A nova esquerda e a política caricatural das vanguardas
Caricatura é um desenho de pessoa real em que são enfatizados e exagerados as características da pessoa, com o objetivo de criar uma imagem humorística.
Em política, o exagero e a distorção da realidade é o que se pode chamar de caricatura política.
No desenho caricatural, o objetivo é criar humor, ás vezes com certa dose de maldade. Assim, os defeitos faciais são exagerados, narizes se tornam narigões, dentes, dentões.
Nas caricatura política, o que se distorce são as idéias. Aqui, o objetivo é forjar uma imagem, para o bem ou para o mal , muitas vezes usando uma lógica falsa e exagerada. E como, em política eleitoral, o que vale é a imagem, uma boa campanha baseada nesses traços exagerados pode surtir efeito.
Assim, Collor foi eleito com a imagem de “caçador de marajás”. E no ideário popular, “todo político, até prova em contrário, é ladrão”, imagem que se formou ao longo dos muitos anos e das ditaduras tão propícias ao autoritarismo e a apropriação dos bens públicos sem maiores explicações, reforçadas pelo “rouba mas faz’ do populismo democrático eleitoreiro. Além disso, há uma desproporção tão grande entre os proventos dos políticos e os salários da população, que está só pode fantasiar uma paraíso de dinheiro e vantagens no mandato dos políticos.
Mas, de fato, ainda que saibamos que “a ocasião faz o ladrão”, sabemos, também, que nem todo político é ladrão.
Mas podemos afirmar que quase todo artigo sobre política é caricatural e, solertemente, pretende trabalhar, positiva ou negativamente, a imagem dos políticos em pauta.
Veja-se o seguinte comentário, feito por eminente articulista a um artigo meu:
“”Jacques, para um lugar que foi colonizado durante muitos anos, fez de Maluf o deputado federal mais votado, Clodovil o segundo, Roberto Jéfferson herói, Gil Ministro da Cultura, que fez de Severino o presidente da casa federal de leis, Renan inocente, o dono do castelo julgador da ética parlamentar... Hoje em dia, a sujeita assaltante de bancos dedicada à guerrilha no passado, passa por uma rotina de funilaria facial, em campanha, trepada nos palanques nordestinos dos eleitorais bolsas-miséria, "falam" em lei federal do auxílio-barriga que criará após as próximas eleições . Parece brincadeira, mas funcionará da seguinte forma: constatada a gravidez de meninas que não possuem condições de criar a criança, receberá o bolsa-cabeça chata. Prometem uma bolsa cabeça-chata e pedem a opinião sobre o presidente. Não dá outra, é aprovação na certa. O negócio é “fazer” filho que o governo banca. Esse é o incentivo federal, e que ninguém faça “apologia” ao uso do preservativo. Abraços
Enviado por ------------- em 24/02/2009 07:22
para o texto: COMO DERROTAR LULA (T971855) “”
Neste pequeno período, as idéias ferinas pululam, sem trocadilho, e tem-se uma verdadeira aula de caricaturismo político. Mas análise política, de fato não se tem.
Pois é muito mais fácil construir ou desconstruir imagens do que se fazer a análise competente de fatos em relação ás forças políticas vigentes.
Mas, os resultados de eleições recentes demonstram que tais métodos não estão mais funcionando em termos de votos obtidos.
O que leva-nos a refletir sobre a necessidade de fazer a abordagem dos temas políticos de uma forma mais séria e isenta do caricaturismo e dos preconceitos.
E que mesmo a nova esquerda precisa se livrar da imagem de eterna salvadora da pátria que está eternamente se afundando. Ou será o mundo?
Comentário recebido, incorporo-o ao artigo; a verdadeira pauta da "oposição caricatural" que usa todo e qualquer acontecimento de forma pretensamente política. Eis aqui o conjunto de temas que ocuparam nossa mídia política nos últimos anos:
""Pois então Amigo Jacques, falando em caricatura, tal governo PeTista-PeTralhas, caracteriza na caricatura perfeita da fábula de George Orwell, A Revolução dos Bichos. No final da fábula, já não se podem distinguir os PORCOS (isto é, os bolcheviques na alegoria de Orwell) dos exploradores de animais que os precederam, os humanos (ou seja, os capitalistas e o Capitalismo selvagem tão combatido pelo PT. com os velhos discursos da ignorância de realidades econômicas básicas, chorumelas contra o "neoliberalismo" e jargões decorados do tipo: delinqüentes de luxo; elite dominante capitalistas e outros) . Nunca antes na história desse país houve tantos roubos e desvios do dinheiro público. Foram mensalões, dossiês e mansões suspeitas, dólares e euros transportados em lugares indevidos, mafia dos sanguessugas, máfia dos vampiros, e tantos outros... Numa terra onde vale mais o bonezinho dos sem-terra do que a boina da soberania nacional, rotinizou-se a propina, a picaretagem, a pilhagem do erário, o nepotismo, o compadrio, a quadrilhagem impune, a desfaçatez irônica e arrogante, os pugilatos eleitorais enfadonhos. E, complementando meu comentário que você usou no seu texto, digo: " Nossa imagem lá fora está uma maravilha. Quando não exportamos uma jumenta que rabisca o próprio corpo, importamos um terrorista que conjuga ideais com os responsáveis pela justiça brasileira. Fazer o quê se o tapete estendido à recepção de beneficiários do deturpado asilo político é vermelho? Abraços""
Enviado por Plínio Sgarbi em 24/02/2009 19:50
para o texto: A nova esquerda e a política caricatural das vanguardas (T1454865)