El Morya III
El Morya III
“Vim a esse mundo para prestar testemunho da verdade”, disse Jesus, ao funcionário romano, chamado Pilatos. Ao que ele teria indagado: “O que é a verdade?”. Mas o Mestre dos Mestres não estava ali para discutir. Estava prestes a selar a sua missão, com o “Sangue da Nova e Eterna Aliança”. Dependendo da escola filosófica, ela vai afirmar que a missão do Cristo, em relação à humanidade, teria terminado na Ceia. Que não seríamos dignos de tão grande sofrimento. Fica a questão. Na ótica dos mestres ascensionados, o sangue do Cristo é o sangue do Filho de Deus. Esse sangue foi derramado para lançar um registro cósmico e eterno. Cósmico, por conseguinte não circunscrito à geografia tangível, posto que transcende a compreensão humana, que só funciona em terceira dimensão, quando funciona. Dimensões não faltam no universo. O mestre ascensionado atua na nossa dimensão livremente, pois para ele inexistem conceitos de tempo e espaço, pelo menos do modo como os percebemos. El Morya é um mestre ascensionado e também um Chohan. Não sei se é um mestre de nível cósmico, ou seja, que atua livremente noutras cortes, noutras galáxias. Existem mestres assim. Senhor Maitreya é um deles.
Apenas para ilustrar esse registro, de um ponto de vista 3D, duas visitas ao sudário: Max Freim, legista suíço especialista em pó, achou o pólen de 56 plantas no linho, 47 delas típicas da Palestina. Secondo Pia, fotógrafo italiano, em 1898 fotografou o pano e no negativo apareceu nitidamente a imagem de um corpo, que foi logo considerado como sendo o de Jesus, não só pela tradição, mas pelos sinais visíveis que confirmavam dezenas de fatos relatados nos Evangelhos.( Essas são algumas das abordagens científicas sobre o sudário). Falar mais vai nos desviar do assunto.
A mola mestra do registro, do ponto de vista da cosmogonia, é a irradiação. “Quem tem olhos, que veja”.
Uma das encarnações de El Morya foi Thomas More (1478- 1535). Forma latinizada desse nome - Thomas Morus. Autor do célebre livro “Utopia”. Uma experiência e tanto para quem já havia sido Akbar, o Grande, considerado o maior imperador mongol conhecido.
Reencarnações, períodos de tempo superiores aos da “moderna antropologia”, e a possibilidade de se atingir um estado acima das limitações humanas, sendo isto não exatamente uma sugestão e sim uma ventura, em virtude do que propõe a Lei – tudo em movimento, tudo evoluindo – são tópicos inerentes ao cerne do tema abordado. Nesse trecho, volto ao ponto inicial do artigo II, que começa conjeturando acerca de que o mundo que nos cerca, o universo, cosmos, etc, não é algo fortuito.
“Todas as existências foram criadas, e para serem criadas teria que haver alguma coisa anterior a elas para criá-las (...) Não temos nenhuma possibilidade de imaginar sequer o mínimo a respeito dessa primeira coisa que chamamos de Deus (...) Os átomos que conhecemos são em quantidade e diversidade inimagináveis, e todos foram feitos por Deus, todos tirados do nada, e todos mantém aprisionadas quantidades fabulosas de energia (...) Não há, pois, como não admitir que há um Poder Infinito e Inconcebível, porque atribuir ao acaso tudo o que existe, seria um absurdo bem maior do que dizer que todos os dicionários de todas os idiomas, foram formados por uma explosão em uma gigantesca tipografia, e os tipos (letras) foram caindo e formando, ao sabor do acaso, os vocábulos dos respectivos idiomas com seus significados e tudo o mais, em rigorosa ordem alfabética, sem misturar os idiomas, e organizados em centenas de páginas na seqüência correta.” Luiz Djara Leal.
A seqüência correta do humano tem no seu caminho a ascensão. Estamos aqui para um propósito. Difundir essa meta é um dos desígnios que caracterizam El Morya.
Morus nasceu em Londres, Inglaterra, numa família com intimidade da realeza e dos cardeais. Pensadores todos somos. Qualidade de pensamento são outros 500. Morus, além de pensador e humanista, (nem todos somos), acreditava que a solução dos problemas residia em administrar a razão e obedecer a natureza. Teve bons amigos. Em 1497 conheceu Desiderius Erasmo, o filósofo de Rotterdam. Mais tarde, escreveria para Erasmo: “Não podes avaliar com que aversão me encontro nesses negócios do príncipe, não há nada de mais odioso do que essa embaixada.” Teve um inimigo desagradável - Henrique VIII.
