O assalto... (3a. parte)

Vimos um carro passando na estrada ao lado e quando chegou numa curva parou... Parecia que estavam nos procurando. O pânico voltou a nos envolver.

O carro agora voltava devagar...

Pensamos no pior!

Disse para o jovem ao meu lado que morava em Itupeva e conhecia bem a região:

- Onde tem uma casa para a gente pedir socorro?

Nem me lembro da resposta. Foi tudo muito rápido...

- O que a gente faz agora?

- Se embrenhar- respondeu.

Ele então saiu para um lado e eu pensei que ele tinha voltado para junto do grupo.

Foi aqui então que eu decidi, numa fração de segundos, empreender uma fuga para bem longe daquele local, pensando que tinha condições físicas para chegar a uma casa para pedir socorro.

Enquanto eu corria no meio do matagal, tropeçando, levantando, pensava:

Nosso trabalho de tantos anos, não pode terminar em tragédia... A não ser que eu mereça!

Já estava longe do grupo quando avistei um cercado, e então passei por debaixo da cerca de arame farpado, rastejando...

Quando já me sentia mais segura, achando que estava perto de alguma casa para pedir socorro, eis que avistei novamente os cinco assaltantes, de pé, em cima de uma grande pedra, olhando para baixo, para melhor nos localizarem... Era um lugar muito alto e estava começando a escurecer...

Em estado de choque, voltei rastejando, devagar para não chamar a atenção deles.

Pensava: Deus, estou morta! Mas depois, com muita fé: Deus, não deixe eles me verem! Mas se eu mereço este fim, me resigno...

Fugi, de volta, passei pela cerca de arame farpado novamente, com muito cuidado para não me enroscar, cheguei na estrada, vi uma árvore e me joguei num buraco de erosão de água da chuva, atrás dela.

Sábado à noite, lua crescente e um lindo céu estrelado...

Os assaltantes começaram a circular pela estrada ao lado do meu refúgio...

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(continua amanhã)

Helenice Rodrigues
Enviado por Helenice Rodrigues em 13/02/2009
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