SANTUÁRIOS MARIANOS NA VIDA DA IGREJA
 
“Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16).
 
Com efeito, por esse versículo da Carta aos Coríntios (1Cor 3,16), vemos como Deus nos criou e para que nos criou; de fato, somos templo santo, lugar sagrado, morada do Altíssimo. Esse Mistério de Amor foi revelado em sua totalidade na pessoa da Virgem Maria, a “Serva do Senhor”, Seu Santuário por Excelência. Por Ela Deus Pai revelou também o Grande Mistério da Salvação de toda humanidade, perpetuado na Igreja “Corpo Místico de Cristo”, da qual Maria é perfeita imagem.
 
Por isso, é dever da Igreja venerar a Mãe de Jesus e nossa Mãe, como aquela que foi escolhida desde toda a eternidade como genitora da Nova Criação, sem mancha, toda pura, imaculada, porque, como disse o Livro de Jó: “Quem fará sair o puro do impuro? Ninguém”. (Jó 14,4). Logo, a Igreja pela ação do Espírito Santo reconhece esta verdade, Maria é de fato a Mãe de Deus Redentor e ultrapassa, pelos méritos de seu Filho, todas as criaturas e ao mesmo tempo está ligada à estirpe humana e é a verdadeira mãe dos membros de Cristo que nascem na Igreja.
 
Por graça providencial de Deus a maternidade de Maria perdura desde seu consentimento na anunciação até a comunhão final de todos os fiéis eleitos. O fato é que ela continua essa missão salutar agora na glória, para que por sua intercessão todos cheguem à salvação eterna. Por isso a Igreja a invoca com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Amparo, Medianeira e outros tantos Títulos; e o faz sem que isso mude em nada a mediação única de Cristo.
 
“Haverá algum país no mundo que não tenha pelo menos um santuário dedicado à Virgem Maria? Maria está, de fato, presente em todo o mundo, em todos os continentes, ainda que alguns dos principais lugares de devoção mariana sejam hoje, pelo seu esplendor, santuários internacionalmente conhecidos e freqüentados por milhões de peregrinos todos os anos”.
 
“É o caso, por exemplo, de Nossa Senhora de Guadalupe, no México; de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil; de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal; de Nossa Senhora de Czestochowa, na Polônia; de Nossa Senhora do Loreto, na Itália; de Nossa Senhor de Lourdes, na França e de muitos outros onde se juntam multidões em peregrinações para louvar e fazer súplicas à Maria”, a Virgem Mãe de todos os povos.
 
Nossa viver na terra é um peregrinar constante na fé, rumo ao Reino de Deus anunciado por Jesus; somos seus discípulos e seguimos a mesma trajetória que ele seguiu; somos peregrinos do amor de Deus, vivemos neste mundo a expectativa de sua vinda definitiva; esperamos alegremente o cumprimento de todas as suas promessas, por isso, não estamos sozinhos, o Senhor caminha conosco e sua mãe também, porque somos a sua família santa e eterna.
 
O peregrino, antes de tudo, é aquele que sabe aonde vai chegar, por esse motivo não pára e não se entretém pelo caminho, pois a jornada é árdua e não pode perder tempo. Por isso dedica todo o seu tempo e sua vida a Deus.
 
Quando nos dirigimos devotamente para os Santuários Marianos, seguimos a mesma dinâmica ou costume do Povo de Deus que todos os anos peregrinavam para o Templo de Jerusalém, a fim de prestar culto ao Senhor e lembrar que um dia saíram da terra da escravidão para a terra prometida. De igual modo, o culto à Mãe de Deus foi determinado na Igreja de tal maneira que através dele Deus seja glorificado no seu Filho Jesus, o Espírito Santo nos santifique e nós experimentemos desde já as graças do céu aqui na terra.
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando,OFMConv.