O que para uns é novo, para outros é motivo de antagonismo acirrado. A revista Sexto Sentido teve uma edição queimada em praça pública, numa das grandes capitais brasileiras, há dois anos atrás. Para nós, ocidentais, fica difícil abrir a mente quando se vive sob o jugo de uma montanha de idéias impostas. Dentre elas, raríssimas são as que tem algum rudimento espiritual. Por isso existem os pensadores, os filósofos, os cientistas, os poetas...Para re-dimensionar a consciência humana. Para que ela atinja aquilo que os hindus de todos os tempos falam: a superconsciência. Tal estado não está relacionado com os “cem por cento do cérebro” e conceitos afins. Não é fazendo ginástica, tomando hormônios ou treinando para leitura dinâmica que se chega pelo menos perto desse estágio. A chave para a Fusão Com O Todo passa pela meditação e pelo auto conhecimento. Um tem pouco valor sem o outro. Nem um nem outro chega em qualquer lugar senão tiver paz. E esta última não acontece sem humildade. Fazendo o caminho contrário: o aspirante desinfla o ego, encontra a paz, passa a se enxergar, daí se une. Não é tarefa de uma semana.
Paramahansa Yogananda desenvolveu um método para isso, chamado Krya Yoga. O próprio Yogananda auxilia a compreensão, no que tange a expansão da linha do tempo: “O início das eras materialistas, segundo cálculos das Escrituras hindus, foi 3012 a. C. O ano assinalou o começo da última Dwapara Yuga descendente do Ciclo Equinocial, e também o princípio da Kali Yuga, do Ciclo Universal. A maioria dos antropólogos, acreditando que, há 10.000 anos, a humanidade vivia na barbárie da Idade da Pedra, rejeita, sumariamente, como “mitos”, as tradições amplamente difundidas das antiqüíssimas civilizações da Lemúria, Atlântida, Índia, China, Japão, Egito, México e muitas outras terras.”
Voltando à Morus, e resumindo o desafeto com o rei: Henrique VIII fundou o anglicanismo. Morus era católico e não aceitou a nova religião. Foi decapitado em 1535.
A missão dos mestres consiste no auxílio para os que querem religar, tendo dessa palavra originado a palavra – religião. Noutras palavras, não é de hoje que isso acontece. Vem sendo tentado há muito tempo. A vanguarda espiritual séria, que vem trazendo à baila desde os tempos de Madame Blavatsky (tem muitos opositores), Edgar Cayce e Paul Solomon – canalizadores da Mente Universal, passando pelos Livros de Ouro de Godfree Ray King, pela Fundação Tibetana, pelo I‘m University, pelas obras de Brian Grattan – Mahatma I e II, pela Self-Realization Fellowship, pela Escola de Mistérios Astara, iniciada por Earlyne Chaney, pela Organização Ensinamentos do Cristo Interior, etc., pois não há uma lista que dê conta, aponta há mais de um século para o fim do calendário Maia, a Convergência Harmônica, a chegada da Nova Era, a adaptação com a quarta dimensão. Ascensões em massa ocorreram em maio de 95, durante a lua cheia do Festival de Wesak. Diz a vanguarda que a orientação daquela série, e das futuras, é permanecer na Terra para prestar auxílio. Funciona como uma enorme corrente. Os que já atingiram certo estágio, estendem a mão para quem está vindo. Grupos de meditação pela paz, amor, cura, auxiliam a corrente e atuam incessantemente em todo o planeta, num número que quintuplicou nos últimos 15 anos. Nosso mundo 3D necessita, pois uma das dinâmicas por aqui equivale à máxima: tamanho da luz, tamanho da sombra.
Em relatos apócrifos ou não, há a interpretação sobre um dos desconfortos do funcionário romano, Pilatos, quando na presença do Mestre dos Mestres, e diante da afirmação Filho de Deus. Para um romano com alguma erudição, ele sabia que o termo Filho de Deus vinha do antigo esoterismo de Mitras, e que significava: intérprete da divindade. “Atentar contra sua vida seria um grande crime”. No entanto, o “Sangue da Nova e Eterna Aliança” seria derramado. Para que, através de seu registro - que já transcendeu toda e qualquer limitação, pudesse falar aos corações de todos, sobretudo para os “que tem ouvidos, que ouçam”, que a existência na terra de alguma alegria e muita injustiça não é um fim, mas tão somente uma passagem, para um local que um mestre ascensionado, como El Morya, chama de Reino da Luz Sem Sombra.