QUEDA DOS JUROS e DICAS DE CRÉDITO
QUEDA DOS JUROS e DICAS DE CRÉDITO
Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
Com a baixa procura do crédito, concorrência entre as instituições financeiras e intervenção do governo sobre os bancos públicos, está ocorrendo quedas das taxas de juros, desde cartão de crédito até empréstimos para pessoas físicas e para a pessoa jurídica a briga acirrada por clientes que oferecem baixo risco.
O Banco Central do Brasil resolveu disponibilizar em seu site as taxas de juros que são cobrados pelos bancos públicos e privados para pessoas físicas e jurídicas. A medida pretende auxiliar a quem está buscando crédito.
O governo resolveu divulgar as taxas de juros para facilitar a consulta e ter uma referencia para negociações.
A consulta no site está grande, confirmando que existe um grande volume de dúvidas e a falta de informações sobre o tema.
As consultas podem ser feitas no link: http://www.bcb.gov.br/?TXJUROS
Está disponibilizada no link do BC, a comparação dos juros para Pessoa Física do: cheque especial, crédito pessoal, aquisição de veículos automotores e aquisição de bens; para Pessoas Jurídicas estão disponíveis as taxas do: desconto de duplicatas, capital de giro pré-fixado, conta garantia, aquisição de bens, capital de giro flutuante.
Estes dados não eram divulgados anteriormente, mas a intenção é aumentar a concorrência entre os bancos e conquista de novos clientes.
As diferenças são gritantes, no caso do cheque especial a taxa mais barata está abaixo de 2% e a mais alta acima de 10% ao mês, ou seja, uma diferença cinco vezes maior.
Já no crédito pessoal, principalmente os empréstimos automáticos ou com cartão de loja a diferença é assustadora variando de 1% ao mês na taxa mais barata para mais de 26% ao mês nas mais caras.
Divulgar os índices cobrados pelo mercado auxilia a regular o sistema e evitar abusos.
Na aquisição de automóveis, as taxas estão variando 1,19% a 5,08% ao mês (valores do início de fev/09).
Para pessoas jurídicas, a divulgação é muito importante porque facilita a visão do que está sendo cobrado no mercado e ajuda principalmente o pequeno empresário que não conta com muito acesso a este tipo de informação.
Um dado chama atenção, as taxas cobradas para capital de giro para pessoas jurídicas de alguns bancos privados são oferecidas a partir de 0,65% ao mês, enquanto que os bancos públicos estão oferecendo os mesmos créditos com taxas 3 vezes maiores. Até pouco tempo, os bancos públicos tinham as melhores taxas, mas atualmente são os bancos privados que oferecem as melhores taxas, mostrando claramente que o governo precisa melhorar a gestão de seu sistema financeiro público, visto que 40% do crédito no Brasil estão na mão dos bancos públicos. Numa época de crise econômica que estamos vivendo, os bancos públicos devem ser instrumentos de recuperação da economia.
Outros dois instrumentos disponíveis no site que chamam a atenção são: o sistema de conversão de moedas e a calculadora do cidadão, que auxilia a pessoa física a fazer projeções do que irá pagar com a solicitação de crédito.
O sistema financeiro brasileiro é muito dinâmico e complexo, os bancos privados estão conseguindo estabelecer algumas posições estratégicas e o mercado passa por transformações gerenciais.
Ao conversar com um banco sobre crédito tenha em mãos um histórico das taxas de juros, negocie baseado nos dados que tenha e não se esqueça de verificar as taxas cobradas pela operação, que podem esconder valores reais a serem pagos.
A queda dos juros sofreu influência da queda da taxa SELIC, mas o Brasil precisa pensar no atual momento econômico muito grave. Quanto menor forem as taxas de juros cobrados no mercado, maior será a possibilidade de financiar a produção que conserva parte dos empregos.