Pedido de socorro

Quando estamos submersos no mar e apenas os braços estão visíveis parece que não há saída, a água salgada cobriu seu corpo até a cabeça e suas mãos acenam por socorro, clemência. Quem irá me salvar?

Dizem: o mal nos invade, nos maltrata porque permitimos. Não é verdade, não creio que nós, seres amáveis permitimos tamanha crueldade conosco. O outro enxerga em nós uma fragilidade que não nos damos conta e como um mal feitor avança sobre a linha tênue de nossa sanidade e rompe-a pondo-nos a loucura. Não permitimos. Apenas não percebemos.

Quando nos damos conta, "ops", estão com as mãos sobre nossas cabeças, nos empurram para baixo da água salgada do mar, é um afogamento, para baixo, mais para baixo...

Socorro!!! A quem? Quem virá? Quem será nosso salvador?

Falta-nos a respiração, criamos fantasmas em nossa mente, sofremos, como sofremos. É dor e dor não se explica, sente, e é sentimento que não desejamos. A visão é turva, o pessimismo invade minuto a minuto nossos pensamentos que são círculos que voltam sempre ao mesmo ponto de partida: a dor. Pode durar dias, meses, anos..

Digo-te: sob nossos pés há molas, molas como aquelas de colchões, que quando criança pulamos e sentimos o prazer de sermos elevados.

Quanto mais pulamos, mais damos impulsos e mais alto nos elevamos. Use suas molas, estão tão próximas, abaixo de seus pés.

O socorro vem de nós mesmos, pode ser o último socorro, mas vem.

Use as molas!

Maria Del Carmen Trajano
Enviado por Maria Del Carmen Trajano em 26/01/2009
Reeditado em 27/01/2009
Código do texto: T1405270
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