti um grande arrepio, e sem mais nem menos, caí em pranto copioso. Uma coisa, uma sensação, uma emoção inexplicável, que assustou minha esposa, que começou a pensar que eu estava passando mal. E eu queira adentrar aquela igreja, ver de perto o magnífico quadro da Virgem... Passei pelo crucifixo retorcido, prova de um dos milagres da Virgem Morena, e me encaminhei para a esteira rolante que passa sob o quadro. Como que hipnotizado, deixei-me levar pelo engenho, e em seguida já estava fora da igreja, tendo saído por uma pequena porta. Como que por encanto, cessou o choro, voltei ao normal! Coisa estranha, pensei...

O guia turístico já estava apressando o grupo. Vamos gente, estamos atrasados!

Corri novamente para dentro da igreja, e imediatamente, senti novamente o calafrio, a emoção e recomecei a chorar... O guia insistia para que entrássemos no ônibus para seguir viagem...

No dia seguinte eu e minha esposa deixamos a excursão, que ia conhecer a Universidade da Cidade do México e voltamos de taxi ao Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe. A experiência se repetiu. Assistimos a uma missa, e a partir desse dia, tornei-me devoto de Nossa Senhora de Guadalupe, a Padroeira da América Latina.

Procurei conhecer sua história, e fui ficando cada vez mais fascinado pelos detalhes descobertos nos olhos da pintura, obra do primeiro milagre da Santa, que imprimiu no manto do índio Juan Diego a sua imagem, a mesma que se encontra na basílica, isso no século XVI! E estudos recentes provam que não existe nenhuma tinta, nenhum pigmento no tecido, que é um frágil pedaço de pano que nesses séculos todos já se teria deteriorado... Nos olhos da imagem, com estudos feitos pela alta tecnologia da NASA, foram detectados detalhes, que ampliados, revelam a reprodução da cena em que o índio desenrola o manto na frente do bispo para ofertar-lhe as rosas mandadas pela Virgem, e todos vêem a imagem impressa. É como se a Virgem estivesse vendo a cena, e a mesma estivesse gravada em sua retina...