Escolha o seu número
Escolha o seu número – e as linhas divisórias reflexivas.
• África: 53 países. Novecentos e setenta milhões de pessoas. Mil línguas. Duas religiões predominantes: Islamismo e Cristianismo.
• Mil e quinhentas pessoas envolvidas no “arrastão do vandalismo”, em Praia Grande/SP, na virada de 2008 para 2009. Depois de assistir a notícia, logo no dia 2 de janeiro, não foi sem uma ponta de alarme o raciocínio acerca desta ação. Teria sido calculada? No caso de uma resposta afirmativa, o alarme estaria comigo até hoje. Uma semana depois, conversando com um amigo e comentando o fato, ele me explicou. “Minha mulher e meus filhos estavam lá. O que aconteceu foi o seguinte: perto das 11 da noite, um caminhão à serviço da prefeitura desembarcou o que se poderia chamar de fiscais, para recolher as motocicletas estacionadas em locais proibidos. Os fiscais pegavam as motos e jogavam na caçamba do caminhão. Os proprietários não gostaram...” Eis a linha divisória entre a sinistra hipótese de um movimento arquitetado, e uma momentânea reação em cadeia.
• Os chamados crimes eletrônicos, como por exemplo, compras com cartão de crédito roubado, contam com a ajuda de um omisso e tanto. Hipoteticamente, quem deveria “guardar” os códigos seria a própria empresa de cartão de crédito. Ela não faz, e cobra uma multa de 25.000 US Dólar/mês da loja que, por seu turno, não consegue manter seus segredos face à sofisticação dos hackers. Com isso, a empresa de cartão de crédito, cujo nome aqui foi propositalmente omitido, lucra 200 milhões/ano só em multas. (Dados de 2008).
• Quatro anos após o “Crack de 29”, 15 milhões de pessoas estavam desempregadas na América. Uma cifra sensível, sobretudo se se considerar os parâmetros da época.
• A Índia abriga a segunda indústria cinematográfica do mundo.
• Depois de 8 anos sem lançar um disco, o AC/DC , no último bimestre de 2008, lançou e por conseguinte vendeu 17 milhões de discos. Sem o auxílio da web enquanto ferramenta de venda. Os integrantes da banda alegaram: somos antiquados. Ficaram em segundo lugar nas paradas de sucesso de 29 países.
• Cento e dez mil queixas relativas a crimes violentos foram registradas em São Paulo/SP, no ano de 2008. Taxa de esclarecimento = 48%. Crime violento = assassinato.
• Nos EUA, 100.000 pessoas morreram em virtude de “erro médico”, no último ano.
• O maior partido nazista fora da Alemanha, na década de 30, foi o brasileiro: 2.900 membros – 17 estados.
• No último ano, no estado de São Paulo, 622 postos de gasolina foram fechados por vender combustível adulterado. Cerca de 140 voltaram a funcionar.
• Dos 47 shoppings paulistanos, 24 estão com documentação irregular. Ausência de itens básicos de segurança compete para a irregularidade.
• “As regiões metropolitanas são uma ficção jurídica”, explica o professor Reinaldo Araújo, “Por exemplo: o problema do mosquito da dengue é federal, estadual ou municipal? (...) A única identidade das regiões metropolitanas hoje: SP, RJ, BH, etc., é a complexidade. Se a forma de governo não for repensada, o aspecto futuro dessas regiões será o cenário de Mad Max. Uma visão antônima da Utopia. Os problemas não são mais municipais, mas sim inter-municipais.”
Vários elementos foram colocados nesse artigo, apenas para reflexão. O bombardeio de informações a que estamos sujeitos diariamente clama por algum raciocínio, ainda que ocasional. Os dados contidos acima chegaram a mim aleatoriamente, mas foram inseridos nesse artigo com o propósito de formatar um mosaico, com a mesma coerência do bombardeio de informações. Ou seja, nenhuma. O que não impede o mosaico de sugerir linhas divisórias, sejam comportamentais, sejam referentes a espaço e tempo, sejam de meras tentativas de concluir que as placas tectônicas de atitudes e pensamentos são demonstráveis em números, quando não em outras conclusões. E estão se movendo.