“NO BRASIL TUDO PODE!?”
Caros Leitores,
Embora a frase "le Brésil, ce n’est pas un pays serieux" ("O Brasil não é um país sério"), tenha sido atribuída ao estadista e presidente da França, general Charles de Gaulle, existe uma controvérsia, (segundo registros na Wikipédia), de que ela tenha sido pronunciada pelo embaixador brasileiro na França, Alves de Souza, reagindo e fazendo referência à inabilidade com que o governo brasileiro tentava resolver um problema na época, e que não cabe, aquí neste espaço, revisitá-lo.
Atenhamo-nos tão somente à famosa frase e seu sentido de alerta e escracho, que de qualquer forma, não provocou a indignação necessária como reação consequente .
Ficou inserida na coleção de anedotas populares, em textos teatrais humorísticos, e definitivamente classificada e tolerada como tantas outras piadas, as quais o brasileiro, com seu jeitão bonachão, desportista e carnavalesco, adora fazer de sí mesmo e de suas desventuras.
Este comportamento, com respostas bem humoradas à fatos, que em outras terras poderiam ser interpretados como ofensas graves, e muitas vezes rebatidos com rigor excessivo por lá, fazem do Brasil uma terra conhecida, e não raro, muitas vezes preferida, pela alegria residente no seu inconsciente popular, suas festas, praias, músicas, sem contar o futebol moleque e fora de série que hoje se tornou mania quase que mundial.
O problema é que em todo lar que se preze, faz-se necessário um pouco de ordem, certas regras de comportamento, não só da família que o habita, mas, principalmente de quem o visita, e isso é universal, são tratados de boa educação e respeito, acima de tudo.
Preocupa-me, e imagino que à grande parte dos amigos leitores, os acontecimentos que vêm ocorrendo sucessivamente em detrimento das regras de boa vizinhança, para com a nossa casa e nossas coisas.
Para citar exemplos mais recentes e próximos, nossos “hermanos”, da América do Sul, Hugo Chávez (Venezuela), que influencia Evo Morales (Bolívia), que por seu lado incendeia Fernando Lugo (Paraguai), estão a nos cobrar dívidas que não devemos, quando não tomam à força, bens que pertencem à Empresas brasileiras, algumas capitalizadas com participações acionárias do nosso povo.
Vizinhança inconveniente a entrar em nossas salas, comportando-se com intimidade não autorizada e em alguns momentos atrevendo-se a participar em assuntos que deveriam ser privativos da autonomia brasileira, enquanto Nação.
Entendo eu que quando visitantes não têm a exata dimensão do espaço que devem ocupar em nossas casas, cabe a nós mostrar-lhes, ainda que “diplomaticamente”, o devido assento que poderão tomar, sem nos esquecermos evidentemente, de que em alguns casos, é de bom alvitre solicitar-lhes que retirem a lama dos pés antes de macularem nossos tapetes.
Enquanto tratarmos tais acontecimentos com a condescendência de um irmão mais velho, que é obrigado a afagar pacientemente a “birra” manhosa de um irmão caçula, entregando-lhe o brinquedo de sua estimação, nada irá mudar, e teremos de nos acostumar a conviver com tudo isso que aí está.
Como, por exemplo, o episódio em que nossas famílias foram obrigadas a assistir um grotesco espetáculo, protagonizado por um trio de cândidos senhores germânicos a se despirem, despudoradamente, no saguão de um aeroporto brasileiro, sob a justificativa simplória, de que precisavam trocar de roupas, e que, pelo que sabiam, aquí no Brasil é assim: “tudo pode”.
Nota: (Não é improvavel que no mesmo aeroporto houvesse alguma família brasileira, retornando da Europa, humilhada, escorraçada como criminosos comuns, devolvidos por uma simpática nação chamada Espanha que tem radicados aqui, muitos dos seus, adotados com pompa , circunstancia e muito respeito).
Um grande abraço à todos e até a próxima.