O SONO E A FALTA DELE

Eu vejo tanta gente falar sobre as irrefreáveis insônias noturnas, que resolvi me aprofundar um pouco no estudo desse mal do século, pois a maioria das pessoas que tem uma vida ativa não consegue o relaxamento natural para ingressar naquele período entre a hora de esquecer o dia que passou e o momento certo para tornar-se sensível ao sono.

O que preocupa é que as estatísticas demonstram que uma pessoa que dorme mal terá um dia posterior cheio de dificuldades para concentração e absorção do trabalho como elemento de prioridade etc., pois estará refém da noite mal-dormida e seus pensamentos não evoluem pela falta do preenchimento daquela lacuna que insiste em permanecer como substrato de sua vontade.

Cito um estudo que coletei de um site (que não me recordo o nome), que faz menção ao estudo da Duke University, nos Estados Unidos, publicado na revista online "Brain, Behaviour and Immunity".

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“O estudo afirma que distúrbios de sono estão associados ao estresse psicológico e ao aumento do nível dos biomarcadores - substâncias biológicas encontradas no corpo - que indicam risco mais elevado de doenças cardíacas e diabetes do tipo 2. Os cientistas acreditam que esses sinais são mais fortes nas mulheres do que nos homens que enfrentam o problema.

"O estudo sugere que o sono de má qualidade - medido pelo tempo total de sono, o grau de profundidade e, mais importante, o tempo que se leva para pegar no sono - pode ter conseqüências mais sérias para a saúde do homem do que para a saúde da mulher", disse Edward Suarez, professor associado do Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Duke University e principal autor do estudo.

Segundo Suarez, apesar de as mulheres apresentarem mais problemas no sono do que homens, a maioriaia dos estudos nesse campo vinha sendo realizada com pessoas do sexo masculino.

Participantes

Neste estudo, os pesquisadores analisaram questionários respondidos por 210 homens e mulheres de meia-idade, aparentemente saudáveis e sem histórico de distúrbios do sono. Nenhum deles fumava ou tomava medicamentos diariamente.

No questionário, os participantes deram notas para vários aspectos de seu sono durante o mês anterior. Medições adicionais avaliaram os níveis de depressão, raiva, hostilidade e a percepção do apoio oferecido por parentes e amigos.

Os cientistas retiraram amostras sangüíneas dos participantes e avaliaram o nível de biomarcadores - indicadores biológicos - associados ao aumento do risco de doenças cardíacas e diabetes, entre eles o nível de insulina e glicose, fibrinogênio (um fator coagulador) e duas proteínas inflamatórias, a C-reativa e a interleucina-6.

Segundo os pesquisadores, cerca de 40% dos homens e das mulheres apresentaram problemas no sono, como dificuldade freqüente em adormecer, demorando mais de meia hora para dormir, ou acordando com frequência durante a noite.

Mas apesar de enfrentarem problemas semelhantes, os resultados do exame médico feitos nos participantes mostraram que os efeitos da falta de sono sobre as mulheres eram muito mais dramáticos.

"Concluímos que, nas mulheres, o sono de má qualidade está fortemente associado ao alto nível de estresse psicológico e aumento dos sentimentos de hostilidade, depressão e raiva. Em contraste esses sentimentos não foram associados com o mesmo nível de distúrbios do sono nos homens", disse Suarez.

As mulheres que relataram nível mais alto de distúrbios de sono também apresentaram níveis mais altos de todos os biomarcadores medidos. Nas mulheres, os distúrbios estavam associados ao aumento nos níveis da proteína C-reativa e Interleucina-6, medidas de inflamação que já foram associadas ao aumento do risco de doenças cardíacas, e níveis mais altos de insulina.

Entre as mulheres que relataram sono de má qualidade, 33% apresentaram níveis da proteína C-reativa associados a um alto risco de doenças cardíacas, disse Suarez.

Segundo Suarez, a qualidade do sono em si nem parece influenciar tanto os riscos de saúde, mas, sim, o tempo em que a pessoa leva para pegar no sono. "As mulheres que demoram meia hora para pegar no sono apresentaram o pior perfil de risco", disse Suarez.”

