ENTRE ATEUS E CRENTES

Entre ateus e crentes há certa distância ocupada por considerável diferencial que os põe em oposição em nível filosófico, diferindo suas formas de vida, fazendo que uns vivam melhor do ponto de vista científico, enquanto a prática da vida dos outros demonstra que não praticam a racionalidade que defendem. Esse pequeno diferencial não é Deus, como se pode imaginar, mas a crença e a descrença nEle.

Em contrapartida, entre os crentes há muitas distinções, a exemplo das distinções que há entre os ateus. Uma delas é o fato de a maioria dos crentes crer em coisas inconcebíveis, reduzindo a crença à crendice e superstição, como crer que Deus, o qual se diz de amor, faria pessoas queimar vivas eternamente como castigo por quarenta, cinqüenta anos de transgressão ou crer que o corpo material não mais está sujeito à lei da física ao adotar-se uma prática espiritual, presumindo que a prática espiritual não produz efeito sofre o corpo físico ou não está sujeita a seus efeitos, pelo que dizem que a Lei de Deus foi abolida, bem como o cuidado para com a saúde através da observância das Leis de saúde.

Num extremo estão os incrédulos, que não conseguem ver as evidências da existência de um sujeito no surgimento e continuidade do Universo e de tudo o que nele existe, achando que as causas produzem os efeitos de si mesmas, o que é incoerente do ponto de vista mecânico, pois uma bomba não explodiria a si mesma, carecendo de um sistema de acionamento ou alguém que a acionasse, sendo que em qualquer um dos casos haveria um sujeito. Assim vêm apesar de que vivemos num sistema físico em que toda ação requer quem a produza, o que eles mesmos sustentam. No outro extremo estão os supersticiosos, ditos crentes, que insistem que os efeitos são anulados ou produzidos pela simples crença, não requerendo sujeito para ação, ou atribuindo todas as ações a apenas um sujeito, seja para produzir ou anular, o que também é incoerência do ponto de vista mecânico.

Quanto a Deus, não pode concordar com nenhum dos dois, pois o construtor de em carro não será o motorista a serviço do seu proprietário, mas lhe dará um manual de instruções de como dirigir e tratar, permitindo a ele cuidar, conservar e fazer bom uso, o que resultará em muito da obediência as normas de uso, que o construtor, que sabe como funciona, deixou no manual para que fizesse a vez de sua presença na conservação do carro. Todavia, se a forma de uso não seguir o manual do fabricante, este não poderá garantir a qualidade, a segurança e a continuidade do veículo que ele mesmo fabricou, pois não poderá viver atrás do proprietário tirando-lhe a liberdade com restrições ou recomendações.

Por isto Deus não impediu que o telhado da Igreja Renascer caísse, visto que todos aqueles usuários, sejam os líderes ou seus seguidores, estavam vivendo em contrariedade com as leis de Deus e, por conseguinte, com as da física, não levando em consideração que causas produzem efeitos, não considerando as normas de conservação contidas no manual de instruções do fabricante dos seres humanos e de suas obras, que é a Bíblia Sagrada. Pastores que ensinam que não é necessário respeitar as leis morais e do corpo, também não as respeitam, tampouco respeitam as outras leis, como as do País e da física, por isto fazem milagres falsos.

De igual modo, Deus, que é físico e assim nos fez, pois senão não seríamos nada, vive em concordância com a física (a que conhecemos e a que ainda não conhecemos), a qual requer causa que produza efeito, por isto, por mais que creiamos nos efeitos espirituais, eles não existem dissociados da parte física, senão saímos fora da esfera de Deus, pois ela é lógica, porquê Ele é lógico, fazendo tudo pela matemática, como Newton testemunhou ao dizer que o Universo é uma carta matemática. Mesmo quando a bênção espiritual é um simples bem-estar esse somente é sentido pela parte física, pois se não houvessem as reações corpóreas jamais o poderíamos detectar.

