O TRABALHO DE JACÓ
Sete anos de pastor ,Jacó servia,Labão,pai de Raquel,serrana bela...
Assim começa Camões um dos seus mais belos sonetos.
Relendo-o outro dia,como sempre faço,comparei o trabalho de Jacó com o nosso trabalho literário.Como o moço judeu,futuro patriarca de uma nação,cortejamos a glória literária,um patrão tão oportunista e sem caráter como Labão,que,escravizou durante sete anos –e depois mais sete-o jovem judeu,até que lhe desse a recompensa com que ele tanto sonhou:o amor de Raquel.
Vivendo num país onde quase ninguém lê,onde o Ministerio da Cultura só dá chances á panelinha,lutamos e gastamos muito-dinheiro e suor-para tentar mostrar o nosso talento.
Tudo, o novel escritor precisa pagar;ele não dispõe de um Mecenas,ele é o Mecenas;para adquirir visibilidade ,a primeira coisa que precisa fazer é valer-se da Internet;escrever num site bem avaliado,ajuda muito.Sites,quase todos pagos.E os mais procurados,muito caros.Depois,já razoavelmente conhecido,começa a receber convites das editoras;mas,para publicar,tem que pagar.Caro!Sabem que as pequenas Editoras,praticamente vivem disto?Nunca foi tão oportuno o velho ditado:”o sabido vive do bobo e o bobo do seu próprio trabalho”.E “trabalho”,na literatura,significa talento;talento,que,como Onan,você vai despejando seu sêmen em solo árido,sem perspectivas,nem esperanças.
Participei recentemente de duas coletâneas,um bom caminho para se tornar conhecido-e o mais barato-.Paga-se para participar,a pequena editora embolsa o suado dinheirinho,publica seu livro,juntamente com trabalhos de outros participantes,envia-lhe os livros(de 30 a 50 exemplares),é recebido com alegria pelo autor-agora,sim,sou um escritor profissional-e começa o seu pior trabalho:a distribuição.Você recebe uma pilha de livros e tem que vendê-los.Mal entrega os volumes,a Editora,como mulher caprichosa que já recebeu o seu,some do seu raio de visão.Vai procurar outros candidatos a Mané;e,os acha,porque a vaidade e a esperança,andam de mãos dadas.Até mesmo nós,um dia caímos em outra.
Conversando com muitos colegas escritores percebo que o problema é o mesmo e,infelizmente, se repete.Se o futuro acadêmico tiver família grande e for bem relacionado,passar os livros não fica muito difícil;os parentes,os pacientes(se for médico),os alunos(se,professor),vão adquirindo por gosto ou contrafeitos,para não decepcionar o amigo.Alguns a gente oferece,faz doações a bibliotecas,escolas,formadores de opinião,permuta com outros colegas,vale ser falado e comentado.
No meu caso,coloquei nos sites de vendas na Internet,distribuí em livrarias(consignados,é claro),o certo é que passei quase tudo.
Mas,digamos que o leitor e candidato a autor seja um sortudo e uma grande Editora lhe contrate,mesmo você não sendo puta(veja a Bruna Surfistinha)artista global ou atleta famoso.Saiba que a Editora fica com até 80%dos seus ganhos;se vender $100.000 reais,você só leva $ 20É isso aí,cara pálida!Nas pequenas,o direito autoral é seu,mas você só leva 10%.Ou,paga a edição,mas,vai penar para vender.
Eu continuo ,porque foi isto que escolhi;gastos,trabalhos,ouvir nãos redondos ou quadrados não me assusta.Mas,achei que não seria mal contar para os sonhadores como é que a banda toca.
Procuro conhecer novas técnicas: e-book,o livro digital,publicar fora do Brasil,quem sabe em edições de bolso,nunca tive medo de luta.Mas,é preciso ter dinheiro na caixinha e estar disposto a gastá-lo,bem como as solas dos sapatos.
Se a gente acredita,vale a pena.Não sem antes registrar-se na Biblioteca Nacional.Quando meu pai comprava fazendas,corria logo para o Cartório e me dizia:_Quem não registra não é dono.O mesmo vale no terreno literário;mesmo com o MST na nossa cola,roubar um texto é muito mais fácil que roubar terras.Ôlho nos espertalhões.E Boa Sorte!
