A LIBERDADE HUMANA
 
Nenhum ser em nossa realidade pode dizer que não tem a liberdade devida para existir, a não ser que essa liberdade lhe seja usurpada por outro ser de igual liberdade que atente contra a sua vida. Já dizia o Beato João Duns Scoto: “Ser livre é escolher o Bem, o Sumo Bem e o Sumo Bem é Deus”. De fato, a verdadeira liberdade é uma escolha que nos leva a plena comunhão com Deus; e quem livremente escolhe amar a Deus sobre todas as coisas, jamais se deixa prender por aquilo que não convém.
 
Certa feita, perguntei a uns jovens numa conferência: O que é ser livre? Eles me responderam, ser livre é fazer o que vier na cabeça; então questionei, e de onde vem esse “o que vier na cabeça”? Qual sua fonte de inspiração? Jesus bem nos ensinou qual é a fonte de inspiração da liberdade humana: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos livrará”. E depois concluiu: “Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo”. (Jo 8,31-32.34).
 
São Paulo também escreveu sobre a liberdade humana: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. (Gal 5,13). E ainda, “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma”. Porque “O corpo não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo: Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder”. (1Cor 6,12.13b-14).
 
A liberdade é uma pérola preciosa com a qual o Senhor nos ornou quando de nossa criação; precisamos manter-nos ornados com essa pérola por meio da obediência e da inocência que de Deus recebemos. Sei que temos vontade própria, mas assim como a lâmpada não pode iluminar sem a energia que nela chega da fonte geradora, de igual modo também nossa vontade sem a Vontade de Deus, não é nada.
 
Eis o exemplo que o Senhor nos deixou: “Disse-lhes Jesus: Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra”. (Jo 4,34). Porque “De mim mesmo não posso fazer coisa alguma. Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. (Jo 5,30). “Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. (Jo 6,38).
 
Nestas afirmações de Jesus encontra-se a essência da liberdade dos homens, a Vontade de Deus. Por ela realizamos todos os seus desígnios de amor; somos santificados e permaneceremos com Ele por toda eternidade. Cabe a nós o encargo dessa submissão amorosa e se for preciso, enfrentaremos até mesmo a morte de cruz, contato que se realize o Seu Plano de Amor e Redenção em nossa vida.
 
Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia”. (Jo 6,39).
 
Paz e Bem!