Em concordância com os supersticiosos, tidos como se fossem os crentes e pelos quais os crentes são julgados, os ateus, apesar de que pregam a lei da física e concordam com Galileu quanto aos princípios da ciência experimental, não agem em correspondência com isso, pois desrespeitam as leis do corpo (muitos bebem, fumam, usam drogas, alimentos prejudiciais, agridem aos ouvidos, não descansam adequadamente, etc.), da natureza (muitos devastam florestas, poluem rios, enfumaçam a atmosfera, jogam lixo por aí, etc.) e da convivência (exploram trabalhadores e consumidores, prejudicam a economia com a concentração de renda, são indiferentes com os oprimidos, menos-favorecidos e necessitados, etc.) e tudo isso produz efeito físico. A sociedade conhece o retrocesso da natureza, da economia e da convivência entre pessoas e países. Tudo isso está nos levando ao caos total.

E, não obstante sua crença e conhecimento da lei da lógica, da física, da mecânica, da matéria, etc., sãos os próprios ateus que pregam que o Universo se originou sem causa, pois por mais que expliquem que uma matéria matematicamente zero, contida em um espaço matematicamente igual, permaneceu por um tempo matematicamente equivalente o tempo necessário para produzir a energia suficiente para existir e explodir, tudo isso não surgiu do nada nem por si só. Mesmo admitindo toda a teoria do Big Bang de aqui até à explosão, que é momento mais primordial do universo (segundo a teoria), alguma coisa já havia entes desse princípio e isso já era o Universo, pois ele é toda a matéria que existe. Nenhuma energia existiu antes de existir a matéria, nenhuma matéria poderia existir antes de existir a energia, espaço e tempo, nenhum espaço haveria esperando algo que o ocupasse antes que esse algo o formasse, bem como nenhum tempo teria decorrido antes que houvesse a matéria e o espaço e a energia. Portanto, o segundo zero, virgula zero, zero, a infinitésima última fração anterior a grande explosão inicial não é o momento primordial do surgimento do Universo. Para que chegasse a essa infinitésima fração muita preparação teve que ser causada por algo que a causasse. Antes dessa fração já havia algo que causou tudo e cabe a quem afirma a teoria do Big Bang o ônus da prova para que possa pô-la em substituição à teoria da existência de Deus como causador, pois esta veio por primeiro e carece de tantas evidências para ser sustentada quanto carece a outra.

Entre os extremos, os ateus e os supersticiosos, os primeiros cegados pela razão, achando-se muito ricos para adquirir mais saber ultrapassando o limite da aparente obscuridade da fé, examinando a coerência e incoerência dos conhecimentos, e os outros, cegados pela superstição, achando-se igualmente ricos para saber mais, tornando-se por isso ignorantes e irracionais, – entre esses dois extremos estão os verdadeiros crentes, os únicos verdadeiramente racionais, pois não decretam a falibilidade de nenhum conhecimento sem exame de sua coerência física, sendo que quanto a mim, já examinei a tudo, tirando nota dez na teoria a qual refuto, mas permaneço disposto a examinar novas teorias, conquanto que elas possuam certa coerência mecânica. Aliás, quanto vi pela primeira vez a teoria do surgimento do Universo apresentada no Globo Repórter achei muito lógica, mas quando a examinei de perto vi que não passa de uma parede feita de buracos, percebendo que tal parede sem tijolos nem elementos de ligação só permanece em pé porque os ateus, com o peso da simpatia tendenciosa da mídia, a difunde como fato, ignorando e rejeitando os estudos sérios do ponto de vista contraditório.

Os verdadeiros crentes sabem, conforme o raciocínio lógico de Deus, que toda causa carece de sujeito, por isto admitem a existência de um sujeito no surgimento do Universo, apesar de não poderem provar, pois olham para si e admitem não ter capacidade para causar tal origem, mas olhando ainda para si, observando a qualidade criativa e organizacional do ser humano, sua supremacia, não pode aceitar como mais coerente a idéia de caos e desorganização produzirem efeitos inteligentes, como a organização dos macro e dos micros sistemas, todos harmônicos entre si, bem como em relação ao sistema que torna todos um, coerentes consigo mesmos.

