Síndrome JE

Esta é a doença psicológica que atingiu sua excelência o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos neste final de semana passado. É uma alusão ao falecido senador amazonense Jefferson Perez. Homem sério e probo. Na sua vida política e especialmente em seus últimos anos de mandato e de vida falou a verdade. Aos quatro ventos clamou sobre honestidade, justiça, retidão, liberdade e bons costumes, etc. Inclusive revelando em alguns momentos, que se encontrava livre prá falar e descomprometido.

Jarbas não ficou por menos. Tentou imitá-lo. Plagiou-lhe. Disse que não precisaria mais ser votado, não devendo vir a candidatar-se. Foi além do senador Perez. Exagerou. Qualificou alguns companheiros de partido nomeando-lhes um a um em alguns momentos e o próprio partido (PMDB) de adjetivos como retrógrado, ultrapassado, corrupto, papa-empregos, etc.,.

Nesta sua oitiva ele destilou seu veneno prá todos os lados. Quase que ninguém do seu partido se livrou dos respingos. Inclusive o Zé Sarney que acabara de ser eleito presidente do Senado e Michel Temer presidente da Câmara dos Deputados.

Aí Vasconcelos deitou e rolou. “Ele deitou o cacete”. “Ele chutou o balde”. “Ele estourou a boca do balão”. “Ele arrepiou”. “Ele não aliviou ninguém”. “Ele jogou o anzol com vara e tudo”. Estas expressões são o que de melhor se tem para qualificar o que ele fez. E naturalmente em tese ele está certo.

A imprensa do “quanto pior melhor” aplaudiu de pé. Como sempre. Ela não verificou que Vasconcelos se comportou quase como os militares que somente podem ou vêm externar suas opiniões quando estão de pijamas. A diferença é que os militares ainda podem ser punidos. Ele não. Anunciou-se em fim de carreira. Ele devia ter falado isto era a uma ou duas décadas atrás quando era dependente do PMDB e seus filiados. Só veio falar quando não mais precisava dos votos do povo pernambucano. Dos votos dos rincões de pobreza do agreste, da zona da mata e do sertão de Pernambuco onde campeia o coronelismo e o voto de cabresto. Destes votos que o levaram ao estrelato do cenário político Nacional.

Qualquer semelhança entre os argumentos do Senador Jeferson Perez e a estonteante entrevista dada à revista Veja no último final de semana pelo senador representante de Pernambuco não terá sido mera coincidência pelo simples fatos de Jarbas ter ido mais adiante. Haver soqueado suas próprias entranhas e de seus companheiros de legenda. Cuspiu no prato que comeu? Ah! Tinha esquecido. Terá sido a idade que chegou? Terá sido uma crise de fim de carreira? É, vou trocar o título. Não é mais Síndrome JE e sim Síndrome da fase terminal. O amazonense sempre foi sério, Jarbas foi quem surtou.

José Arimatéia de Macêdo - Site: www.arimateia.com