FOLHA RETORNA A 1964
Desabridamente agora, a Folha de São Paulo parece estar demonstrando exatamente o que sempre foi, ou o que é. De fato, em 1964, a turma dos Frias (sugestivo, não? – Frias – fazer “entrar numa fria” etc) apoiou a quebra do sistema democrático vigente no Brasil, atrás da manutenção de “sua turma” no poder. Malgrado as mazelas da ditadura oligárquica-militar imposta, amplamente e hitoricamente repudiadas por qualquer cidadão capaz de abominar a violência ditatorial (que no saber prova identidade não só física, mas também psicológicas-socias [voltarei em breve falando disso em outro texto]), a máscara cai da Folha cai publicamente (aquela máscara que usou dizendo defender o movimento Diretas-Já, que na verdade era anseio de poder elitista), demonstrando ela sim (a Folha de São Paulo) ser cínica e mentirosa. Conforme recebi da Universidade Nômade, transcrevo aqui que “ao criticar o atual regime da Venezuela, o jornal [Folha de São Paulo] classificou o regime militar brasileiro de “ditabranda” ", o que provocou reação forte de leitores, entre os quais os professores Fábio Konder Comparato e Maria VictoriaBenevides. Sabe o que o jornal respondeu? Que os dois eram cínicos e mentirosos!!!”. Segue o teor do Editorial da Folha de São Paulo e o teor do Painel do Leitor da Folha com a resposta do jornal:
“Editorial
www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1702200901.htm
Limites a Chávez
Apesar da vitória eleitoral do caudilho venezuelano, oposição ativa e crisedo petróleo vão dificultar perpetuação no poder
O ROLO compressor do bonapartismo chavista destruiu mais um pilar do sistema de pesos e contrapesos que caracteriza a democracia. Na Venezuela, os governantes,a começar do presidente da República, estão autorizados a concorrer a quantasreeleições seguidas desejarem.
Hugo Chávez venceu o referendo de domingo, a segunda tentativa de dinamitar os limites a sua permanência no poder. Como na consulta do final de 2007, a votação de anteontem revelou um país dividido. Desta vez, contudo, a discreta maioria (54,9%) favoreceu o projeto presidencial de aproximar-se do recorde demando do ditador Fidel Castro.
Outra diferença em relação ao referendo de 2007 é que Chávez, agora vitorioso, não está disposto a reapresentar a consulta popular. Agiria desse modo apenas em caso de nova derrota.
Tamanha margem de arbítrio para manipular as regras do jogo é típica de regimes autoritários compelidos a satisfazer o público doméstico, e o externo, com certo nível de competição eleitoral.
Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente.
Em dez anos de poder, Hugo Chávez submeteu, pouco a pouco, o Legislativo e o Judiciário aos desígnios da Presidência. Fechou o círculo de mando ao impor-se à PDVSA, a gigante estatal do petróleo.
A inabilidade inicial da oposição, que em 2002 patrocinou um golpe de Estado fracassado contra Chávez e depois boicotou eleições, abriu caminho para a marcha autoritária; as receitas extraordinárias do petróleo a impulsionaram.
Como num populismo de manual, o dinheiro fluiu copiosamente para as ações sociais do presidente, garantindo-lhe a base de sustentação.
Nada de novo, porém, foi produzido na economia da Venezuela, tampouco na sua teia de instituições políticas; Chávez apenas a fragilizou ao concentrar poder. A política e a economia naquele país continuam simplórias -e expostas às oscilações cíclicas do preço do petróleo.
O parasitismo exercido por Chávez nas finanças do petróleo e do Estado foi tão profundo que a inflação disparou na Venezuela antes mesmo da vertiginosa inversão no preço do combustível. Com a reviravolta na cotação, restam ao governo populista poucos recursos para evitar uma queda sensível e rápida no nível de consumo dos venezuelanos.
Nesse contexto, e diante de uma oposição revigorada e ativa, é provável que o conforto de Hugo Chávez diminua bastante daqui para a frente, a despeito da vitória de domingo.
Painel do leitor
www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2002200910.htm
*Ditadura*
"Lamentável o uso da palavra "ditabranda" no editorial "Limites a Chávez" (*Opinião*, 17/2) e vergonhosa a Nota da Redação à manifestação do leitor Sérgio Pinheiro Lopes ("Painel do
Leitor", ontem). Quer dizer que a violência política e institucional da ditadura brasileira foi em nível "comparativamente baixo'? Que palhaçada é essa? Quanto de violência é admissível? No grande "Julgamento em Nuremberg" (1961), o personagem de Spencer Tracy diz ao juiz nazista que alegava que não sabia que o horror havia atingido o nível que atingira: "Isso aconteceu quando você condenou à morte o primeiro homem que você sabia que era inocente". A *Folha* deveria ter vergonha em relativizar a violência. Será que não é por isso que ela se manifesta de forma cada vez maior nos estádios, nas universidades e nas ruas?"
