Alguém já ouviu falar no poder da educação?
Todo jornalista é um mago da persuasão, ou em tese deveria ser. Formar opinião é persuadir com dados e informações de preferência educativas e “quentes”, ou seja, atuais. Mas quando o dito cujo se diz especialista numa área da qual dedica parte do seu tempo. Já diria a máxima: “quanto mais, melhor à especialização”.
Será mesmo? Já vi inúmeras e incansáveis vezes alguns exemplares dessa espécie (da qual eu também me incluo) ousar um pouco mais e tentar influenciar respostas dos seus entrevistados com perguntas no mínimo tendenciosas, e ai do leitor menos capcioso! O que poderá pensar durante seu processo mental de leitura? Quais poderiam ser suas observações e conclusões finais? O desconhecimento do repórter é algo que certamente nunca fica visível para quem lê.
O que posso dizer das editorias específicas? Como a de economia, esta que tanto me fascina e provoca verdadeiro êxtase intelectual, o gosto de desvendar, ou como diria um antigo professor da Umesp: “brincar com números”, deve ser atrelado a pesquisas, cálculos diversos e a tão temida e necessária matemática financeira. Porém parece ser impossível para a maioria dos jornalistas da grande imprensa, salvo raras exceções. Contar uma história no final do processo de escrita, usando-se de exemplos mais práticos e didáticos e fácil compreensão aos leigos no assunto, algo dificílimo de encontrar nos matutinos da capital.
Não me refiro ao público leitor abastado, geralmente empresariado e estudiosos do meio (talvez eles não queiram ou se interessam tanto por histórias como eu), porém a classe média, que em tese geralmente está preparada e escolarizada, não consegue estabelecer interpretação sequer linguística de como esse noticiário pode ser compreendido de modo prático, pior ainda ao menos privilegiados de conhecimentos financeiros e/ou econômicos. Ai como diria minha vó, o trem desanda de vez.
Essas pessoas infelizmente mal conseguem acompanhar os números da TV. O que há de se fazer então? Como solucionar e auxiliar o “povão” a entender os conceitos mínimos utilizados pelos analistas e economistas? Impedindo assim, distorções oportunistas e propícias de interpretação, geralmente feitas em época eleitoral. Na minha modesta opinião de repórter e ex-professor, só há um meio correto: INVESTIR EM EDUCAÇÃO! Por favor leitores, esse texto é apenas mais um que reclama do assunto, e é muito pouco para alterar essa situação, mudar para melhor só é possível através disso. Em todos os setores!
Enquanto nosso Governo não enxergar que a única solução transformadora do País encontra-se nos seus filhos, nossos jovens, tudo estará incerto. Vamos planejar juntos! Com participação, fiscalização e ações mesmo que no âmbito local e municipal, políticas novas, propostas vindas do povo. Somente a participação popular somada aos Governos (a famosa ponte) é capaz de restabelecer crescimento econômico duradouro e eficaz para as próximas gerações, as do conhecimento e da era da informação.
Será muito frustrante para quem escreve no Brasil, saber que daqui mais dez anos ainda temos cerca de 10% da população analfabeta e outros mais de 30% considerados analfabetos funcionais (com até quatro anos de estudo), estima-se que existem 50 milhões de brasileiros sem capacidade plena e autonomia para agir e exercer sua cidadania e aproveitar a produção cultural de nosso País.
É um número muito alto e que preocupa todas as pessoas que desejam viver numa democracia realmente justa, penso que apenas distribuir renda, sem melhorar as condições educacionais do Brasil é o mesmo que um pai faz com seu filho ao lhe pagar uma mesada sem acompanhar seu rendimento escolar. Poucos pais se preocupam em fiscalizar com critérios a escola de seus filhos. No caso do Brasil, é necessário oferecer boas escolar com bons e atualizados professores.
Modernizar e equipar nosso o aparato educacional desde a pré-escola até os já conhecidos centros e institutos de pesquisa e excelência. Posso ser utópico, mas enquanto isso não acontece vou estimulando aqui e acolá o exercício da escrita, e o importante hábito da leitura, e permaneço atento ao que se decide em Brasília e nas esferas inferiores sobre o tema. Pois nosso trabalho e planejamento de médio e longo prazo ainda está apenas no começo. Vamos ler meu povo, vamos ler!