O MICO DAS BACTÉRIAS NA SAÚDE PÚBLICA
Esse meu presente texto baseia-se numa reportagem que a televisão hoje nos mostra a respeito de pessoas que, ao serem vacinadas num posto de saúde, contaminaram-se com micobactérias atípicas no procedimento da vacinação.
Parece que o "mico" da saúde pública não é só conosco! As bactérias estão por aí...embora pareça que tem gente que não acredita que o mundo microscópico...vive a nos contra atacar!
Pelas declarações dos responsáveis pela unidade de saúde tudo está na mais absoluta ordem.
Devem ser "micobactérium fantasmagóricum",deduzo eu!
Só que as câmeras da reportagem nos mostram nitidamente as muito provavéis condições insalubres de funcionamento da unidade básica de saúde.
As paredes do equipamento público estão totalmente sujas, mofadas, deterioradas, sem o mínimo estado de conservação, que aliás, é o cenário comum dos equipamentos públicos que servem as pessoas pelo país afora.
Salve as exceções dos equipamentos que albergam os funcionários públicos considerados de alto escalão. Aí sim, não há como criticar.
Fica muito difícil acreditar que, naquela instituição, há higiene nos materiais de vacinação, e as micobactérias atípicas (Mycobacterium fortuitum),as que atingem a pele e órgão internos geralmente "moram" nos equipamentos cirúrgicos e de procedimentos invasivos, ou seja, naqueles que adentram o nosso corpo.
Há muito que penso em falar sobre o estado de conservação e vigilância sanitária das edificações da saúde pública, que me parecem muito falhas.
Muito se fiscaliza as instituições privadas, porém acho que está mais do que na hora de voltarmos a vigilância para os nossos umbigos, ou seja, para o nosso patrimônio público que está caindo!
Não é infrequente hospitais e ambulatórios em funcionamento dentro de canteiros de obras, cujas obras nunca terminam!
Condições insalubres de funcionamento para pacientes e funcionários é o que mais se escancaram aos olhos do mínimo observador que procura ou conhece tais prestações de serviços.
A administração pública prefere construir edificações do que recuperá-las, e quando termina obras "caríssimas" muito pouco investe na manutenção do que foi recém construído, como também sequer se preocupa na educação para a conservação por parte dos usuários do equipamento que lhes pertence!
Deveríamos sim, aprender e ensinar a administrar e cuidar do que é público, exatamente como cuidamos das nossas casas!
As edificações que melhor funcionam já foram entregues à iniciativa privada, (parcerias publicos privadas) o que me abstenho de comentar nesse artigo, embora acredite que seja admitir que. de fato, não sabemos cuidar do que é público.Ou não queremos!
Precebe-se também, unidades funcionantes sob projetos muito distantes do necessário planejamento duma arquitetura hospitalar, sanitários mal posicionados nos fluxos das pessoas e funcionários, ambientes escuros, mal ventilados, o que aumenta em muito o risco de infecções hospitalares.
A manutenção de estufas e autoclaves para a esterilização de materias é igualmente precária.
Muitas vezes, não há manutenção preventiva, só paliativa!
A limpeza então, quando ocorre, muitas vezes é realizada por empresas não especializadas em limpeza hospitalar, e por pessoas que infelizmente nunca ouviram falar em bactérias. Muito menos no "luxo" das "mico" bactérias!
Grande parte do entorno das unidades básicas espalhads pelo país afora, são ocupados por matos e acúmulo de lixo, invisíveis aos olhos de quem é bem pago para enxergar...e cuidar. Uma festa para os ratos.
E depois ainda fazem campanhas para exterminar a dengue!
Um horror!
Está mais do que na hora de alguém tomar rédeas dessa "micosituação" , desse "micocaos" , desse túnel sem luz da saúde pública.
Muito mais importante os diagnósticos sociais...do que a "micoaparição" para se jogar preservativos na Marquês de Sapucaí!
Tem certos carnavais que custam a vida das pessoas...