Esse mesmos crentes são os que reconhecem a importância das Leis de Deus no uso da vida, que as agressões ao corpo e a mente, à natureza, a sociedade e à economia produzem efeitos degenerativos, por isto seguem a Lei Moral, as de saúde e convivência, aplicando-as em tudo o mais na vida comum, pois sabem que atuação espiritual produz efeitos positivos no corpo e em tudo o mais.

Portanto, assim como nosso corpo está sujeito à lei da física mesmo depois que cremos, pelo que carecemos ainda de considerar a Lei Moral e de saúde para produzirmos efeitos preservativos e continuativos na natureza, sociedade humana e nosso corpo, o surgimento do Universo, a preservação e continuação do mesmo está sujeita à mesma lei (a da física), pois toda causa carece de sujeito.

Se vivemos num mundo material, matemático e mecânico, a teoria que desenvolvermos a respeito do surgimento desse mundo (qual surgimento não vimos nem conseguimos reproduzir) tem que estar em conformidade com a premissa da materialidade, matemática e mecânica, não admitindo forças sobrenaturais, como imaginar ação sem sujeito. Logo, se nesse mundo em que vivemos todas as causas requerem um causador, se as ações que produzem reações requerem sujeitos, a teoria mais material, matemática e mecânica sobre o surgimento desse mundo será a que admite um sujeito, o qual se comunica com os outros sujeitos aos quais sujeitou o mundo, dizendo-lhes como criou e como proceder para usar, conservar e fazer continuar, como de praxe também fazemos ao entregar para uso alguma de nossa criações.

Fora disso, tudo o resto é sobrenatural. E Deus não é sobrenatural, nem escondido, tampouco misterioso, mas um Deus revelado, que sabe que causas carecem de sujeitos e produzem efeitos, por isto a distorção, a contradição, a exploração, a miséria, a doença, a dor e a morte. Os seres humanos insistem em ignorar que suas ações produzem efeitos, são suas causas. A deterioração da vida e da sociedade são os efeitos mecânicos da causa que é o uso inadequado do corpo, da natureza, da sociedade e tudo o mais em desacordo com o Manuel de bom uso e conservação, a Lei de Deus, que inclui a física de tudo o que existe, e essa Lei está na Bíblia. Quando Deus exterminou alguma pessoa ou povo, quando no passado permitiu a uma nação exterminar outra, estava amenizando as causas que produziriam efeitos infinitamente mais devastadores que o extermino daquele povo. Todavia, não temos como saber, pois pode ser que do contrário nem existíssemos.

Se os seres humanos tivessem conhecido a Lei de Deus na Bíblia e a praticado desde o início, nada do contraditório que já se viu e hoje ainda se vê teria havido, tampouco os conflitos religiosos. Provavelmente não existiriam ateus, tampouco crentes cegos e irracionais, que crêem no improvável, como crêem ateus e supersticiosos, como os que crêem nas mentiras dos pastores das igrejas neo-pentecostais, na existência de energia sem matéria, como é o caso dos espíritas, etc., e os que crêem que uma célula primitiva conseguiu evoluir produzindo o próprio crescimento até o ponto de ter as ferramentas necessárias para se construir (como cresce, como evolui e como constrói as ferramentas). Não param para pensar como conseguiu sair da condição anterior no estágio evolutivo se não tinha ferramentas para tal, sendo que para uma célula crescer e se reproduzir ela precisa estar pronta e a primeira célula só poderia estar pronta pra se reproduzir se alguém a deixasse pronta, pois por si só ela não conseguiria, pois precisaria das ferramentas para tal, o que ela só tem depois de pronta.

Portanto, quem é afeito ao ateísmo já é racional, faltando-lhe somente liberdade para avançar, sendo que apenas o orgulho o impede. Quanto aos supersticiosos, só falta sair do cômodo, deixar de ver as ilusões e fábulas que distorcem a imagem de Deus, para ver o verdadeiro Deus, aquele que é coerente consigo mesmo, que é suficientemente científico e sábio para criar tudo e ainda deixar um manual de instruções para os usuários, a Sua Palavra, a Bíblia, a Sua Lei.