"Meu Carnaval" ou "Cinema em Casa" = Artigo de comodista=
Nestes dois primeiros dias de Carnaval já assisti nove filmes. Passei mais de dezoito horas em frente ao monitor sem ver o tempo passar. A qualquer altura do filme dava uma parada, lia os e-mails que chegavam, vigiava se havia algum pedido de livro, respondia aos comentários que faziam aos meus artigos, ia ao banheiro, buscava um café, acendia um cigarro, ia à praia, voltava e ficava cada vez mais impressionado com a tecnologia atual; principalmente quando vi que posso tirar o DVD do micro e ao reinseri-lo recomeçar o filme a partir da última cena vista. Maravilha! E eu achando que teria que rodar o filme até o ponto em que havia parado...Estava por fora mesmo.
Há algumas semanas atrás fui com minha esposa a um cinema aqui pertinho de casa e fiquei extremamente irritado com a barulheira infernal que fazia lá dentro. Não a platéia, mas as propagandas que antecedem o filme e o próprio filme. Coisa absurdamente irritante, ensurdecedora e até mesmo assustadora para quem já se desacostumou a freqüentar tais locais. Que diferença do sossego de assistir em meu micro, regulando o som à minha vontade, podendo sair e voltar quando quiser, deixar uma parte para o dia seguinte, escolher se quero legenda em português ou em outro idioma e até mesmo se as quero!
A diferença de altura do som nas propagandas passadas no cinema é uma coisa agressiva, estúpida, intolerável mesmo. Creio que seja no mínimo uns cinqüenta por cento mais alto do que o som do filme, que também não é dos mais baixos. Minha vontade foi de sair correndo, voltar logo para minha casa, mas minha mulher estava gostando do filme e acabei fazendo o sacrifício até o final. Não quero que ela pense que está casada com um velho implicante. Velho já basta.
Quando saíamos do cinema ela comentou comigo:
- Bem, que altura absurda!! Eu não quis sair antes por sua causa, mas foi duro agüentar até o fim com aquela barulheira toda.
Cinema? Tchau e bença. Ficaremos mesmo é no DVD, micro ou tevê. Gosto dos meus ouvidos e pretendo que funcionem bem até que não precise escutar mais nada nessa vida. O que será difícil...
Ps: Meu caro amigo e vizinho, sr. Franklin, tem pilhas de filmes e muito boa vontade quanto a emprestá-los. Estou abusando, já que ele tem bom gosto ao escolhê-los.