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Evidente que a pessoa que tem o problema da disfunção do sono, não consegue vencer a barreira que é imposta pelo próprio organismo. Mas, convenhamos que nós seres humanos muitas vezes nos deixamos influenciar pela nossa capacidade de ser vencidos por alguns distúrbios que são próprios de nossa serviência ao seu aparecimento, pois nos deixamos dominar por problemas que não se resolvem na hora de dormir. A força do pensamento - muitas das vezes - nos tornam um joguete na mão desse mal, considerando que não somos capazes de plugar um pensamento obssessivo que se apossa de nossa mente e passamos a martelá-lo a ponto do sono desaparecer. Ora, a nossa mente é que traduz todas as performances de nosso corpo. Se não agirmos racionalmente conosco mesmo, como poderemos agir racionalmente com os outros na hora que for preciso? Assim, dormir é mais do que uma exigência que devemos ter conosco, pois representa algo importante na hora em que amanhece o dia e temos de enfretar as dificuldades de quem está acordado.

Percebo que a maioria dos recantistas escrevem seus textos com base em insônias mirabolantes pelas quais impedem o bom sono e, assim, para aproveitar esse tempo (para que não se mostre perdido), passam a escrever e rebuscam grandes inspirações e acabam transmitindo toda a saúde da alma, em detrimento da saúde do corpo. Não recrimino ninguém e nem acho que seja algo errado, até porque a maioria das pessoas não contam com outro período do dia para poderem escrever suas obras. O que é preciso enfatizar é que esse hábitos devem ser modificados para o bem do nosso organismo. Sempre que quisermos modificar algo que está errado, nós achamos uma saída, como por exemplo deixar de ver os programas nos horários nobres como novelas, jogos, filmes etc. e passarmos a utilizar esse horário para o nosso encontro literário.

A verdade está vinculada à nossa realidade pessoal, eis que muitas pessoas não conseguem digerir problemas de forma que não nos incomodem na hora de dormir. A técnica de se envolver numa realidade emocional que nos retire dessa alcova, alcança poucas pessoas, pois a maioria absoluta não consegue se desligar dessa realidade dioturna. Eu consigo fazer isso, pois quando algo começa a martelar meu pensamento eu me permito apenas dar uma solução teórica que me acalme, mas consigo entender que aquele momento eu tenho de me afastar daqueles pensamentos pois a solução não está vinculada uma resolução imediata. Pensar em outras coisas que nos dão prazer é uma outra solução adequada para revolver as idéias obssessivas. Outra coisa importante é não deixar que o primeiro impulso do sono escape, porque a pessoa está impossibilitada de dormir naquele instante. O que não foi resolvido até aquele momento venceu o prazo de validade. Deverá ficar para o outro dia. Esse primeiro impulso do sono é tão importante e deve ser aproveitado, pois deixando-o passar você correrá sérios riscos dele ter ido embora e ter se esquecido de você.

A regra é dormir, não interessando em que período. Por isso aquelas pessoas que trabalham à noite dormem de dia e se aconstumam com isso, não tendo dificuldades no trabalho. Assim, aos jovens que saem na balada que sempre começa depois das 23 horas, é importante que aproveitem bem a noitada, mas no outro dia devem tirar uma boa soneca, já que isso lhes proporcionará um bom humor quando levantarem. O alerta também serve para os pais que querem fazer os filhos acordarem muito cedo depois de uma noitada. Deixe que durmam e após acondarem cobrem tudo o que for necessário.

O sono significa um elo de vida. Alguém nasce e alguém morre. Alguém acorda e alguém dorme. É um ciclo imprescindível no ser vivo. Parece que Deus quando criou o homem quis lhe mostrar que o corpo humano é falível e não suporta uma vida inenterrupta sem a presença do sono, que na sua essência natural simboliza a desaceleração do organismo para que seus órgãos possam se refazer de energias naturais que lhe impulsionam durante o dia. Assim, fechar os olhos e entregar-se ao sono e seus mistérios, está vinculada à necessidade de nos entregarmos apenas à direção de nossa alma, pois essa é a única que fica atenta ao Universo, buscando na sua imensidão aquilo que nos interessa como seres perenes. É nessa hora que buscamos explicações para nossas perguntas diárias, através dos sonhos, dos pesadelos, das odisséias transcendentais que repassam pelo nosso subconsciente. Se recusar a ingressar nesses devaneios é o mesmo que negar a presença da vida após a morte.

Termino com a seguinte mensagem: Por favor, durmam bem e sonhem com o paraíso que amanhecerão com energias suficientes para enfrentar o dragão da existência.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 26/02/2009
Código do texto: T1458395