Sete anos de pastor ,Jacó servia,Labão,pai de Raquel,serrana bela...
Assim começa Camões um dos seus mais belos sonetos.
Relendo-o outro dia,como sempre faço,comparei o trabalho de Jacó com o nosso trabalho literário.Como o moço judeu,futuro patriarca de uma nação,cortejamos a glória literária,um patrão tão oportunista e sem caráter como Labão,que,escravizou durante sete anos –e depois mais sete-o jovem judeu,até que lhe desse a recompensa com que ele tanto sonhou:o amor de Raquel.
Vivendo num país onde quase ninguém lê,onde o Ministerio da Cultura só dá chances á panelinha,lutamos e gastamos muito-dinheiro e suor-para tentar mostrar o nosso talento.
Tudo, o novel escritor precisa pagar;ele não dispõe de um Mecenas,ele é o Mecenas;para adquirir visibilidade ,a primeira coisa que precisa fazer é valer-se da Internet;escrever num site bem avaliado,ajuda muito.Sites,quase todos pagos.E os mais procurados,muito caros.Depois,já razoavelmente conhecido,começa a receber convites das editoras;mas,para publicar,tem que pagar.Caro!Sabem que as pequenas Editoras,praticamente vivem disto?Nunca foi tão oportuno o velho ditado:”o sabido vive do bobo e o bobo do seu próprio trabalho”.E “trabalho”,na literatura,significa talento;talento,que,como Onan,você vai despejando seu sêmen em solo árido,sem perspectivas,nem esperanças.
Participei recentemente de duas coletâneas,um bom caminho para se tornar conhecido-e o mais barato-.Paga-se para participar,a pequena editora embolsa o suado dinheirinho,publica seu livro,juntamente com trabalhos de outros participantes,envia-lhe os livros(de 30 a 50 exemplares),é recebido com alegria pelo autor-agora,sim,sou um escritor profissional-e começa o seu pior trabalho:a distribuição.Você recebe uma pilha de livros e tem que vendê-los.Mal entrega os volumes,a Editora,como mulher caprichosa que já recebeu o seu,some do seu raio de visão.Vai procurar outros candidatos a Mané;e,os acha,porque a vaidade e a esperança,andam de mãos dadas.Até mesmo nós,um dia caímos em outra.
Conversando com muitos colegas escritores percebo que o problema é o mesmo e,infelizmente, se repete.Se o futuro acadêmico tiver família grande e for bem relacionado,passar os livros não fica muito difícil;os parentes,os pacientes(se for médico),os alunos(se,professor),vão adquirindo por gosto ou contrafeitos,para não decepcionar o amigo.Alguns a gente oferece,faz doações a bibliotecas,escolas,formadores de opinião,permuta com outros colegas,vale ser falado e comentado.
No meu caso,coloquei nos sites de vendas na Internet,distribuí em livrarias(consignados,é claro),o certo é que passei quase tudo.
Mas,digamos que o leitor e candidato a autor seja um sortudo e uma grande Editora lhe contrate,mesmo você não sendo puta(veja a Bruna Surfistinha)artista global ou atleta famoso.Saiba que a Editora fica com até 80%dos seus ganhos;se vender $100.000 reais,você só leva $ 20É isso aí,cara pálida!Nas pequenas,o direito autoral é seu,mas você só leva 10%.Ou,paga a edição,mas,vai penar para vender.
Eu continuo ,porque foi isto que escolhi;gastos,trabalhos,ouvir nãos redondos ou quadrados não me assusta.Mas,achei que não seria mal contar para os sonhadores como é que a banda toca.
Procuro conhecer novas técnicas: e-book,o livro digital,publicar fora do Brasil,quem sabe em edições de bolso,nunca tive medo de luta.Mas,é preciso ter dinheiro na caixinha e estar disposto a gastá-lo,bem como as solas dos sapatos.
Se a gente acredita,vale a pena.Não sem antes registrar-se na Biblioteca Nacional.Quando meu pai comprava fazendas,corria logo para o Cartório e me dizia:_Quem não registra não é dono.O mesmo vale no terreno literário;mesmo com o MST na nossa cola,roubar um texto é muito mais fácil que roubar terras.Ôlho nos espertalhões.E Boa Sorte!