Rainha Marta
Ao passarmos pela pequenina cidade de Dois Riachos, no sertão de Alagoas, avistamos uma grande placa com os dizeres: TERRA DA RAINHA MARTA, A MELHOR DO MUNDO, numa referência à sua filha ilustre, a jogadora de futebol feminino, eleita pela terceira vez consecutiva como a “melhor do mundo”, na sua categoria.
A considerar o dito popular de que “santo de casa não faz milagre”, sua estrela não teria brilhado se tivesse ficado na sua pequenina cidade, no seu Estado, no Nordeste ou mesmo no país. Foi brilhar na Europa, de onde passou a brilhar para o mundo. Morando na Suécia, onde é vista como celebridade, não perdeu a sua maior virtude: a humildade e simplicidade. Não esqueceu a sua origem, procurando prestigiar a sua terra natal, para onde vem com certa frequência, principalmente em datas importantes como o Natal e o seu próprio aniversário que vem comemorar com a família e os seus conterrâneos.
Sempre que chega ao aeroporto Zumbi dos Palmares, em Maceió, é recebida calorosamente pelos alagoanos, de onde segue diretamente para sua cidade natal, deixando para depois as eventuais participações nos eventos em Maceió. Prioriza sempre a pequenina Dois Riachos, a cidade que a viu nascer.
Fazendo um paralelo de sua trajetória com a de Pelé, há uma coincidência de país, pois foi também na Suécia onde o Rei teve seu maior brilho com a primeira vitória do Brasil na Copa do Mundo, em 1958. Depois de muito tempo foi para os Estados Unidos, onde jogou no mais importante clube de futebol daquele país. Agora, a Marta também já foi contratada para jogar no país de Barack Obama. Provado está que o Brasil é um celeiro dos grandes astros, pois ainda nos dias de hoje os nossos maiores talentos do esporte jogam na Europa e até mesmo em outros continentes.
Para quem ainda acha que os grandes talentos não podem surgir de uma pequena cidade, vale lembrar uma passagem bíblica, sobre a vida de Cristo. Alguns menos incrédulos chegavam a questionar: “Como pode um homem assim tão poderoso ter nascido na pequenina Nazaré?” – Ao que o próprio Cristo respondeu: “Não importa de onde sou, o que importa é o que Eu sou”.
Não importa à nossa Rainha Marta se nasceu no Brasil, no Nordeste, em Alagoas ou na pequenina cidade do interior, Dois Riachos. O que importa é que ela é hoje simplesmente “a melhor do mundo”, na sua modalidade esportiva, reconhecida pela FIFA. Portanto, nós, sertanejos, alagoanos, nordestinos e brasileiros para ela tiramos o chapéu, com os nossos mais calorosos aplausos.
Valeu, “Rainha Marta”.