REALIDADE BRASILEIRA

REALIDADE BRASILEIRA

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

Os números da economia brasileira são muito interessantes, bem como as projeções de empresas brasileiras. Fechamos o ano de 2008 como o 5º maior mercado consumidor de automóveis do mundo e o 6º em produção. Com crescimento de vendas da ordem de 14,5%, apesar da queda do último trimestre, com 2,82 milhões de unidades vendidas.

Crescimento de 8% no seguimento de eletrodomésticos em 2008 e previsão de crescimento de 3% para 2009.

Otimismo no mercado de cimento, embalagens metálicas, produtos farmacêuticos, confecções, grãos e derivativos, vários seguimentos industriais estão prevendo crescimento de 8% a 12% apesar dos efeitos da crise. Considero muito, acredito que um crescimento de 3% é mais adequado a nossa realidade.

Apesar do medo do crédito, entre as 300 maiores empresas brasileiras, em torno de 70% delas continuam com avaliações excelentes com baixo risco, após os efeitos da crise, com alta capacidade de pagamento. O nível de endividamento das empresas brasileiras comparadas com as da Europa e EUA são pequenos frentes ao capital.

O mercado eletrônico, o e-commerce movimentou mais de R$ 8 bilhões em 2008, segundo a e - bit aumento de 30% em 2008, com previsões de crescimento de 20% para 2009.

Com a implantação de medidas econômicas nos EUA previstas por Barack Obama, as ações de commodities serão as primeiras que terão seus preços majorados.

O forte consumo das famílias brasileiras com os altos gastos do governo, bem como o aumento do salário-mínimo em 2009, fortalecerá o mercado brasileiro, afastando o medo de recessão no Brasil.

A possível intervenção em infra-estrutura por parte da economia americana fortalecerá algumas empresas nacionais e impulsionará uma parte das exportações.

O câmbio alto fortalece o seguimento de fumo e bebidas, sendo as ações deste seguimento indicadas para compra por corretoras.

Os preços dos alimentos tenderão a pequena queda, mas haverá aumento de consumo, com leve crescimento.

A dúvida de 2009 será quanto aos valores viáveis para exploração do petróleo e que efeitos estes impactarão na Petrobrás, gigante do seguimento e um dos maiores produtores de petróleo do mundo, pois, os valores internacionais afetarão inclusive o álcool brasileiro, pois, cogita-se em diminuição do preço da gasolina, o que afetaria os investimentos no setor de etanol e exploração petrolífera.

Algumas férias coletivas estão sendo suspensos e como previstos os estoques internacionais começam a ser repostos, o que está provocando uma demanda de encomendas consideráveis já no primeiro trimestre de 2009.

Os setores básicos, como saneamento, energia elétrica e concessões rodoviárias serão pouco afetadas pela crise.

Os bancos brasileiros estão entre os mais capitalizados do mundo e menos susceptíveis a problemas operacionais.

As fusões já são previstas no seguimento de telecomunicações, papel e celulose e outros seguimentos, mostrando a força da economia nacional.

Duas ações estão entre as 20 melhores opções de investimentos em 2009 no mundo segundo a Citi nos setores de bebidas e bancos.

Muitos analistas internacionais estão indicando papéis brasileiros no mercado internacional, apesar de quedas nas nossas exportações brasileiras provocadas pela crise no mercado internacional que parece ser longa.

As perspectivas brasileiras são boas, mas o medo do desemprego e do agravamento da crise deve permanecer em todo o ano de 2009.

Várias medidas preventivas já foram tomadas pelo governo brasileiro, o que de fato, foi positivo, mas ficar atento a alguns setores, principalmente o agrícola que ainda está carente de recursos, para que os efeitos da crise no Brasil sejam menores.