PSICOSE DA CRISE NA GESTÃO MUNICIPAL
PSICOSE DA CRISE NA GESTÃO MUNICIPAL
Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
Psicose da crise na gestão municipal mostra claro a perca da realidade de uma administração ao perceber desemprego em massa na cidade, passando por situações de diminuição de receitas com impostos, aumento da taxa de desemprego, maior procura do assistencialismo, crescimento da violência e às vezes, desequilíbrio sobre ações práticas para amenizar a questão.
Poucas são as cidades que estudaram administração pública sob momentos de anormalidades com grande pressão de variáveis: clima, crise econômica, epidemias e outros.
Muitos dos desafios da gestão pública estão relacionados à falta de recursos para aplicabilidade.
A crise econômica mundial não é uma marolinha, as demissões em massa da EMBRAER, na cidade de São José dos Campos, colocam o poder público municipal em sinal de alerta.
O desemprego desta empresa provoca efeito cascata em toda cadeia produtiva aeronáutica da região do Vale do Paraíba Paulista, sendo difícil calcular o número real de funcionários dispensados, entre os fornecedores, terceiros, coligados, parceiros e empregados domésticos que prestavam serviços a estes dispensados. Mais difícil ainda é calcular os efeitos na economia da região afetada.
Estabelecer o assistencialismo em horas como esta na gestão municipal, significa colocar a disposição psicólogas, assistentes sociais e orientadores profissionais, para dar suporte aos desempregados e famílias destes, pois, ao perder o emprego, vários sofrem com distúrbios emocionais que podem afetar o equilíbrio familiar.
A orientação é importante neste momento, vários dos desempregados ao receberem suas quitações acabam por se aventurar em empreendedorismos inconsequentes, como exemplo abrir um bar ou lanchonete, sem ter qualquer experiência com comércio ou estudar marketing, finanças e o sistema tributário, contribuindo que uma solução vire em problema de curtíssimo prazo. Ao colocar todas as suas economias em um novo negócio, o futuro empreendedor fica descapitalizado e susceptível a entrar em dívidas, com diminuição das margens de sucesso.
Em momentos de aperto e falta de emprego no mercado, o empreendedorismo pode ser encarado como uma alternativa quando o novo candidato a empreendedor já tenha estudado por um bom tempo o negócio que deseja bem como avaliado todas as alternativas conjunturais deste negócio.
A realidade desta cidade paulista não é diferente do que pode acontecer em qualquer parte do país, portanto, administração de um município requer a busca constante de soluções de empregabilidade, de logística operacional de atendimento a suportes técnicos, administrativos e assistenciais, para amenizar problemas sociais.
Todos os esforços possíveis na busca de soluções para aliviar os impactos do desemprego demandam urgência.
A atenção neste momento pelas prefeituras é de caráter fundamental, bem como precisa haver maior empenho por parte dos sindicatos para oferecer soluções alternativas para resguardar o emprego.