"Política, Verdades, Mentiras e Corrupção" - ( Parte LXXXIII )
Brasil Paraíso da Impunidade
Não bastassem os níveis insuportáveis de violência que eclodem por todos os cantos desse país. Poderíamos citar por exemplo todos os assassinatos cometidos por motivos fúteis, com a chamada banalização da violência pela violência.
Ou que tal aquela violência crônica imposta pelos narcotraficantes que, num clima de terrorismo urbano, acabam provocando mortes, muitas mortes de cidadãos inocentes.
Passando, ainda, por uma corja de políticos corruptos safados que, nos últimos tempos, revelaram-se pessoas nefastas para toda a sociedade, servindo como péssimo exemplo, pelos desmandos cometidos durante os seus mandatos sem qualquer tipo de punição.
Eis que de repente, numa decisão inédita o Supremo Tribunal Federal abre uma perigosa brecha para que todos os réus condenados nesse país possam continuar em liberdade até que seus processos sejam julgados por uma última instância, ou seja, pelo próprio STF.
E dentro desse precedente perigoso, um dos grandes jornais do Rio de Janeiro noticia que, o Próprio STF mandou soltar cinco presos que cumpriam pena em casos de estupro, estelionato e roubo.
Exemplifica, ainda, o referido jornal que tal decisão pode ajudar muitos réus ilustres, como é o caso, inclusive, do juiz aposentado, deveras, remunerado por uma gorda aposentadoria, Nicolau dos Santos Neto. Lembram dele (o juiz Lalau)? Hoje cumprindo pena domiciliar por fraudes na construção do Tribunal Regional do trabalho de São Paulo que, poderá assim requerer sua liberdade ao STF.
Cita ainda, o caso do casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, acusados de jogar a menina Isabella do sexto andar de um edifício em São Paulo. E por aí vai....
Nesse diapasão, em nome da chamada presunção da inocência, entende a Suprema Corte desse país que, qualquer réu tem direito à liberdade até que o caso tramite em julgado, ou seja, até que não haja mais possibilidade de apresentar recurso judicial à pena.
Embora um tanto quanto leigo neste assunto, entendo que ao criarem esta perigosa Jurisprudência os digníssimos juízes estariam interpretando e fazendo cumprir somente a letra fria da lei.
Ou seja, como declarou um dos ministros do Supremo, contrário a esta nova Jurisprudência, que disse o seguinte: Estamos criando um sistema penal de faz-de-conta. “Os processos serão infindáveis e jamais chegarão ao fim”.
E nessa batida que tal este poema ?
Brasil paraíso da Impunidade,
E da Presunção da Inocência,
Já que ninguém pode ficar preso,
Antes que se esgote o último recurso,
Será que o crime compensa?
De uma Justiça morosa,
Beirando as raias da incompetência,
Afinal de contas os escritórios de advocacia,
Precisam ganhar dinheiro,
Com tanta benevolência.
Senhores bandidos do Brasil seus crimes foram perdoados,
Por essa nova forma jurídica de indulgência,
Aos cidadãos de bem só resta um consolo,
Apelar para a Divina Providência.