*MAURICIO CIDADE BROGGIATO* (Rio Grande, RS)
"Inacreditável. A Redação da *Folha* inventou um ditadômetro, que mede o grau de violência de um período de exceção. Funciona assim: se o redator foi ou teve vítimas envolvidas, será ditadura; se o contrário, será ditabranda. Nos dois casos, todos nós seremos burros."
*LUIZ SERENINI PRADO* (Goiânia, GO)
"Com certeza o leitor Sérgio Pinheiro Lopes não entendeu o neologismo "ditabranda", pois se referia ao regime militar que não colocou ninguém no "paredón" nem sacrificou com pena de morte intelectuais, artistas e políticos, como fazem as verdadeiras ditaduras. Quando muito, foram exilados e prosperaram no estrangeiro, socorridos por companheiros de esquerda ou por seus próprios méritos. Tivemos uma ditadura à brasileira, com troca de presidentes, que não vergaram uniforme e colocaram terno e gravata, alçando o país a ser a oitava economia do mundo, onde a violência não existia na rua, ameaçando a todos, indistintamente, como hoje. Só sofreu quem cometeu crimes contra o regime e contra a pessoa humana, por provocação, roubo, sequestro e justiçamentos. O senhor Pinheiro deveria agradecer aos militares e civis que salvaram a nação da outra ditadura, que não seria a"ditabranda"."
*PAULO MARCOS G. LUSTOZA* , capitão-de-mar-e-guerra reformado (Rio de Janeiro,
RJ)
"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitoshumanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar"importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial daFolha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!"
*MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES* , professora da Faculdade de Educação
da USP (São Paulo, SP)
"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana."
*FÁBIO KONDER COMPARATO* , professor universitário aposentado e advogado
(São Paulo, SP)
*Nota da Redação* - A *Folha* respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa.”
Conforme recebi da Universidade Nomade (através de *Camilo Toscano* - camilo@entrelinhas.net - Tel: (11) 3066-7706- www.entrelinhas.net - Av. Brasil, 2100 - Jd. América - CEP: 01430-001 - São Paulo – SP) foi criada uma petição cujo teor também descrevo abaixo:
“REPUDIO E SOLIDARIEDADE
Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inverídica revisão histórica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumarias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da historia política brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pós-1964.
Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redação, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insólitas criticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.
Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.”
Recebi também o link do abaixo-assinado (que reproduzo abaixo) o qual assinei:
www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html
Pelo fedor, é mesmo cheiro de tentativa de apoiar algum suposto-proposto golpe político, engendrado na laia conhecida.É FRIA !!!
[A responsabilidade desse texto, em seu todo, é única e exclusiva do autor, desonerando qualquer outra ao Recanto das Letras e seus prepostos]
Desabridamente agora, a Folha de São Paulo parece estar demonstrando exatamente o que sempre foi, ou o que é. De fato, em 1964, a turma dos Frias (sugestivo, não? – Frias – fazer “entrar numa fria” etc) apoiou a quebra do sistema democrático vigente no Brasil, atrás da manutenção de “sua turma” no poder. Malgrado as mazelas da ditadura oligárquica-militar imposta, amplamente e hitoricamente repudiadas por qualquer cidadão capaz de abominar a violência ditatorial (que no saber prova identidade não só física, mas também psicológicas-socias [voltarei em breve falando disso em outro texto]), a máscara cai da Folha cai publicamente (aquela máscara que usou dizendo defender o movimento Diretas-Já, que na verdade era anseio de poder elitista), demonstrando ela sim (a Folha de São Paulo) ser cínica e mentirosa. Conforme recebi da Universidade Nômade, transcrevo aqui que “ao criticar o atual regime da Venezuela, o jornal [Folha de São Paulo] classificou o regime militar brasileiro de “ditabranda” ", o que provocou reação forte de leitores, entre os quais os professores Fábio Konder Comparato e Maria VictoriaBenevides. Sabe o que o jornal respondeu? Que os dois eram cínicos e mentirosos!!!”. Segue o teor do Editorial da Folha de São Paulo e o teor do Painel do Leitor da Folha com a resposta do jornal:
“Editorial
www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1702200901.htm
Limites a Chávez
Apesar da vitória eleitoral do caudilho venezuelano, oposição ativa e crisedo petróleo vão dificultar perpetuação no poder
O ROLO compressor do bonapartismo chavista destruiu mais um pilar do sistema de pesos e contrapesos que caracteriza a democracia. Na Venezuela, os governantes,a começar do presidente da República, estão autorizados a concorrer a quantasreeleições seguidas desejarem.
Hugo Chávez venceu o referendo de domingo, a segunda tentativa de dinamitar os limites a sua permanência no poder. Como na consulta do final de 2007, a votação de anteontem revelou um país dividido. Desta vez, contudo, a discreta maioria (54,9%) favoreceu o projeto presidencial de aproximar-se do recorde demando do ditador Fidel Castro.
Outra diferença em relação ao referendo de 2007 é que Chávez, agora vitorioso, não está disposto a reapresentar a consulta popular. Agiria desse modo apenas em caso de nova derrota.
Tamanha margem de arbítrio para manipular as regras do jogo é típica de regimes autoritários compelidos a satisfazer o público doméstico, e o externo, com certo nível de competição eleitoral.
Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente.
Em dez anos de poder, Hugo Chávez submeteu, pouco a pouco, o Legislativo e o Judiciário aos desígnios da Presidência. Fechou o círculo de mando ao impor-se à PDVSA, a gigante estatal do petróleo.
A inabilidade inicial da oposição, que em 2002 patrocinou um golpe de Estado fracassado contra Chávez e depois boicotou eleições, abriu caminho para a marcha autoritária; as receitas extraordinárias do petróleo a impulsionaram.
Como num populismo de manual, o dinheiro fluiu copiosamente para as ações sociais do presidente, garantindo-lhe a base de sustentação.
Nada de novo, porém, foi produzido na economia da Venezuela, tampouco na sua teia de instituições políticas; Chávez apenas a fragilizou ao concentrar poder. A política e a economia naquele país continuam simplórias -e expostas às oscilações cíclicas do preço do petróleo.
O parasitismo exercido por Chávez nas finanças do petróleo e do Estado foi tão profundo que a inflação disparou na Venezuela antes mesmo da vertiginosa inversão no preço do combustível. Com a reviravolta na cotação, restam ao governo populista poucos recursos para evitar uma queda sensível e rápida no nível de consumo dos venezuelanos.
Nesse contexto, e diante de uma oposição revigorada e ativa, é provável que o conforto de Hugo Chávez diminua bastante daqui para a frente, a despeito da vitória de domingo.
Painel do leitor
www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2002200910.htm
*Ditadura*
"Lamentável o uso da palavra "ditabranda" no editorial "Limites a Chávez" (*Opinião*, 17/2) e vergonhosa a Nota da Redação à manifestação do leitor Sérgio Pinheiro Lopes ("Painel do
Leitor", ontem). Quer dizer que a violência política e institucional da ditadura brasileira foi em nível "comparativamente baixo'? Que palhaçada é essa? Quanto de violência é admissível? No grande "Julgamento em Nuremberg" (1961), o personagem de Spencer Tracy diz ao juiz nazista que alegava que não sabia que o horror havia atingido o nível que atingira: "Isso aconteceu quando você condenou à morte o primeiro homem que você sabia que era inocente". A *Folha* deveria ter vergonha em relativizar a violência. Será que não é por isso que ela se manifesta de forma cada vez maior nos estádios, nas universidades e nas ruas?"
*MAURICIO CIDADE BROGGIATO* (Rio Grande, RS)
"Inacreditável. A Redação da *Folha* inventou um ditadômetro, que mede o grau de violência de um período de exceção. Funciona assim: se o redator foi ou teve vítimas envolvidas, será ditadura; se o contrário, será ditabranda. Nos dois casos, todos nós seremos burros."
*LUIZ SERENINI PRADO* (Goiânia, GO)
"Com certeza o leitor Sérgio Pinheiro Lopes não entendeu o neologismo "ditabranda", pois se referia ao regime militar que não colocou ninguém no "paredón" nem sacrificou com pena de morte intelectuais, artistas e políticos, como fazem as verdadeiras ditaduras. Quando muito, foram exilados e prosperaram no estrangeiro, socorridos por companheiros de esquerda ou por seus próprios méritos. Tivemos uma ditadura à brasileira, com troca de presidentes, que não vergaram uniforme e colocaram terno e gravata, alçando o país a ser a oitava economia do mundo, onde a violência não existia na rua, ameaçando a todos, indistintamente, como hoje. Só sofreu quem cometeu crimes contra o regime e contra a pessoa humana, por provocação, roubo, sequestro e justiçamentos. O senhor Pinheiro deveria agradecer aos militares e civis que salvaram a nação da outra ditadura, que não seria a"ditabranda"."
*PAULO MARCOS G. LUSTOZA* , capitão-de-mar-e-guerra reformado (Rio de Janeiro,
RJ)
"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitoshumanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar"importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial daFolha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!"
*MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES* , professora da Faculdade de Educação
da USP (São Paulo, SP)
"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana."
*FÁBIO KONDER COMPARATO* , professor universitário aposentado e advogado
(São Paulo, SP)
*Nota da Redação* - A *Folha* respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa.”
Conforme recebi da Universidade Nomade (através de *Camilo Toscano* - camilo@entrelinhas.net - Tel: (11) 3066-7706- www.entrelinhas.net - Av. Brasil, 2100 - Jd. América - CEP: 01430-001 - São Paulo – SP) foi criada uma petição cujo teor também descrevo abaixo:
“REPUDIO E SOLIDARIEDADE
Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inverídica revisão histórica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do pais. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumarias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da historia política brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pós-1964.
Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redação, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis a atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insólitas criticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal.
Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.”
Recebi também o link do abaixo-assinado (que reproduzo abaixo) o qual assinei:
www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html
Pelo fedor, é mesmo cheiro de tentativa de apoiar algum suposto-proposto golpe político, engendrado na laia conhecida.É FRIA !!!
[A responsabilidade desse texto, em seu todo, é única e exclusiva do autor, desonerando qualquer outra ao Recanto das Letras e seus prepostos]